A decisão do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, de proibir a circulação de carretas na avenida Jorge Teixeira nos horários de pico está gerando reações do setor produtivo. A diretora da Aprosoja Rondônia, Antonielly Rottoli, criticou a medida e alertou para os impactos negativos no agronegócio e no transporte de cargas no estado.
De acordo com Antonielly, a restrição pode comprometer a logística de escoamento de produtos essenciais, afetando produtores e caminhoneiros. “O senhor prefeito já foi ali no posto Miriam, próximo à cidade? Já viu as centenas de carretas paradas esperando descarregar? E isso que estão podendo hoje circular a qualquer horário”, questiona. Ela reforça que a decisão pode resultar em atrasos e prejuízos significativos. “Estamos falando de produtos perecíveis como soja, milho e outros, que dependem de logística eficiente para garantir sua qualidade e viabilidade.”
Para a Aprosoja, a gestão municipal deveria buscar alternativas que não penalizem o setor produtivo. “Ao invés de adotar medidas restritivas que penalizem o setor, é fundamental que a gestão municipal busque a alternativa mais eficiente e sustentável. Investir em políticas públicas que melhorem o fluxo logístico, como a criação de rotas alternativas e a modernização da infraestrutura viária, são caminhos mais sensatos para mitigar o problema sem prejudicar quem move a economia do estado”, defende Antonielly.
A diretora da Aprosoja também alerta para as possíveis consequências da proibição. “O agronegócio é um dos pilares da economia de Rondônia e qualquer entrave logístico pode repercutir diretamente no bolso de quem produz e de nós como consumidores”, afirma. “Soluções simplistas para problemas complexos podem criar mais entraves do que benefícios. O diálogo com o setor produtivo é essencial para construir estratégias que respeitem a dinâmica econômica e garantam o desenvolvimento sustentável da região.”
Prefeito defende medida e cita redução de acidentes
A decisão anunciada por Léo Moraes foi oficializada após um ofício encaminhado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que acatou o pedido. A restrição entra em vigor no início de abril, e, até lá, a Central de Trânsito (Centran) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizarão campanhas educativas para motoristas.
“Conseguimos! As carretas ficarão proibidas de circular na Jorge Teixeira nos horários de pico”, declarou o prefeito em um vídeo publicado nas redes sociais. “Encaminhamos um ofício ao Dnit solicitando essa mudança, porque, nesses horários, o grande número de carretas causa engarrafamentos e, o pior, já resultou na perda de muitas vidas em acidentes.”
Segundo Léo Moraes, a fiscalização da medida ficará a cargo da PRF. “Essa é mais uma conquista para melhorar a mobilidade urbana da nossa cidade. E vamos em busca de muito mais. Vamos juntos transformar a nossa Porto Velho!”
Impactos no setor produtivo e a necessidade de diálogo
Enquanto a prefeitura comemora a decisão como um avanço na mobilidade urbana, a Aprosoja Rondônia segue alertando para os reflexos no setor agropecuário. Para Antonielly Rottoli, restringir o tráfego de carretas sem planejamento pode desorganizar a logística do transporte de grãos e gerar custos adicionais aos produtores e caminhoneiros.
A entidade defende que o diálogo entre setor produtivo e poder público é essencial para encontrar soluções que garantam o fluxo logístico sem comprometer a economia. “É preciso compreender que soluções simplistas para problemas complexos podem criar mais entraves do que benefícios”, reforça a diretora da Aprosoja.