O Facebook anunciou nesta quarta-feira (10) que irá reduzir a exibição de conteúdo político para “uma pequena porcentagem de pessoas”, em um teste que acontecerá no Brasil, Canadá e Indonésia a partir desta semana.
“Durante esses testes iniciais, avaliaremos diferentes maneiras de classificar o conteúdo político no feed das pessoas, usando vários sinais para então decidir as abordagens que usaremos no futuro”, disse a rede social em um comunicado.
O G1 apurou que o Brasil está entre os países em que as pessoas mais relatam ver muito conteúdo político no Facebook e que esse é um dos motivos pelos quais participa do experimento.
O Facebook não deu exemplos do que considera um conteúdo político, mas disse que publicações de agências e serviços oficiais do governo não serão afetadas.
O experimento vai servir, inclusive, para estudar como as pessoas entendem e definem o que são posts relacionados ao tema, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
O teste será ampliado para usuários nos Estados Unidos nas próximas semanas, mas a plataforma não informou por quanto tempo irá manter as mudanças em cada país.
A empresa afirmou que irá perguntar às pessoas que participarem dos testes como foi a experiência ao usar a rede com menos conteúdos relacionados à política, mas ressaltou que o tema não irá desaparecer completamente do feed.
A iniciativa tinha sido antecipada pelo presidente-executivo da rede social, Mark Zuckerberg, durante a apresentação do balancete da companhia. Na ocasião, ele também revelou que a plataforma iria deixar de recomendar grupos políticos aos seus usuários.
“Um dos principais retornos que temos ouvidos de nossa comunidade é que as pessoas não querem que política e brigas tomem conta de suas experiências em nossos serviços”, disse o executivo.
“Claro, sempre será possível participar de discussões e grupos políticos, para quem quiser”, completou.
Engajamento
O Facebook diz que, com base em dados dos EUA, o conteúdo político representa apenas 6% do que as pessoas veem na rede social.
Porém, um levantamento da própria empresa em outubro de 2020 mostrou que a maioria das páginas com mais engajamento (curtidas, comentários e compartilhamentos) abordavam esses temas.
Os algoritmos das redes sociais privilegiam conteúdos com mais engajamento, principalmente por manterem as pessoas por mais tempo nos aplicativos, uma medida valiosa para gerar receitas.
Durante todo o ano passado, a empresa obteve quase US$ 86 bilhões em receitas e alcançou mais de US$ 29 bilhões em lucros, um aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2019.
Os resultados positivos aconteceram apesar do boicote de marcas, que reivindicavam medidas mais rígidas contra a disseminação do ódio e de conteúdos racistas em sua plataforma.
Fonte: G1