Um julgamento de tentativa de feminicídio foi realizado na terça-feira, 7 de março, no Salão de Atos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. A universidade, que já sediou diversas sessões didáticas, desta vez, solicitou autorização para realizar uma sessão de júri dentro das suas dependências. No auditório, mais de 500 alunos puderam acompanhar o julgamento, que foi transmitido ao vivo pelos canais de comunicação da PUCRS, com retransmissão no canal do TJRS no YouTube. Atuaram no júri o promotor de Justiça Eugênio Paes Amorim e o advogado Jader Marques, sob a presidência da juíza Cristiane Busatto Zardo.
O processo tratou da tentativa de feminicídio de Cristiane Miranda Canofre, moradora de rua. O acusado, Arnoir dos Santos, também era morador de rua à época dos fatos. Ele não foi localizado e, portanto, foi decretada a revelia. A vítima faleceu no decorrer do processo.
O crime aconteceu em agosto de 2019 na Av. Edvaldo Pereira Paiva, na Capital. Arnoir teria tentado matar Cristiane, agredindo-a com um objeto contundente (um pedaço de ferro ou de madeira), além de socos e pontapés. Testemunhas disseram que a mulher acabou desmaiando e que as agressões foram interrompidas pela intervenção de quem passava pelo local e presenciou os fatos. Um policial que atuou na ocorrência e uma ciclista que passava no local durante as agressões testemunharam sobre o caso.
Ao final de seis horas de júri, a sentença foi pela desclassificação da tentativa de feminicídio para o crime de lesões corporais em situação de violência doméstica. A pena foi de seis meses de detenção, período que ele já cumpriu, pois permaneceu preso durante o processo. Portanto, foi declarada a extinção da pena.
Fotos: Juliano Verardi / TJRS