Acolhendo a tese do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em Gravataí, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri considerou culpados os réus que obrigaram dois primos a cavarem a própria cova antes de serem executados em Gravataí. O julgamento de Júlio César Dutra da Silva e Heverton de Britto ocorreu na quarta-feira, 7 de novembro, e teve na acusação a promotora de Justiça Aline Baldissera.
Silva e Britto foram responsabilizados pelos crimes de duplo homicídio duplamente qualificado, dupla ocultação de cadáver e corrupção de menor. Eles tiveram as penas fixadas pela juíza de Direito Valéria Eugênia Neves Wilhelm em 47 anos, no caso de Silva, e 45 anos e 6 meses, no caso de Britto, de reclusão em regime fechado. Também participaram do crime outras duas pessoas. Um deles é menor de idade e já foi considerado culpado. O outro será julgado separadamente.
O crime ocorreu em 26 de agosto de 2017 e ganhou repercussão internacional pela crueldade com que foi executado e por ter sido filmado. Na ocasião, as vítimas Vitor Mateus da Rosa e Vagner da Rosa da Rosa foram retiradas de casa, levadas para um matagal e obrigadas a cavarem a própria cova. Em seguida, foram executadas a tiros antes de terem seus corpos queimados e enterrados por conta da guerra do tráfico. A ação foi toda filmada e disponibilizada nas redes sociais. Conforme a investigação, os envolvidos gravaram a execução para “aparecerem na TV” e para “ficar bonito”. Nas filmagens, ostentam a morte, cantam músicas de apologia a facções e riem das vítimas subjugadas.