Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços na última quinta-feira, 4, mostram que a balança comercial no Acre, no primeiro semestre deste ano, fechou com com superávit de 46 milhões de dólares, superando o valor total de exportações registrado durante todo o ano de 2023.
As exportações, segundo os dados, somaram 48,6 milhões de dólares, enquanto as importações somaram 2,6 milhões de dólares. Entre os principais destinos dos produtos estão Peru, Espanha, Emirados Árabes e China.
A soja foi o principal produto exportado, figurando 44% no valor total, seguido da carne suína, com parcela de participação em 18% e também carne bovina, 10%.
Nesta semana, o Acre sediou o Encontro Trinacional da Integração Rota Quadrante Rondon, que reuniu autoridades nacionais e internacionais para debater a consolidação do corredor interoceânico como via principal do comércio exterior do sudoeste da Amazônia brasileira. O objetivo é que o Acre seja protagonista nessas discussões.
O titular da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanípal Mesquita, disse que essa é uma rota que muito tem a contribuir para o desenvolvimento não só do estado, mas de toda a região. Segundo ele, foi idealizado um roteiro, um mapeamento das atividades principais do estado para que esse corredor possa ser cada vez mais valorizado e fortalecido.
“O empreendedor acreano está dando respostas, visto que só agora no primeiro semestre ultrapassamos a marca de exportações do ano passado, então esse é um marco, um dado que demonstra que o empresário está acreditando nessa pauta e agora esse corredor é o que vai conectar o Acre ao resto do mundo e vai tornar o estado porta de entrada para o Brasil”, avaliou.
O estreitamento do diálogo e alinhamento das ações giram em torno da abertura do Porto de Chancay, no Peru, prevista para este ano. O evento reuniu empresários, políticos e diferentes setores, que debateram o fortalecimento do mercado internacional do Acre, focando nos desafios e medidas que podem ser tomadas.
O resultado foi um acordo firmado entre os governos do Acre e Rondônia, os departamentos de Pando e Beni (da Bolívia) e Madre de Dios e Puno (do Peru), visando à integração e ao fortalecimento da Rota de Integração Sul-Americana Quadrante Rondon.
“É um sonho antigo do Acre estabelecer um comércio intenso com os países andinos, a costa do Pacífico dos Estados Unidos e as nações asiáticas. Essa é uma saída econômica para nós, e já vem sendo trabalhada há muito tempo, mas, infelizmente, ainda não se tornou uma realidade. A localização geográfica do Acre torna mais fácil o comércio com os países vizinhos do que com o Sul e Sudeste brasileiro. Imaginem mercadorias que hoje demoram cerca de 45 dias para chegar na China, reduzir esse tempo para 15 dias, como seria? Isso tudo influencia na competitividade e custos logísticos dos nossos produtos”, analisou o governador do Acre, Gladson Cameli, durante o encontro.
Acre para o mundo
Outro destaque para o Acre é que o estado vai ser um dos cinco a compor o Documental Estratégia e Desenvolvimento, livro que será distribuído aos líderes mundiais durante o G20, encontro que reúne representantes das 19 maiores economias do mundo, mais a União Africana e a União Europeia, para favorecer a negociação internacional. Em sua 19ª edição, será realizado nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ).
O diretor executivo da publicação, Marcus Guimarães, explica que um dos critérios da seleção é a relevância geográfica federativa. “O critério da escolha do Acre se deu pela importância de pertencer ao bioma Amazônia, que será um dos temas fundamentais do G20, sendo três eixos principais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade”, destacou.
Como chefe de Estado, o governador Gladson Cameli tem defendido, em seus discursos, que o Acre esteja no protagonismo de diferentes debates. Para ele, a projeção que a publicação vai dar ao estado é motivo de orgulho e gera sentimento de dever cumprido.
“Esse livro vai propiciar aquilo que cada estado pode receber de quem quer investir no Brasil, e o Acre foi selecionado devido ao fato de estar cumprindo todas as pautas ambientais, de modo que a gente possa trazer investidores para gerar emprego e renda. Me orgulha, porque foi uma escolha pessoal do presidente [Lula], para que a gente possa apresentar nosso estado para o mundo”, reforçou Cameli.