O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso na manhã desta quarta-feira (25/11) pela Polícia Federal.
Também foram realizadas buscas e apreensões no gabinete do senador, no Congresso. Além de Delcídio, a PF prendeu o chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, que defendeu Nestor Ceveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras e o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que ele tentava atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
Delcídio havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.
O senador teria até mesmo oferecido possibilidade de fuga a Cerveró em troca de ele não aderir ao acordo de delação premiada com a Justiça, revelando as irregularidades da operação.
A conversa foi gravada por um filho de Cerveró.
Essa é a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo. Neste tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente.
De acordo com a Constituição em casos de prisão em flagrante “os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.
A decisão do ministro Teori Zavascki atende ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ministro pediu que fosse convocada para a manhã desta quarta a realização de uma sessão extra da segunda turma do tribunal, que é responsável pelos casos que envolvem o esquema de corrupção da Petrobras.
Delcídio
O político Delcídio do Amaral ingressou nos quadros do Executivo nos anos 1990. Em março de 1994 ocupou a secretaria executiva do Ministério das Minas e Energia, onde permaneceu até setembro. No final do governo Itamar Franco foi ministro de Minas e Energia, de setembro de 1994 a janeiro de 1995.
Foi filiado ao PSDB de 1998 a 2001. Fez parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante o Escândalo do Apagão, a crise de energia de 2000/2001 no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Fonte: Jornal do Brasil