A presidente Dilma Rousseff anunciou no sábado (5), após reunião de trabalho em Recife (PE), o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. A estratégia envolve a mobilização de ministérios e órgãos do governo federal, em parceria com estados e municípios, para conter novos casos da doença relacionados ao zika vírus.
O plano é dividido em três eixos de ação: mobilização e combate ao mosquito aedes aegypti (vetor de transmissão de microcefalia, dengue e febre chikungunya); atendimento às pessoas; e desenvolvimento tecnológico, educação e pesquisa. Essas medidas emergenciais serão colocadas em prática para intensificar as ações já em curso de combate ao mosquito.
“A nossa principal preocupação é que isso possa se caracterizar uma doença que tenha caráter nacional, mais de 14 estados. Não é questão de pânico. Sabemos que isso tem que ser combatido, pois isso afeta crianças, que são o futuro do Brasil”, declarou a presidente.
O governo federal dá início à campanha em parceria com o governo de Pernambuco, estado que tem o maior número de casos. “Aqui tem o maior número de dados comprovados porque a vigilância sanitária aqui é muito ativa. Mas o certo é que está se espalhando por vários estados”, alertou.
Dilma anunciou também que na próxima terça-feira (8) irá realizar, em Brasília, uma reunião com governadores e associação de prefeitos para dar início a uma mobilização nacional. “É uma questão que tem que unir todos nós, uma questão de saúde pública do Brasil”, conclamou.
Com o crescente número de casos de microcefalia no País, o Ministério da Saúde declarou em novembro Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.
Até o último dia 28, 1.248 crianças nasceram com suspeita deste problema grave, que prejudica o desenvolvimento. Desde então, o governo federal está mobilizado para estudar e controlar a situação.
O combate ao mosquito é fundamental para o controle do surto de microcefalia. Será instalada a Sala Nacional de Coordenação Interagências, que funcionará no Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), no Ministério da Integração Nacional. Também serão instaladas salas estaduais.
Serão realizadas mobilizações com agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias para reforçar a orientação à população. As Forças Armadas e a Defesa Civil vão dar apoio logístico para transporte e distribuição de inseticidas e de profissionais de saúde.
O Programa Saúde na Escola vai envolver professores, alunos e familiares no combate ao mosquito. Também serão realizadas ações de mobilização entre os profissionais e usuários dos Centros de Referência de Assistência Social, da Rede de Segurança Alimentar e beneficiários do Bolsa Família.
Está prevista ainda a capacitação de profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social, defesa civil e militar, além de profissionais de reabilitação e os especializados em resposta epidemiológica e equipes de saúde da família.
Para garantir o cuidado adequado às gestantes e bebês, o Ministério da Saúde está disponibilizando a todos os profissionais de saúde o Protocolo e Diretrizes Clínicas para o atendimento da microcefalia. Além disso, será ampliada a cobertura de tomografias e apoiar a criação de centrais regionais de agendamento dos exames.
Para tratar dos bebês com a malformação, está prevista a ampliação do atendimento do plano Viver sem Limite, voltado à pessoa com deficiência, com a implantação de 89 novos centros de reabilitação, além dos 125 existentes.
Profissionais da Atenção Básica e os profissionais do Programa Mais Médicos também serão envolvidos nas ações de promoção, prevenção e assistência a pacientes. A Rede Cegonha vai fortalecer a atenção para gestantes e crianças.
O governo federal vai incentivar a realização de pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias voltadas ao diagnóstico do vírus e suas correlações, além de fomentar pesquisas para o controle do mosquito aedes aegypti, com técnicas inovadoras. A microcefalia também será estudada. As informações são do Portal Brasil.
(Redação – Agência IN)