Em alusão ao “Dia Estadual de Mobilização para Controle da Hanseníase”, lembrado no dia 7 de julho, o Governo de Rondônia, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), destaca a importância do diagnóstico precoce da doença e da reabilitação socioeconômica dos pacientes em tratamento. As ações são intensificadas durante todo o ano, iniciando com o Janeiro Roxo nos 52 municípios do Estado. A cor roxa foi escolhida para enfatizar a luta contra o preconceito e a desinformação.
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae. A magnitude e o alto poder incapacitante mantêm a doença como um problema de saúde pública. O Brasil é um dos países que não eliminou a hanseníase e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), segue como o 2º país do mundo em número de casos, perdendo apenas para a Índia.
Por isso, de acordo com a enfermeira Albanete Mendonça, coordenadora de Hanseníase da Agevisa, “o Programa Estadual de Controle da Hanseníase prevê para este ano uma extensa programação abordando o tema da campanha definido pelo Ministério da Saúde: ‘Hanseníase: conhecer para não discriminar’. Além de encaminhar materiais para os municípios para divulgação da campanha na atenção primária que é de grande importância para o diagnóstico, vamos fazer lives, levando em conta o momento pandêmico que vivemos, para capacitar nossos profissionais em todo o Estado”, informou a coordenadora.
Com a programação adaptada para a necessidade de cumprimento das medidas previstas pelas autoridades sanitárias, em virtude da pandemia da covid-19, as ações visam alertar a população sobre os principais sinais e sintomas da hanseníase, fundamental para diagnóstico e tratamento precoce.
CASOS
De acordo com a Agevisa, Rondônia ocupa o 4º lugar no ranking no número de casos de Hanseníase no Brasil. Em 2018, quando ocorreu uma ação da busca ativa com apoio do Programa Roda Hans, em parceria com um grande laboratório foram registrados 741 casos. Desde então, o número vem reduzindo, sendo que em 2019, confirmou-se 460 casos e em 2020 baixou para 351, destes 13 em adolescentes com menos de 15 anos, índice considerado alto para essa faixa etária.
A coordenadora Albanete explica que “essa faixa etária não deveria ser acometida pela doença, tendo em vista o longo período de incubação, entre 4 e 5 anos. Por isso, o alerta, se tem adolescente infectado tem adulto que não está em tratamento e está transmitindo a doença para essa faixa etária e isso é grave”, define a coordenadora.
TRATAMENTO
A hanseníase tem cura e o tratamento é fornecido gratuitamente nas unidades básicas de saúde. A Agevisa alerta à população que quanto mais cedo for feito o diagnóstico e o tratamento, mais rápido é a quebra da cadeia de transmissão, prevenindo possíveis incapacidades. “Reforçamos que a melhor forma de prevenção da hanseníase é o diagnóstico precoce, tratamento e o exame dos contatos dos casos diagnosticados. É fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima da sua residência a qualquer sinal ou sintoma da doença, tais como: manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas, ou áreas da pele com alterações de sensibilidade principalmente nos olhos, mãos, pés, caroços, dor e/ou espessamento de nervos periféricos”, salienta.
REABILITAÇÃO
A Agevisa tem feito um trabalho de referência nacional na reabilitação socioeconômica e inclusão social, investindo nos grupos de autocuidado. O projeto Art´s BioHans, coordenado pela Agevisa em parceria com a ONG de origem holandesa, representada pela NHR Brasil, que assumiu ainda em 1994 a responsabilidade pela formação dos artesãos e ajuda a organizar espaços para exposição dos produtos.
Em 2017 o Art´s BioHans passou a integrar o projeto de reabilitação socioeconômica, que já ofereceu no Estado os cursos de gastronomia e confecção de biojoias ou ecojoias têm ajudado centenas de pessoas acometidas de Hanseníase a serem inseridas no segmento do empreendedorismo, além de ser uma terapia que contribui fortemente para a melhora da autoestima, inclusão social e reabilitação socioeconômica de pessoas acometidas pela doença. Os interessados em adquirir ou divulgar os trabalhos das artesãs podem entrar em contato pelo telefone (69) 3216 5285 ou diretamente pelas redes sociais do projeto.
Fonte:SECOM