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O presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira no Rio Grande do Norte (ABIH-RN), José Odécio, pôs em dúvida os critérios usados por organismos internacionais que colocam o estado, desde o ano passado, entre os mais violentos do mundo.
“Como não conheço os critérios usados, não quero discuti-los, mas não creio que a sensação das pessoas aqui confirme exatamente o que sustentam esses estudos que, uma vez tornados públicos, servem para afugentar os turistas de nossas praias”, afirmou.
Odécio, que participou nesta quarta-feira, 14, do lançamento do calendário de eventos para a promoção do destino RN no Brasil e no exterior, num trabalho conjunto entre a ABIH e o Governo do Estado, considera que os números não refletem o confronto diário entre a polícia e os criminosos e o confronto dos criminosos entre si por território.
“Longe de mim dizer que o problema não seja muito sério, mas definitivamente não é na dimensão em que é passada para as pessoas, o que só prejudica o nosso turismo economicamente”, afirmou.
O Turismo engloba 55 diferentes atividades econômicas e, entre elas, a hotelaria fica aproximadamente com 15% do que o setor fatura como um todo.
“Toda a vez que aparece uma pesquisa dessas no noticiário – e elas são muitas desde o ano passado -, turistas deixam de visitar o nosso destino e quem sofre são a economia e as milhares de pessoas que sobrevivem dela”, acrescenta Odécio.
A pesquisa da vez, divulgada poucos dias atrás, foi organizada pela sociedade civil mexicana Segurança, Justiça e Paz, que realiza esse levantamento anualmente com base em taxas de homicídios por 100 mil habitantes, que é a medida universal utilizada para medir a violência.
Segundo esse estudo, o Brasil é o país com o maior número de cidades entre as 50 áreas urbanas mais violentas do mundo. São 17 cidades com mais de 300 mil habitantes listadas no ranking, encabeçado pela mexicana Los Cabos (com 111,33 homicídios por 100 mil habitantes em 2017) e pela capital venezuelana, Caracas (111,19).
Natal aparece em quarto lugar, com 102,56 homicídios por 100 mil habitantes, um número que coloca a capital potiguar entre as que sofrem com “violência epidêmica”, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera assim uma taxa acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes.