“Vinho é contemplação. Charuto é terapia. Comunicação é paixão.” Assim pode ser resumida a participação do jornalista, professor e comunicador Alessandro Lubiana no episódio especial do quadro Politicando, do podcast Folha Nobre, apresentado por Ivan Lara.
Durante mais de uma hora de conversa, Lubiana percorreu sua trajetória na comunicação, relembrou momentos de tensão vividos no jornalismo combativo do início dos anos 2000 — incluindo atentados à emissora em que trabalhava — e compartilhou lições valiosas sobre política, jornalismo e estilo de vida.
Das rádios do interior à direção da comunicação em Porto Velho
Nascido em Ouro Preto do Oeste e criado no campo, Lubiana contou que a paixão pelo microfone surgiu ainda na infância. “Eu ouvia muito rádio e queria ser locutor. Saía pelo sítio falando sozinho, com um pedaço de pau na mão. Os vizinhos achavam que eu tinha problema mental”, brincou.
Seu primeiro trabalho foi anunciando ônibus na rodoviária de Ji-Paraná. De lá, trilhou um caminho sólido: passou por rádio comunitária, jornal impresso, televisão e direção de grandes grupos de mídia. “A maior escola foi a liberdade que tive na Rede Vida. Fazíamos jornalismo com coragem, denunciando o que precisava ser dito”, lembrou. “A emissora foi atacada. Jogaram uma bomba e deram mais de 10 tiros. Ameaças de morte começaram a surgir. E aí, quando minha filha nasceu, percebi que não queria ser um herói morto. Queria vê-la crescer.”
Política, poder e bastidores da comunicação pública
Lubiana também falou sobre sua atuação como secretário de comunicação da Prefeitura de Porto Velho e, posteriormente, da Assembleia Legislativa de Rondônia. “Tive a honra de trabalhar para dois homens públicos sérios e honestos: o prefeito Hildon Chaves e o deputado Alex Redano. Aprendi muito com eles. Política precisa ser feita com seriedade e vocação.”
Quando questionado sobre ter entrado para a política, foi direto: “Nunca quis ser candidato. Não me vejo sorrindo pra quem me chama de ladrão. Política exige uma resistência que eu não tenho. Trabalho para quem tem vocação pra isso.”
De jornalista a sommelier: vinho, charuto e viagens como estilo de vida
Em um dos momentos mais descontraídos do episódio, Lubiana deu uma verdadeira aula sobre vinhos. Trouxe um Syrah francês, explicou o ritual do sommelier, o uso correto da taça e até as regras de harmonização. “Vinho é para celebrar. Não se toma vinho com raiva”, afirmou. “Se você quer começar, escolha uvas como Pinot Noir, Cabernet Sauvignon ou Malbec. Esqueça os vinhos ‘reservados’. Procure os ‘reserva’ – são os que valem a pena.”
Ele também destacou o prazer pelas viagens e o blog que criou para compartilhar experiências. “Viajar é sair da zona de conforto. Cura depressão, inspira e faz você crescer. Se você nunca teve uma grande ideia, talvez seja porque nunca viajou.”
Projetos futuros e paixão pela docência
Lubiana revelou que prepara um novo livro sobre sua experiência em comunicação institucional. “Já escrevi dois livros científicos, frutos do mestrado e doutorado. Mas agora quero escrever sobre os bastidores da comunicação pública, para deixar esse legado.”
Um encerramento com lição de vida
Ao fim do episódio, deixou uma mensagem inspiradora: “A gente trabalha porque precisa, mas quero me preparar para viver. Contemplar a vida. E a viagem tem esse papel de curar, de reconectar com o que importa.”
O podcast completo está disponível no canal da Folha Nobre e será dividido em cortes nas redes sociais. Um dos episódios mais ricos do Politicando até hoje — imperdível para quem ama comunicação, aprecia um bom vinho e acredita na força de uma boa história.