O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realizou nesta sexta-feira e sábado, 24 e 25, mais uma ação do Saúde Itinerante Epecializado, voltado para pessoa com deficiência intelectual, com ênfase no Transtorno do Expectro Altista (TEA), em Porto Acre. Os atendimentos ocorreram na Escola Estadual Plácido de Castro e alcançou crianças do município e áreas adjacentes como Vila do V, Vila do Incra e Caquetá.
De acordo com o Departamento de Atenção Ambulatorial Especializado Hospitalar (DEPAAEH), a ação tem como público prioritário crianças que tenham suspeita e encaminhamentos para a neuropediatria, a fim de concluir o diagnóstico de autismo. A chefe do departamento, Janaína Negreiros, informa que os atendimentos irão diminuir a lista de espera do Sistema de Regulação da Sesacre. A previsão é que sejam atendidas em torno de 130 crianças e mais 600 procedimentos como pedidos de exames, ressonâncias e exames laboratoriais, por exemplo.
“Algumas crianças estão há muito tempo aguardando, porque no período da pandemia deu uma cessada nesses atendimentos, então a gente está retomando tudo isso, tirando eles da fila e desafogando o sistema. A gente traz não só o pediatra, como neuropediatria, geneticista e uma equipe multiprofissional. Está envolvido o terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo e neuropsicólogo. A criança vem e passa por vários profissionais que são necessários para um diagnóstico preciso”, disse Negreiros.
Segundo a nutricionista e especialista em TEA, Cintia Brasil, muitas famílias nunca tiveram contato com esses profissionais, o que dificulta o diagnóstico. “Hoje mesmo eu peguei uma paciente aqui e perguntei por que que ela buscou esse atendimento e ela disse que, porque na família dela falam que o filho é doido. Então as pessoas desconhecem esse diagnóstico. Hoje qualquer diferença que a criança apresente elas já querem levar para esse lado”, esclarece.
A nutricionista explica que cada profissional é responsável por identificar estímulos dos quais os pacientes possuem deficiência, resultando em uma avaliação completa que auxiliará no diagnóstico final do neuropediatria. “No meu caso é a seletividade alimentar, a seletividade alimentar severa e também a compulsão alimentar. 86% das crianças com TEA apresentam essa seletividade alimentar. Então, eu venho mais para avaliar se a criança, ela tem de fato uma dificuldade relacionada a alimentação, ou se é apenas um erro alimentar, um hábito alimentar”, explicou a profissional.
Caroline Souza, 24 anos, foi em busca de atendimento para os dois filhos assim que notou comportamentos estranhos. “Eu estava precisando de consulta com a neuropsicóloga e eu não tinha conseguido e agora eu tive a oportunidade de consultar ela eu estou muito feliz. A gente gasta muito, sair daqui para Rio Branco”, falou.
“Se não fosse esse evento que está acontecendo eu não tinha conseguido nada para o meu filho. Eu fiz a ressonância dele está com dois anos, agora que eu consegui mostrar para a médica. Eu vejo que ele tem vontade de andar, iguais aos outros. Então, eu no meu lugar, tenho que procurar o que é melhor para ele”, comentou a mãe do paciente, Poliana Martins.