Agur ensinou a sabedoria inspirada para a sua vida através de conjuntos de quatro coisas (Pv 30:11-31). Aqui está o segundo conjunto de quatro tipos de homens identificados por um pecado particular. A maioria dos homens se auto justificam em maior ou menor grau, mas há alguns que são excepcionalmente soberbos em sua arrogante religiosidade. São puros aos seus próprios olhos e, apesar disto, não foram lavados dos seus pecados.
A palavra “geração” é usada aqui para descrever um tipo de homem, um tipo pessoa, ou um tipo individual específico. Isto não é uma profecia a respeito de pessoas que nascerão no futuro, quando os homens seriam auto justificados, pois todas as épocas tiveram tais pecadores. Não é uma referência direta aos homens maus que viviam no tempo de Jesus Cristo, pois tal uso seria único no livro de Provérbios e sem nenhuma sabedoria prática de vida. As quatro gerações poderiam estar vagamente ligadas aos quatro tipos temperamentais – sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático – pois cada temperamento tem suas tendências instintivas. Mas a sabedoria ensinada é mais do que uma disposição temperamental: as quatro lições são pecados específicos e os seus deveres relacionados. Ao invés de designarmos temperamentos para cada geração, aprenda o pecado identificado e a sabedoria correspondente de cada geração.
A segunda geração, ou tipo de pessoa má, se auto justifica a respeito da sua própria pureza. Ele, ou ela, possuem um coração soberbo para com a palavra de Deus, presumindo que isso não se lhes aplica. Confiante em sua própria sabedoria e padrão de santidade, ele olha para os outros como inferiores e se senhoreia sobre eles em fala e conduta. Ele sente que Deus é obrigado a aceitá-lo e que assim fará. Ele não vê nenhuma necessidade de se auto examinar e se arrepender.
O que é auto justificação? É a mulher que despreza uma adúltera, enquanto defrauda o seu marido seis noites, da semana (ICo 7:1-5). É um homem tolo falando com uma boca grande pensando que a pregação a respeito da língua é para os outros (IICo 13:5). É uma mulher obesa comendo três sobremesas em uma refeição comum na igreja onde cada um participa levando um prato ou uma porção de comida (Lc 21:34). É uma mulher desagradável que se recusa a aprender a ser agradável em razão da sua soberba (Pv 27:22). É a jovem soberba que ridiculariza um aviso e afirma que isso jamais ocorreria com ela (ICo 10:12).
É Simão, o fariseu, que despreza a mulher pecadora que está aos pés de Jesus (Lc 7:36-50). É o fariseu agradecendo a Deus por não ser tão pecador quanto o publicano (Lc 18:9-14). São os judeus condenando um homem que nasceu cego e os seus pais por fazerem perguntas que eles não podiam responder (Jo 9:13-34). É o homem que não é capaz de pedir desculpas, mesmo quando fica provado que ele estava errado. É o homem que se gaba do seu relacionamento com Deus, mas não consegue se relacionar com os outros. É a mulher que diz que o Espírito a ensinou e que ela não precisa da Bíblia.
Há lições que precisam ser descobertas através do estudo da palavra (Pv 1:6). O mundo sempre teve pessoas soberbas e auto justificadas. O que você deveria aprender? Existem pelo menos cinco lições: Deus odeia a auto justificação; Ele só aceita os humildes; você precisa aprender a odiar o pecado; você deve evitar a tendência para com o pecado; e você deve exercitar isto bastante para também tirá-la dos seus filhos.
Deus odeia os auto justificados. Ele condenou os orgulhosos judeus que diziam “Sou mais santo do que você” (Is 65:1-7). Jesus detonou os líderes religiosos do seu dia por causa da sua auto justificação (Lc 16:15; Lc 18:9-14). Eles tinham pervertido a lei de Deus por falsas definições (Lc 10:25-37), e desprezavam pecadores (Lc 7:36-50). Jesus não veio por causa do auto justificados, e Ele esperava que os Seus discípulos excedessem seus padrões lamentáveis (Mt 5:20; Mc 2:15-17).
Deus ama o pobre de espírito – aqueles quebrantados e contritos por causa dos seus pecados e de suas iniquidades (Sl 34:18; 51:16-17; 138:6; Is 57:15; 66:2). Jesus veio a este mundo para salvar pecadores e Paulo assumiu que era o principal entre eles (ITm 1:15). Deus resiste ao orgulhoso, mas Ele dá graça aos humildes (IPe 5:5-6). Os pobres de espírito são herdeiros abençoados do céu (Mt 5:3). Se você vem a Jesus Cristo por qualquer outro caminho, Ele não o receberá (Mc 2:17).
Você deve odiar a auto justificação, pois ela é um pecado condenatório. Se permitido alojar em seu pensamento, você rejeitará a própria correção e a instrução que você precisa para agradar a Deus, pois você acreditará que está livre de sérios defeitos (Pv 26:12; Gl 6:3). Você ressentirá os seus pais ou pastores que tentam lhe corrigir, repreender, ensinar e advertir. Você precisa se tornar um tolo, admitir que não é nada e desprezar o seu próprio coração (Jr 17:9; ICo 3:18; Ef 3:8).
Você não pode se dar ao luxo de qualquer auto decepção nesta questão. Você é um pecador, com desejos pecaminosos, e tendências pecaminosas. Portanto, você deve aplicar toda a pregação e ensino a si mesmo, não aos outros. O hipócrita que deseja remover um cisco dos olhos de outro enquanto tem uma trave no seu próprio, tem um sério problema com a auto justificação (Mt 7:3-5). Você deve se apavorar de até pensar em endurecer o seu coração contra a instrução (Pv 28:14).
Treine o seu filho a ser humilde, quebrantado por causa do pecado e contrito pelas falhas. Se você não o fizer, eles se tornarão adultos com conceitos de auto justificação que os destruirá. Eles rejeitarão a instrução, olharão para os outros com desprezo e provocarão ao Senhor a ponto Dele se tornar inimigos deles. Exalte os santos padrões de Deus e ensine o auto criticismo e o autoexame acima da autoestima. Ensine-os que sem a graça de Deus através de Jesus Cristo eles estão completamente perdidos.