Em setembro de 2024, os preços da indústria variaram 0,66% frente a agosto de 2024, oitavo resultado positivo seguido. Nessa comparação, 17 das 24 atividades industriais tiveram aumento de preços. O acumulado no ano foi de 5,51%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 6,06%. Em setembro de 2023, o IPP havia sido 1,06%.
Período
Taxa
Setembro de 2024
0,66%
Agosto de 2024
0,66%
Setembro de 2023
1,06%
Acumulado no ano
5,51%
Acumulado em 12 meses
6,06%
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.
Em setembro de 2024, os preços da indústria variaram 0,66% frente a agosto de 2024. 17 das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações positivas de preço ante o mês imediatamente anterior. Em comparação, 18 atividades haviam apresentado maiores preços médios em agosto em relação ao mês anterior.
As quatro variações mais intensas foram em indústrias extrativas (-5,85%); alimentos (3,70%); papel e celulose (-2,99%); e calçados e produtos de couro (-2,01%).
Índice de Preços ao Produtor, segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Seções
Variação (%)
M/M₋₁
Acumulado no Ano
M/M₋₁₂
Jul/2024
Ago/2024
Set/2024
Jul/2024
Ago/2024
Set/2024
Jul/2024
Ago/2024
Set/2024
Indústria Geral
1,53
0,66
0,66
4,13
4,82
5,51
6,58
6,49
6,06
B – Indústrias Extrativas
3,48
-5,09
-5,85
1,55
-3,62
-9,27
12,44
0,15
-9,22
C – Indústrias de Transformação
1,43
0,96
0,97
4,26
5,26
6,28
6,30
6,81
6,87
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas
Alimentos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de setembro e de agosto. A atividade foi responsável por 0,90 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 0,66% da indústria geral. Ainda nesse quesito, outras atividades que também sobressaíram foram indústrias extrativas, com -0,27 p.p. de influência, refino de petróleo e biocombustíveis (-0,13 p.p.) e papel e celulose (-0,10 p.p.).
O acumulado no ano foi de 5,51% em setembro. A título de comparação, no último ano (2023), a taxa acumulada até o mês de setembro havia sido de -5,48%.
Entre as atividades que, em setembro de 2024, tiveram as maiores variações no acumulado no ano, sobressaíram-se: metalurgia (16,61%), madeira (12,61%), fumo (12,57%), e papel e celulose (11,50%). Os setores com maior influência no resultado agregado foram: alimentos (1,86 p.p.), metalurgia (0,97 p.p.), outros produtos químicos (0,87 p.p.) e indústrias extrativas (-0,46 p.p).
No acumulado em 12 meses, calculado comparando os preços de setembro de 2024 aos de setembro de 2023, a variação foi de 6,06% neste mês de referência. No mês antecedente (agosto/2024), este mesmo indicador havia registrado taxa de 6,49%.
Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação de setembro com o mesmo mês do ano anterior foram: metalurgia (14,88%); bebidas (13,34%); papel e celulose (13,33%); e outros produtos químicos (10,96%). As maiores influências para o resultado vieram dos seguintes setores: alimentos (2,63 p.p.); metalurgia (0,89 p.p.); outros produtos químicos (0,85 p.p.); e indústrias extrativas (-0,46 p.p.).
Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de setembro repercutiu assim: 0,17% de variação em bens de capital (BK); 0,27% em bens intermediários (BI); e 1,34% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,58%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de 1,49%.
A principal influência veio de bens de consumo, cujo peso na composição do índice geral foi de 37,29% e respondeu por 0,50 p.p. da variação de 0,66% nas indústrias extrativas e de transformação.
Completam a lista, bens intermediários, com influência de 0,15 p.p. e bens de capital com 0,01 p.p. No caso de bens de consumo, a influência observada em setembro se divide em 0,04 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e 0,46 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Índice de Preços ao Produtor, variação segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Grandes Categorias Econômicas
Variação (%)
M/M₋₁
Acumulado no Ano
M/M₋₁₂
Jul/2024
Ago/2024
Set/2024
Jul/2024
Ago/2024
Set/2024
Jul/2024
Ago/2024
Set/2024
Indústria Geral
1,53
0,66
0,66
4,13
4,82
5,51
6,58
6,49
6,06
Bens de Capital (BK)
0,94
-0,09
0,17
3,38
3,28
3,45
3,52
3,28
3,08
Bens Intermediários (BI)
1,94
0,36
0,27
3,75
4,12
4,40
7,34
6,14
4,60
Bens de Consumo (BC)
1,03
1,29
1,34
4,86
6,21
7,63
6,09
7,69
8,94
Bens de Consumo Duráveis (BCD)
0,17
0,59
0,58
1,53
2,13
2,72
2,22
2,45
3,03
Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND)
1,20
1,43
1,49
5,54
7,04
8,64
6,89
8,78
10,16
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas
No acumulado no ano, a variação chegou a 3,45%, no caso de bens de capital; 4,40% em bens intermediários; e 7,63% em bens de consumo – sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 2,72%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 8,64%.
Em termos de influência no resultado acumulado no ano, bens de capital foi responsável por 0,27 p.p. dos 5,51% verificados na indústria geral até setembro deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por 2,45 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de 2,79 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,17 p.p. devido às variações nos preços de bens de consumo duráveis, e 2,62 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 3,08% em setembro de 2024. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram 4,60% neste intervalo de um ano e a variação em bens de consumo foi de 8,94%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 3,03%, e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 10,16%.
Com peso de 37,29% no cálculo do índice geral, bens de consumo foi responsável por 3,25 p.p. dos 6,06% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de setembro de 2024, houve, ainda, influência de 2,57 p.p. de bens intermediários e de 0,24 p.p. de bens de capital.
O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,19 p.p. por bens de consumo duráveis, e em 3,06 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, esse último com peso de 83,75% no cômputo do índice daquela grande categoria.
Indústrias extrativas: pelo segundo mês consecutivo, na comparação entre os preços do mês contra o do mês anterior, a variação foi negativa, -5,85%. Com isso, o acumulado no ano foi de -3,62%, em agosto, para -9,27%, em setembro. No acumulado em 12 meses, a variação foi de -9,22%, a mais intensa, no campo negativo, desde agosto de 2023 (-11,00%).
O destaque dado às indústrias extrativas se deve ao comportamento dos preços entre agosto e setembro. Foi a maior variação no indicador mensal. Em termos de influência, foi a segunda no mensal (-0,27 p.p., em 0,66%) e a quarta tanto no acumulado no ano (-0,46 p.p., em 5,51%), quanto no acumulado em 12 meses (-0,46 p.p., em 6,06%).
Assim como em agosto, os preços dos principais produtos em peso no cálculo do setor, “óleos brutos de petróleo” e “min. ferro e seus concentrados, exc. pelotizado/sinterizado”, seguiram a mesma tendência de queda, seguindo o mercado internacional.
Alimentos: em setembro, os preços da indústria alimentícia, quando comparados aos do mês anterior, variaram, em média, 3,70%, o maior aumento desde outubro de 2020 (4,67%). Com esse aumento, o acumulado no ano saltou de 3,70%, em agosto, para 7,54% em setembro, o que se tornou o maior resultado de setembro desde 2021 (14,82%). Na comparação com setembro de 2023, os preços variaram 10,92%, maior resultado desde agosto de 2022 (12,72%). Em termos de número-índice, o de setembro (187,12) é o segundo maior da série, perdendo para o de julho de 2022 (188,97).
O setor teve a segunda maior variação no mês, a única positiva dentre as quatro mais intensas. Em termos de influência, foi a primeira nos três indicadores calculados: mensal (0,90 p.p., em 0,66%), acumulado no ano (1,86 p.p., em 5,51%) e acumulado em 12 meses (2,63 p.p., em 6,06%). Além disso, tem o maior peso atual, 25,20%.
Os produtos destacados apresentaram variação positiva de preços, com exceção de “sorvetes, picolés e produtos gelados comestíveis”, na comparação entre os preços de setembro e agosto. Nesse mesmo indicador, dois produtos aparecem tanto em destaque em termos de variação, quanto de influência: “açúcar VHP (very high polarization)” e “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”. Em termos de influência, completam a lista dos quatro destaques (respondendo por 2,39 p.p., em 3,70%): “óleo de soja em bruto, mesmo degomado” e “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”. O aumento de preços de “açúcar VHP (very high polarization)” se explica pela oferta limitada, provocada em parte pelas temperaturas altas e pela estiagem observadas ao longo do ano. Não é muito diferente o que ocorreu com o preço de “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, uma vez que o clima hostil, agravado pelas queimadas, diminuiu a oferta de bois para abate. Ao lado disso, a melhora da renda tem pressionado o preço do produto, via aumento da demanda. Demanda aquecida também ajuda a entender o aumento dos preços do “óleo de soja em bruto, mesmo degomado”, no caso, aumento da demanda das esmagadoras pela semente (aumento de custo, portanto), mas também pelo próprio produto. Por fim, no caso de “leite resfriado e/ou pré-aquecido”, o período alongado de seca impactou o preço do leite in natura e, consequentemente, do industrializado. Paralelamente, a demanda aquecida, num ambiente de melhora da renda interna, pressiona também o mercado.
Na passagem de agosto para setembro, “abate e fabricação de produtos de carne” (4,33%), “laticínios” (3,89%) e “fabricação e refino de açúcar” (6,56%) mostraram variação de preços acima da média (3,70%), o que está em linha com os produtos destacados anteriormente.
Papel e celulose: os preços médios no setor recuaram 2,99% em setembro frente a agosto, após certa estabilidade no mês anterior (-0,12%) e compensando em grande medida a alta de julho frente a junho (3,77%). No ano, o produtor chegou a setembro com 11,50% de alta nos preços praticados na porta da fábrica e, em 12 meses, o acumulado foi de 13,33%.
Muito aderentes à cotação internacional da celulose, os preços da atividade vêm respondendo, no curto prazo e nos indicadores de maior intervalo temporal, aos choques nesse mercado. Com um peso amostral de aproximadamente 34% no cálculo do índice setorial, a “pasta química madeira, à soda/sulfato, exc. pasta dissolução” foi o produto com maior influência no resultado da comparação com agosto, no resultado acumulado no ano e na comparação com o mesmo mês de 2023.
Refino de petróleo e biocombustíveis: depois de sete meses de variações positivas consecutivas de preços, houve recuo na passagem de agosto para setembro. Os preços do setor variaram em média -1,27%. Com isso, o acumulado no ano saiu de 1,63%, em agosto, para 0,34% em setembro. No acumulado em 12 meses, a variação voltou ao campo negativo, -2,06%, o que não acontecia desde abril de 2024 (-9,64%).
O setor, que é o segundo em termos de peso atual (10,14%), se destacou por ter sido a terceira influência no indicador mensal (-0,13 p.p., em 0,66%).
No indicador mensal, todos os produtos destacados apresentaram queda de preços. Todavia, os dois de maior peso no cálculo do setor – na ordem, “óleo diesel” e “gasolina, exceto para aviação” – não aparecem em nenhum dos dois casos. Seja como for, a influência dos quatro produtos destacados foi de -1,33 p.p. em -1,27%, o que significa que os demais seis produtos tiveram uma influência positiva (0,06 p.p.).
Outros produtos químicos: com preços estáveis na comparação entre setembro e agosto (0,06%), a indústria química foi destaque no mês em razão dos seus resultados de mais longo prazo. Com o terceiro maior peso no cálculo do IPP (8,13%), o setor registrou a quarta alta mais intensa no comparativo em 12 meses, 10,96%, e esteve entre as quatro influências mais intensas no acumulado no ano (em que o setor variou 11,36%) e em 12 meses, contribuições de 0,87 p.p e 0,85 p.p, respectivamente, nas variações de 5,51% e 6,06% da indústria geral nesses indicadores.
A estabilidade no mês reflete um perfil difuso de ajustes de preços frente ao praticado no mês anterior. Nos produtos consumidos na lavoura, os fertilizantes, produtos de maior peso no cálculo setorial, apresentaram menores preços, enquanto os herbicidas, segundo maior peso, registraram alta. Ainda na perspectiva dos produtos com maior influência no resultado setorial, na petroquímica, “propeno (propileno) não saturado” foi vendido mais caro na porta da fábrica, ao passo que o “polietileno linear, com densidade inferior a 0,94”, foi negociado a menores preços.
O resultado dos fertilizantes, em baixa, seguiu o comportamento sazonal da demanda nas principais monoculturas do país, com procura concentrada em meses anteriores. Em contraponto, a produção de macronutrientes ainda exibiu ligeira alta, num contexto de repasse de maiores custos de importação de insumos.
Metalurgia: em setembro, a variação de preços da atividade foi de 0,97% em relação ao mês anterior, chegando ao décimo resultado positivo consecutivo nesse indicador. Com isso, nos nove primeiros meses de 2024, a atividade acumulou uma alta de 16,61%, se destacando como a maior variação e segunda maior influência (0,97 p.p. em 5,51%) nesse indicador dentre todas as 24 atividades pesquisadas. No acumulado em 12 meses, os preços de setembro de 2024 estavam, em média, 14,88% maiores que os de agosto de 2023. Essa variação também se destaca, dentre as demais atividades, como a mais intensa nesse indicador, além de ser a segunda principal influência (0,89 p.p. em 6,06%).
Dos quatro produtos de maior influência na variação mensal, três deles seguiram na mesma direção do setor e apresentaram resultados positivos no mês, sendo dois produtos do grupo de metais não ferrosos (“ouro para usos não monetários” e “óxido de alumínio (alumina calcinada)”) e um do grupo de siderurgia (“vergalhões de aços ao carbono”). O outro produto de destaque, também do grupo de siderurgia, seguiu na direção contrária e influenciou negativamente o resultado setorial: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”. Esses quatro produtos de maior influência, de agosto para setembro, impactaram o resultado da atividade em 0,72 p.p., cabendo, portanto, 0,25 p.p. aos demais 20 produtos.
O grupo de maior influência, tanto no resultado do mês quanto nos resultados dos indicadores de mais longo prazo, foi o de metais não ferrosos. Suas variações costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais e têm sido impactadas, principalmente, por variações da cotação do alumínio e do ouro. Vale lembrar também a importância da taxa de câmbio para explicar o resultado do setor: apesar de em setembro o dólar ter apresentado uma leve depreciação de 0,2% frente ao real, a taxa de câmbio já acumula uma alta de 13,2% em 2024 e de 12,2% nos últimos 12 meses.
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