Com o objetivo de apresentar o resultado dos trabalhos desenvolvidos pelas startups que participaram do Programa Inova Amazônia 2024, o governo do Acre, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapac), em parceira com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas nacional (Sebrae), promoveu nesta terça-feira, 20, o Demoday Acre (dia de demonstração).
O Programa Inova Amazônia contemplou 20 startups que receberam bolsas de apoio durante os seis meses do projeto, sendo custeadas em 50% Sebrae Nacional e 50% pelo governo do Acre.
“Fizemos um programa de aceleração das startups. São 20 startups de bioeconomia que, durante seis meses, cada uma recebeu R$ 6.500 e, na verdade, hoje é o encerramento, a apresentação de cada startup que a gente quer expor na Expoacre, para que a população conheça e saiba que no Acre tem startups incríveis, produtos inovadores e, basicamente, todos com foco na floresta amazônica, na nossa ancestralidade e biodiversidade”, pontuou o presidente da Fapac, Moisés Diniz.
Sobre a importante parceria, a coordenadora do Inova Amazônia no Acre, Shirley Marçal, explicou: “Nós da Fapac conseguimos aderir graças à sensibilidade do governo do Estado, que entendeu que os negócios e as soluções estão voltados para esse segmento da preservação do meio ambiente, da nossa Amazônia. Hoje nós conseguimos pagar bolsas para os donos das startups desenvolverem os seus negócios”.
Valorizando e apoiando a preservação do meio ambiente, a analista e coordenadora do Sebrae nacional para as regiões do Amazonas, Acre e Roraima, Valéria Schneider, destaca que: “A Amazônia tem um grande potencial, principalmente de uso dos seus recursos naturais. E a gente procura, por meio do programa, identificar essas ideias, essas empresas que possam se desenvolver por meio da inovação, e desenvolver novas soluções para a floresta”.
Inova Amazônia
O Inova Amazônia é um programa que apoia as soluções voltadas para a bioeconomia de todos os nove estados da região da Amazônia Legal. Na segunda edição do programa, que é uma parceria do Sebrae com a Fapac, foram desenvolvidas e apoiadas as ideias e negócios de bioeconomia, que envolveram a temática da sustentabilidade.
“Hoje é a demonstração de todo esse projeto, da entrega dos produtos que eles estão desenvolvendo. Quando eles entraram nesse programa, já tinham que estar com uma ideia sendo rodada e já tinham que estar comercializando. Esse recurso da bolsa veio para ajudar esses negócios no desenvolvimento a aprimoramento das soluções que eles já tinham”, acrescentou Shirley Marçal.
Demoday
O Demoday é a finalização desse programa de aceleração, feito em parceria entre Sebrae e governo do Acre, e que, durante seis meses, promoveu eventos, workshops, mentorias, consultorias e outras ferramentas que as empresas receberam para se dedicarem ao programa.
“Estamos muito felizes de ter a parceria do governo e da Fapac nesse processo aqui do Inova Amazônia. As 20 startups terão a oportunidade de se apresentarem para uma banca de jurados e para o mercado e mostrar o que elas desenvolveram ao longo desses 6 meses”, pontuou a representante do Sebrae nacional.
Com a startup Passi Flora projetos agro-sustentáveis, Patrícia Pal foi uma das contempladas com a bolsa. Ela explicou que sua startup cria oportunidades de pagamentos por serviços ambientais para produtores rurais, fomentando a agricultura sustentável, a preservação da vegetação nativa e a oportunidade de renda extra para o produtor rural.
“Oferecemos um serviço de diagnóstico da propriedade rural, fazendo a quantificação dos ativos ambientais dentro da propriedade rural. É gerado um relatório que é o produto que a gente entrega. E, a partir desse diagnóstico, conseguimos identificar quais são as melhores oportunidades de pagamentos por serviços ambientais, pois existe uma lei no Brasil que prevê que todo aquele que realiza ações que promovam a manutenção ou a melhoria das condições dos recursos naturais, é passível de remuneração financeira, mas os produtores rurais não sabem disso”, frisou.
A CEO da Passi Flora explica que aquele produtor que cumpre a legislação florestal, mantém a área de reserva legal, e a área de preservação permanente dentro da sua propriedade, ao mesmo tempo que desenvolve suas atividades produtivas, já tem direito ao PSA. “A nossa intenção é levar essa informação para o produtor rural e conectar ele com as oportunidades de projetos de pagamentos por serviço ambiental para gerar uma renda extra para ele e, assim, a gente promove a preservação da vegetação nativa, agricultura sustentável, enfim, agimos contra a mudança do clima, e é isso”.
Com relação à importância do apoio financeiro no desenvolvimento do projeto, Patricia relata: “Temos muita dificuldade de colocar um produto no mercado, um serviço no nosso caso, e conseguir fazer vendas recorrentes para garantir o sustento não só meu, mas da equipe que está comigo. Então, esse apoio financeiro vem como um respiro para a gente, que pode continuar desenvolvendo nosso produto e trabalhando toda a parte comercial, administrativa, tendo possibilidades de garantir a sobrevivência da empresa e manter a equipe”.
Sobre o papel do Inova Amazônia, a CEO da Passi Flora conta: “Esse programa veio para mostrar a importância de estruturar todo o processo de operação e também os processos de gestão para podermos ter solidez e crescer no mercado”, finaliza.
Contando com uma equipe de 5 pessoas, o CEO e co-fundador da Amazon no Forest, Kauã Galvão, desenvolve a Nanofruit, uma aplicação para o agronegócio, que é um spray aerosol que, quando aplicado sobre frutas e verduras, forma uma barreira para proteger ao redor do alimento, aumentando a durabilidade dele em até 10 dias e mantendo a sua qualidade, além de diminuir a proliferação de bactérias e fungos.
Com relação ao aporte financeiro recebido pelo Inova Amazônia, Kauã frisa: “Essencial! Não só o dinheiro nos auxilia na parte da legislação da startup e construção dela, como durante o programa tem orientação na parte de negócio, venda, governança, além dos contatos que você acaba conseguindo durante esse momento, que auxiliam bastante no período de crescimento e maturação da empresa”.
O CEO da Amazon Forest explica que a equipe dará seguimento no projeto e nas parcerias alcançadas. “Nosso produto ajuda de duas formas: a primeira é reduzindo o desperdício de alimentos, e a segunda está ligada à valorização da floresta em pé e ao incentivo do comércio local, pois a matéria-prima (manteiga de muru e óleo de copaíba) que origina o nosso produto vem de comunidades e cooperativas locais, com as quais nós conversamos e promovemos a circulação da economia e a sustentabilidade daquele lugar”.