Em outubro de 2022, a produção industrial nacional teve variação positiva de 0,3% frente a setembro, na série livre de influências sazonais. Frente a outubro de 2021, na série sem ajuste, a indústria cresceu 1,7%. No ano, a indústria acumula queda de 0,8% e, em 12 meses, recuo de 1,4%.
Outubro 2022 / setembro 2022
0,3%
Outubro 2022/ outubro 2021
1,7%
Acumulado no ano
-0,8%
Acumulado em 12 meses
-1,4%
Média Móvel Trimestral
-0,4%
Com esses resultados, o setor industrial se encontra 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Ainda na série com ajuste sazonal, com a perda de ritmo da indústria nos últimos meses, a média móvel trimestral permaneceu mostrando recuo em outubro de 2022 e intensificou a magnitude de queda frente ao registrado nos meses de setembro e agosto últimos.
Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas – Brasil – Outubro de 2022
Grandes Categorias Econômicas
Variação (%)
Outubro 2022 /Setembro 2022*
Outubro 2022 /Outubro 2021
Acumulado Janeiro-Outubro
Acumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital
-4,1
-0,2
-0,5
0,2
Bens Intermediários
0,7
1,9
-0,7
-1,1
Bens de Consumo
0,3
2,4
-1,2
-2,6
Duráveis
-2,7
11,8
-3,7
-6,5
Semiduráveis e não Duráveis
0,3
0,4
-0,6
-1,7
Indústria Geral
0,3
1,7
-0,8
-1,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Estatísticas Conjunturais em Empresas*Série com ajuste sazonal
Na variação positiva de 0,3% da atividade industrial na passagem de setembro para outubro de 2022, duas das quatro grandes categorias econômicas e apenas 7 dos 26 ramos pesquisados mostraram crescimento na produção. Entre as atividades, as influências positivas mais importantes foram assinaladas por produtos alimentícios (4,8%) e metalurgia (4,6%), com a primeira eliminando parte da perda de 7,1% acumulada nos meses de setembro e agosto últimos; e a segunda voltando a crescer após recuar 7,6% no mês anterior.
Por outro lado, entre as dezenove atividades que apontaram queda na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,7%), máquinas e equipamentos (-9,1%) e bebidas (-9,3%) exerceram os principais impactos em outubro de 2022, com a primeira marcando o segundo mês seguido de redução na produção e acumulando perda de 6,8% nesse período; a segunda eliminando parte do avanço de 16,9% acumulado nos meses de setembro e agosto de 2022; e a última intensificando o recuo verificado no mês anterior (-5,7%).
Vale destacar também os recuos de couro, artigos para viagem e calçados (-13,2%), outros produtos químicos (-3,0%), produtos diversos (-12,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,1%), produtos de madeira (-8,8%), produtos de borracha e de material plástico (-2,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários (0,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,3%) assinalaram as taxas positivas em outubro de 2022, após recuarem por dois meses consecutivos, acumulando perdas de 2,6% e 3,5%, respectivamente. Por outro lado, os setores produtores de bens de capital (-4,1%) e de bens de consumo duráveis (-2,7%) apontaram os resultados negativos nesse mês, com ambos marcando o segundo mês seguido de queda na produção e acumulando nesse período recuos de 4,7% e 2,9%, respectivamente.
Média móvel trimestral varia -0,4% no trimestre encerrado em outubro
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução da média móvel trimestral para a indústria mostrou variação negativa de 0,4% no trimestre encerrado em outubro de 2022 frente ao nível do mês anterior, após também recuar em setembro (-0,3%) e agosto (-0,2%), quando interrompeu a trajetória predominantemente ascendente iniciada em novembro de 2021.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%) e bens intermediários (-0,6%) assinalaram os resultados negativos em outubro de 2022 e ambas permanecem na trajetória descendente iniciada em julho de 2022. Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (1,0%) e de bens de capital (0,3%) apontaram os avanços neste mês, com o primeiro eliminando o recuo de 0,4% registrado no mês anterior, quando interrompeu a trajetória ascendente iniciada em março de 2022; e o segundo marcando a quarta taxa positiva consecutiva e acumulando nesse período ganho de 1,4%.
Frente a outubro de 2021, a indústria avança 1,7%
Frente a outubro de 2021, o setor industrial avançou 1,7% em outubro de 2022, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 9 dos 26 ramos, 29 dos 79 grupos e 44,2% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que outubro de 2022 (20 dias) teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (20).
Entre as atividades, as principais influências positivas na indústria vieram de produtos alimentícios (12,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (12,6%) e indústrias extrativas (4,5%), impulsionadas pela maior produção dos itens açúcar cristal e VHP, carnes de bovinos congeladas, sucos concentrados de laranja, carnes de suínos frescas ou refrigeradas e biscoitos e bolachas, na primeira; automóveis, autopeças, caminhão-trator para reboques e semirreboques e chassis com motor para ônibus ou para caminhões, na segunda; e óleos brutos de petróleo, na terceira. Vale destacar as contribuições positivas de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,6%), outros equipamentos de transporte (30,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (10,1%) e celulose, papel e produtos de papel (2,7%).
Por outro lado entre as dezessete atividades em queda, produtos de madeira (-24,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,3%), bebidas (-5,9%) e metalurgia (-3,7%) exerceram as maiores influências sobre a indústria, pressionadas pela menor produção de madeira serrada, aplainada ou polida, painéis de fibras e de partículas de madeira, madeira compensada, madeira densificada (MDF) e portas e janelas de madeira, na primeira; óleo diesel, querosenes de aviação, gasolina automotiva e óleos combustíveis, na segunda; cervejas e chope, na terceira; e fio-máquina de aços ao carbono, ferronióbio, bobinas a frio e a quente de aços ao carbono, barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, vergalhões de aços ao carbono e bobinas ou chapas de aços zincadas (galvanizadas), na quarta.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda frente a outubro de 2021, bens de consumo duráveis (11,8%) teve a maior alta. Os setores de bens intermediários (1,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,4%) também registraram resultados positivos nesse mês. Já bens de capital (-0,2%) teve a única taxa negativa entre as grandes categorias econômicas.
O setor produtor de bens de consumo duráveis cresceu 11,8% em outubro de 2022 frente a igual período do ano anterior, quinto resultado positivo consecutivo nessa comparação. Neste mês o setor foi impulsionado pela expansão na fabricação de automóveis (22,7%). Por outro lado, os impactos negativos vieram de eletrodomésticos da “linha branca” (-4,4%) e dos grupamentos de outros eletrodomésticos (-19,5%) e móveis (-20,1%).
A produção de bens intermediários subiu 1,9%, após recuar 0,3% em setembro. O crescimento desse mês foi explicado pelos avanços nos produtos associados às atividades de produtos alimentícios (26,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (17,0%), indústrias extrativas (4,5%), outros produtos químicos (1,2%), celulose, papel e produtos de papel (2,5%) e máquinas e equipamentos (3,7%), enquanto as pressões negativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,5%), metalurgia (-3,7%), produtos de metal (-6,7%), produtos de borracha e de material plástico (-5,1%), produtos de minerais não metálicos (-4,1%) e produtos têxteis (-6,5%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados negativos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-3,3%) e de embalagens (-1,2%).
O segmento de bens de consumo semi e não duráveis mostrou variação positiva de 0,4% em outubro de 2022, após recuar 1,4% em setembro, quando interrompeu cinco meses consecutivos de taxas positivas nessa comparação. O desempenho positivo nesse mês foi explicado pelos avanços nos grupamentos de não duráveis (4,2%) e de carburantes (3,8%), impulsionados, em grande medida, pelos avanços na fabricação de medicamentos, livros, brochuras ou impressos sob encomenda e cigarros, no primeiro; e de álcool etílico, no segundo.
Por outro lado, os grupamentos de semiduráveis (-4,9%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,5%) apontaram as taxas negativas nessa categoria, pressionados pela menor produção dos calçados de plástico moldado e de couro, camisetas de malha, conjuntos de malha, camisas de uso masculino (de malha ou não), calças, bermudas, jardineiras, shorts e semelhantes (de malha ou não), vestuário e seus acessórios de malha para bebês, camisas, blusas e semelhantes de malha de uso feminino, piscinas de plástico, maiôs, biquínis e semelhantes, roupas de cama, calças compridas e garrafas térmicas, no primeiro; e cervejas, chope, açúcar refinado de cana-de-açúcar, sorvetes e picolés, achocolatados em pó, margarina, pães, massas alimentícias secas, produtos embutidos ou de salamaria e outras preparações de carnes e refrigerantes, no segundo.
O setor produtor de bens de capital mostrou variação negativa de 0,2% em outubro de 2022 frente a igual período do ano anterior, interrompendo dois meses consecutivos de taxas positivas nessa comparação. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pela redução no grupamento de bens de capital para fins industriais (-7,2%), pressionado pela menor fabricação de bens de capital seriados (-5,1%) e não seriados (-16,6%). Os demais resultados negativos foram registrados por bens de capital agrícolas (-13,2%) e de uso misto (-3,7%). Já os impactos positivos vieram de bens de capital para equipamentos de transporte (6,6%), construção (25,3%) e energia elétrica (17,4%).
Todas as grandes categorias econômicas acumulam quedas no ano
No índice acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial assinalou queda de 0,8%, com resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 61,0% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, as principais influências negativas vieram indústrias extrativas (-3,2%), produtos de metal (-10,1%), metalurgia (-5,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,0%) e produtos de borracha e material plástico (-6,4%). Vale destacar também as contribuições negativas de produtos têxteis (-12,7%), móveis (-17,7%), produtos de minerais não metálicos (-4,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), de produtos de madeira (-9,8%), máquinas e equipamentos (-1,7%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,9%).
Por outro lado, entre as onze atividades em alta, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,1%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria.
Entre as grandes categorias econômicas, o acumulado no ano mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-3,7%), pressionada pelos recuos em eletrodomésticos (-14,1%), especialmente os da “linha branca” (-19,0%). Os segmentos de bens intermediários (-0,7%), bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) e bens de capital (-0,5%) também acumularam quedas no ano, embora menos intensas do que a média da indústria (-0,8%).
IBGE