A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus afetou a economia do Brasil, em especial os pequenos negócios, mas também acelerou a digitalização dos pagamentos. Para falar sobre como o Pix pode impulsionar as vendas dos empreendedores, o Conexão Pix promoveu, nesta quinta-feira (10), um debate que reuniu o analista do Sebrae, Geraldo Costa; o pipoqueiro Valdir Novaki; o especialista em Desenvolvimento de Negócios, Rodrigo Bindes; e o idealizador da ASAAS Gestão Financeira, Piero Contezini. O encontro foi mediado por Mayara Yano, do Banco Central do Brasil, e mostrou como o novo meio para pagamentos e transferências digital, com início de operação previsto para novembro, ajudará na retomada econômica.
Para abrir o encontro, Mayara ressaltou a importância da parceria com o Sebrae para que os pequenos negócios tenham acesso à informação de qualidade. “O Brasil é muito grande e possui realidades distintas. O Sebrae conta com uma capilaridade enorme e tem ótima interlocução com o pequeno empreendedor. Essa parceria é fundamental para garantir que esse público conheça o Pix e esteja preparado para o lançamento”.
O analista do Sebrae, Geraldo Costa, destacou que os donos de pequenos negócios têm enfrentado grandes desafios para manterem suas empresas em operação, uma vez que o faturamento sofreu perdas expressivas e os custos não acompanharam essa queda. “Qual o fôlego financeiro para que as empresas sobrevivam a crise? É aqui que entra o Pix, pois ele causará grande impacto no fluxo de caixa em dois principais aspectos: para alavancar as vendas e na redução de custos, uma vez que as tarifas são reduzidas”, afirmou.
Na análise de Piero Contezini, da ASAAS Gestão Financeira, o Pix exigirá que as empresas do setor financeiro se reinventem para oferecer produtos inovadores. Ele ressaltou o viés democrático da solução. “A tendência é que a movimentação de dinheiro passe a não custar mais para o empreendedor e isso exigirá que as empresas do setor financeiro busquem formas de agregar valor para os negócios. O Pix representa a criação de um modelo inclusivo de pagamento com as características do boleto bancário, tais como o custo fixo e liquidez mais rápida, e os benefícios do cartão, entre eles a confirmação imediata e a facilidade de uso. Isso será fantástico para a sociedade”, finalizou.
O pipoqueiro Valdir Novaki salientou o papel dos pequenos negócios para implantação e solidificação do Pix. Para ele, a inovação com foco e simplicidade são o segredo do sucesso. “Nós, que temos o contato próximo com pessoas carentes no nosso dia a dia. Temos que ser amigáveis ao informar nossos fregueses o que é o Pix e quais são as suas vantagens. Precisamos fazer campanhas simples e criativas para incentivar a utilização da facilidade”, argumentou.
Para finalizar, Rodrigo Bindes acredita que a adesão efetiva do Pix será muito espontânea. “Tanto as empresas quanto os consumidores passarão a usá-lo de forma natural. Ainda não dá para saber quais serão os desafios, mas o fato de ser uma ferramenta simples e de fácil utilização ajudará muito na adoção”.