As luzes da Arena dos Folguedos iluminaram incríveis expressões culturais regionais na quinta noite do Arraial Cultural, que aconteceu neste sábado, 20, no Calçadão da Gameleira, em Rio Branco. O evento promovido pelo governo do Estado do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansur (FEM), teve a ilustre presença do grupo folclórico Marupiara Jabuti-Bumbá; do grupo Lambada e Cia, com o espetáculo Boi Lunar.
Mostrando toda a diversidade cultural e celebrando tradições acreanas, as apresentações fizeram os olhos de crianças, responsáveis e de todos os presentes brilharem e reviverem a extensa cultura local.
Uma das manifestações mais notáveis foi o Marupiara Jabuti-Bumbá, uma expressão artística contemporânea que surgiu em 2005, em Rio Branco. Inspirado no folguedo Bumba-meuboi, esse espetáculo destaca as peculiaridades locais do Acre, incluindo o uso do jabuti como personagem principal, simbolizando a luta pela preservação da floresta amazônica.
Com enredos que abordam figuras históricas e lendas locais, como Chico Mendes e Nossa Senhora Seringueira, o Marupiara Jabuti-Bumbá encantou o público com suas canções e danças, que também incorporam elementos da religião popular Santo Daime.
A artista Deusa Maria do Nascimento Franca compõe o Jabuti-Bumbá desde sua fundação há 18 anos. Hoje, com 24 anos e cursando artes cênicas na Universidade Federal do Acre (Ufac), a estudante afirma que quando entrou “apenas” dançava e cantava, mas hoje é diretora de encenação, de dança, coordenadora do grupo e assistente de produção.
“Hoje a expectativa está ótima porque, eu estava olhando a programação, e estamos junto de vários grupos populares daqui! Eu fico muito feliz quando a gente está no meio da cultura popular; não é sempre que a gente está se apresentando, então quando nos apresentamos com essa galera dá uma alegria”, celebrou a artista.
Outra atração de destaque foi o grupo Lambada e Cia, com o espetáculo Boi Lunar. O grupo tem menos de três anos, mas mostra seu vigor com uma apresentação forte, colorida e coreografada. O espetáculo saiu da mente do artesão Dino Camilo da Silva, o “Lambada”, que dentro do grupo cumpre a função de diretor, coordenador e figurinista. O mesmo afirma que fazer o que faz é “coisa de doido”: “ É coisa de doido, mas é o que eu sou!”, celebra.
“Tenho 53 e a minha vida toda foi trabalhar com cultura. Dancei na quadrilha agora, fui o melhor noivo. Então a gente não para, é um um desafio, sempre um desafio e é prazeroso, é sempre uma expectativa que vai dar tudo certo, se público vai gostar, porque eu me preocupo muito com o público. Minha maior preocupação é com o público”, compartilha o artista.
Com uma programação diversificada e inclusiva, o Arraial Cultural 2024 reafirmou o compromisso do governo do Acre com a valorização e preservação de sua rica herança cultural, proporcionando momentos de alegria e celebração para todas as idades e origens.