Vinte dias depois da suspensão da exportação de carne do Brasil pela China, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pecuaristas e industriais ainda guardam um parecer das autoridades sanitárias chinesas sobre a retomada da compra do produto brasileiro.
A suspensão foi adotada depois de identificados 2 casos de “mal da vaca louca” na carne de 2 frigoríficos, 1 em Belo Horizonte (MG) e outro em Nova Canaã do Norte (MT). Esperava-se, no entanto, que a exportação fosse retomada em poucos dias, como em episódios anteriores.
Brasil e China assinaram um protocolo sanitário, em 2019, que determina que autoridades sanitárias façam um teste laboratorial na carne e, em caso de suspeita de “vaca louca”, peçam uma contraprova de um laboratório internacional. Se a suspeita for confirmada, o país deve suspender as exportações e comunicar os clientes internacionais para que eles avaliem a possibilidade de retomar as exportações.
No mesmo ano, também foi levantada a suspeita da doença no produto brasileiro e seguido o protocolo. Como a retomada das exportações foi feita em 13 dias, a expectativa era que, dessa vez, o embarque de carne bovina para a China fosse retomado em até 15 dias.
O governo brasileiro já entregou todas as informações técnicas ao país asiático e está aguardando a decisão.
Uma avaliação da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), realizada no começo deste mês, concluiu que os casos de “mal da vaca louca” no Brasil não representam riscos para a saúde animal e humana.
Outros países chegaram a tomar medidas de segurança depois que receberam o comunicado do governo brasileiro. A Arábia Saudita, por exemplo, suspendeu as exportações de alguns frigoríficos de Minas e Mato Grosso, mas, depois da avaliação da OIE, decidiu retomá-las.
EXPORTAÇÕES
De janeiro a agosto deste ano, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões em carne bovina para a China. O valor é 20% acima do exportado no mesmo período do ano passado e o recorde da série histórica, iniciada em 1997.
Com a suspensão, o país perde, ao menos temporariamente, um dos itens que contribuíam para manter uma balança comercial positiva.
Fonte:Poder 360