O pai de Neymar admitiu nesta quarta-feira, 9, que seu filho não deixará o Barcelona por proposta alguma, desde que o clube catalão não queira vendê-lo. Admitiu que negocia a prorrogação de vínculo do jogador e que o Barça recusou oferta do Manchester United por ele. Responsável pelas empresas que cuidam da carreira do filho, Neymar pai voltou a se defender das acusações que sofre na Justiça espanhola sobre os valores e tributos da transferência do craque em 2013.
O pai do atual camisa 11 do time catalão negou que tenha passado a perna no clube brasileiro em relação aos 17,1 milhões de euros (R$ 69,95 milhões) que o Santos levou pela negociação, numa transação que envolveu quase 90 milhões de euros (R$ 368,18 milhões), e disse que a Receita Federal do Brasil faz confusão quando bloqueia R$ 188 milhões das contas de suas empresas, entendendo que o jogador não pagou os impostos devidos. Neymar pai parece muito seguro de todos os seus passos, dos dados para agigantar a carreira do filho e dos próximos para coroar sua performance no Barcelona.
O pai de Neymar diz que seu negócio é defender os direitos de sua família, mesmo que para isso tenha de romper com o Santos, clube de quem declara ser torcedor ferrenho. “O Santos jogou fora a história do Neymar”, disse, em entrevista à ESPN Brasil nesta quarta-feira. “As ações na Justiça da Espanha, de Madri e de Barcelona, são contra o Santos e o Barcelona, não são contra o Neymar Jr. Tudo estará esclarecido em breve. Eu tenho documentos de tudo. Se confiasse só na palavra do presidente do Santos, o Laor, estava morto”, disse sobre a transação e o direito de vender o contrato do filho dado pelo clube da Baixada. “Se agora o novo presidente quer questionar, deve discutir com o outro dirigente do Santos. Que vão discutir entre eles.”
O Santos e a DIS, que tinha parte do contrato do jogador, reclamam na Justiça da Espanha porcentagem maior dos valores da transação para o Barcelona. As partes alegam que Neymar foi vendido por muito mais do que os 17,1 milhões de euros que o Santos recebeu. Só o pai do atleta ficou com 40 milhões de euros (R$ 163,64 milhões). “O que fizemos foi um contrato futuro para o jogador, que começaria em 2014 apenas. É como comprar um apartamento no chão, sem escritura definitiva. Foi isso que fizemos. Por isso, pedi um documento do Santos. Para usá-lo. O Santos aceitou as pressões e resolveu vendê-lo antes de 2014. O Santos não teve capacidade nem competência para vender o Neymar.”
O pai do jogador, bastante tranquilo, disse que teve três anos para preparar a carreira de Neymar na Europa. Disse que seu acordo foi com o Barcelona e não com o Sandro Rosell, então presidente do clube, que perdeu o cargo após as acusações, entre outras, da compra do atacante. Ainda garantiu que trabalhou dentro da lei e que foi “bonzinho com o Santos”. “Eu poderia esperar seis meses e o Santos teria direito zero na saída do Neymar. Eu ajudei o Santos de várias maneiras, inclusive com a cláusula de ganho em caso de indicação para Melhor do Mundo.”
Contrato atual
Neymar tem contrato com o Barcelona até 2018. Está em negociação com o clube, mas os valores ainda não estão na mesa porque o dinheiro, segundo o pai do jogador, é baixo para essa janela. Vai ficar para o ano que vem. Neymar pai disse que não é mais dinheiro que move seu filho. “É felicidade e objetivos.”
Sobre a ação da Receita Federal do Brasil, que em setembro apreendeu R$ 188 milhões das contas de sua empresa, ele foi taxativo: “Estão fazendo confusão. O Neymar não é dono da empresa. Eu e minha mulher somos. Abrimos a empresa em 2006, quando o Neymar tinha 14 anos. Ele não poderia receber quando o Santos o contratou. Então, o clube me pressionou para abrir essa empresa e receber eu o dinheiro. Nós faturamos com a imagem dele mais de R$ 70 milhões. Trato tudo com o Banco Central do Brasil. Mas eles estão cobrando agora tudo o que tivemos para trás. Não entendem que separamos tudo. O Neymar não é sócio da empresa. Eu adquiri a imagem dele. E só o Neymar Jr. pode discutir isso comigo. Mais ninguém. Eu investi nele lá atrás.”
Fonte: Atarde Uol