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Maior estiagem não é sinônimo de mais crise hídrica, afirmam especialistas

17/03/2018
in Política

As mudanças climáticas em curso no planeta devem alterar de forma significativa a frequência de chuvas e impactar nos sistemas de abastecimento de água, mas o acesso da população a esse bem fundamental vai depender de como a sociedade desenvolve suas políticas públicas para o setor. Esta foi a principal conclusão do debate Planeta Água, promovido pela Fundação Banco do Brasil, nesta sexta-feira (16). O debate é parte da programação da mostra de cinema Planeta Água, que exibe até domingo (18) uma série de filmes que traçam um painel do pensamento mundial sobre a situação da água. O evento também antecipa os temas que estarão em discussão no 8º Fórum Mundial da Água, que começa domingo e vai até o dia 23 deste mês.

Para discutir o assunto, foram convidados o ambientalista Sérgio Basserman, membro do Conselho Diretor da WWF Brasil e atual presidente do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico, o filósofo Naidisson de Quintella Baptista, coordenador nacional da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), e Joaquim Gondim, especialista em Recursos Hídricos e superintendente de Operações e Eventos da Agência Nacional das Águas (ANA).

“Todos os estudos relacionados às mudanças climáticas vão na direção de dizer que as secas serão mais frequentes e intensas, e as enchentes também mais frequentes e intensas. A estiagem, portanto, vai continuar existindo. A transformação dessa seca em uma crise é que depende de como a sociedade vai enfrentar esses extremos”, disse  Joaquim Gondim. Para Gondim, será preciso garantir que o planejamento seja cumprido. “Tem que ter mais resiliência. Se tiver uma previsão de construir uma nova estação de tratamento, ou trazer um manancial, e isso não for feito, ficaremos mais vulneráveis”, acrescenta.

Segundo Sérgio Besserman, do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico, do Rio de Janeiro, o aumento da temperatura da Terra vai deslocar as chuvas, que não cairão mais nos mesmos lugares. “Nesses outros lugares as chuvas não serão recolhidas com a mesma eficiência para os reservatórios e rios que abastecem a população”, observou. Frente a essa circunstância, o ambientalista propõe ênfase na melhoria do saneamento básico das cidades. “Temos que começar a pensar em tratar a água e reutilizá-la para agricultura, para lavagem nas cidades, para diversos outros usos. Em algumas estações de tratamento de vanguarda no mundo, a água, depois de tratada, é mais limpa e saudável do que a água distribuída para as pessoas. Por quê não tratar a água de esgoto e reabastecer os aquíferos com ela?”, propõe Besserman, ao lembrar que saneamento básico ainda traz outras “externalidades” positivas, como a melhoria da saúde da população em geral, que gera economia de recursos públicos.

Soluções locais

Cisterna construída na região do semiárido, na Paraíba   Foto Camila Bohem/Agência Brasil

Estima-se que existam atualmente 1,25 milhão de cisternas no Semiárido  Camila Bohem/Arquivo/Agência Brasil

 

O desenvolvimento de tecnologia social para ser apropriada pela população deve ser o norte das políticas públicas que garantam o acesso à água. Foi o que motivou a ASA, uma rede que envolve mais de 3 mil organizações no Nordeste e norte de Minas Gerais, a dar início ao programa de cisternas, que começou no início dos anos 2000. Atualmente, há mais de 1,25 milhão de cisternas instaladas em todo o Semiárido. “Conviver com o Semiárido não é combater a seca. Até porque, lá chove. Centramos nossa atenção na estratégia do armazenamento dessa água”, explica o coordenador nacional da ANA, Naidisson de Quintella. Segundo o filósofo, o programa atende a mais de 6 milhões de pessoas, que passaram a ter acesso regular à água potável, um processo real de democratização. O programa também levou cidadania e autonomia para a população, que deixou de depender do favor de políticos para o abastecimento e o acesso a um direito fundamental.

Naidisson disse que é preciso enfrentar o “uso indisciplinado” da água, causado, por exemplo, pelo desmatamento desenfreado de biomas como Cerrado e Amazônia, onde estão importantes mananciais, mas também lutar contra o que chamou de “privatização da água”. “É claro que temos os efeitos das mudanças climáticas, a crise que isso gera, mas temos também a questão política, me preocupa a discussão no Congresso que fala em ‘mercado da água’, como se ela fosse um produto. Na Bacia do São Francisco, por exemplo, a água está nas mãos das empresas, e as comunidades que vivem às margens do rio não têm esse acesso, dependem das cisternas. Isso é ridículo”, afirmou.

O Fórum

O 8º Fórum Mundial da Água é organizado no Brasil pelo Conselho Mundial da Água, pelo Ministério do Meio Ambiente, representado pela Agência Nacional de Águas (ANA), e pelo governo do Distrito Federal, representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal.

Edição: Nádia Franco

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-03/maior-estiagem-nao-e-sinonimo-de-que-havera-mais-crise-hidrica-afirmam

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