DownloadDivulgação/Reprodução/Jornal da USPAssinatura do convênio foi celebrada em um evento virtual que contou com a presença de autoridades governamentais e representantes da universidade e da ABCP
A Universidade de São Paulo (USP), por meio da Escola Politécnica (Poli), a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) assinaram, nesta quinta-feira (3), um acordo de cooperação técnica que prevê a concepção, elaboração de projeto, construção e operação, em regime multiusuários, do primeiro espaço cooperativo de inovação e construção digital de base industrial do Brasil, o hubic.
Com previsão de funcionamento no início de 2021, o hub terá o objetivo de acelerar a transição da construção civil para uma economia digital e circular, por meio de soluções inovadoras, competitivas, com baixa pegada ambiental e de alta produtividade e qualidade.
Participaram da cerimônia virtual o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes; a secretária Estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen da Silva; o reitor da USP, Vahan Agopyan; a diretora da Poli, Liedi Legi Bariani Bernucci; o secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo César Rezende de Carvalho Alvim; o presidente da ABCP, Paulo Camillo Pena; além de outros dirigentes da Universidade e executivos da ABCP e do SNIC.
Inovação
O projeto será conectado ao Centro de Inovação em Construção Sustentável (CICS USP), um ecossistema de empresas e academia dedicado a promover a inovação, a sustentabilidade e a produtividade na construção civil. Para a implementação, o hubic já tem assegurado R$ 8 milhões em investimentos e será instalado em espaço compartilhado entre a USP e a ABCP, interligado ao campus da universidade, em São Paulo.
“Esta parceria é um exemplo significativo da chamada Terceira Missão da universidade ao integrar e unir, no campo da pesquisa aplicada, os esforços da academia e da iniciativa privada em prol da melhoria e da modernização da área de construção e materiais cimentícios, com vistas, principalmente, à produtividade e à redução de impacto ambiental”, destaca ao Jornal da USP o reitor da universidade, Vahan Agopyan.
“Vivemos um tempo de múltiplos desafios, nos âmbitos ambiental, concorrencial e institucional. A indústria de cimento tem se mostrado capaz de enfrentar esse mundo complexo, tanto dentro de suas fábricas, quanto nas diversas aplicações do cimento. O acordo com a USP está inserido nessa lógica. Se, por um lado, o convênio resgata uma história construída ao longo de décadas, por outro, ele projeta o elemento inovação como variável de importância crescente para que nossa indústria continue gerando valor e qualidade de vida para toda a sociedade”, afirma o presidente da ABCP/SNIC, Paulo Camillo Penna, ao Jornal da USP.
Ainda segundo o executivo, a digitalização atingirá a construção civil, incluindo a cadeia de materiais cimentícios, gerando ganhos significativos de produtividade e redução de impacto ambiental.
Para absorver esse processo evolutivo, a USP e a ABCP reúnem expertises e ações que, somadas, cuidarão de alavancar a produção digital de componentes e a transferência de conhecimento e tecnologia para toda a cadeia produtiva da construção e sociedade.
“O hubic é uma iniciativa que traz a tecnologia da indústria 4.0 para os componentes da construção civil e de infraestrutura, fruto da união da academia, da indústria e dos órgãos públicos e privados, trazendo a tecnologia de ponta para a melhor eficiência das obras, otimização dos materiais, economia e sustentabilidade, beneficiando a indústria e a sociedade”, destaca a diretora da Poli, Liedi Legi Bariani Bernucci, ao Jornal da USP.
Acordo
O convênio prevê a criação de uma plataforma de construção digital para a produção de componentes e edificações, com infraestrutura laboratorial multiuso e capacidade de produção/impressão digital 3D de componentes cimentícios na escala 1:1. Apesar de ter como objetivo principal a pesquisa e produção de elementos cimentícios, o equipamento também será flexível para a produção de materiais com outras bases.
O projeto será implementado no atual laboratório da ABCP, em área de 100 metros quadrados aproximadamente, que receberá reformas. O acordo também define a instalação de um espaço de trabalho compartilhado (coworking), com cerca de 230 metros quadrados e capacidade de hospedar até 30 profissionais, para a elaboração de pesquisa e desenvolvimento de empresas da cadeia de valor e grupos que desenvolvam soluções consideradas promissoras, além de startups da construção e de engenharia.
“O hubic faz parte de um ecossistema da universidade que tem três eixos de atuação integrando todos os elos da cadeia da construção civil: inovação, produtividade e sustentabilidade. Deverá reunir pesquisadores de várias áreas do conhecimento, empresas, startups e outros parceiros da sociedade que tenham interesse em desenvolver a inovação de base industrial”, pontua ao Jornal da USP o coordenador do projeto e professor da Poli, Vanderley John.
Também está prevista a criação da Cátedra Ary Torres, para atrair profissionais de ponta do mundo para coordenar plano de atividades, educação, pesquisas e inovação, além promover atividades de transferência de conhecimento e tecnologia.
Indústria 4.0
O convênio investirá no desenvolvimento de atividades de educação continuada (EaD) online voltadas para inovação e Indústria 4.0, entre outras. O foco principal será na capacitação para desenvolvimento, uso de produtos e soluções inovadoras, sustentabilidade, qualidade e produtividade. Também deverão ser oferecidas bolsas de mestrado e doutorado a pesquisadores.
“Temos um histórico aqui na ABCP de construção de plataformas colaborativas que desenvolvem soluções competitivas para diversas aplicações de cimento. A qualidade dessas aplicações tem dado ao cimento uma grande relevância na cadeia da construção. O convênio com a USP representa um salto qualitativo nesse processo”, afirma ao Jornal da USP o diretor de mercado da ABCP, Valter Frigieri.
“Escolhemos o nome hubic porque queríamos enfatizar que nosso objetivo é ser um hub de inovação. Nosso objetivo é desenvolver projetos de base tecnológica capazes de desenhar o futuro da construção”, completa Frigieri.