Em um grande momento de inspiração (e razão!), o saudoso jornalista e cronista esportivo Armando Nogueira escreveu “o moço jamais fez um truque com a bola. Só fazia arte. Nilton não era um jogador de futebol. Era uma exclamação”. A bela passagem faz referência a um dos maiores jogadores de futebol do país, Nilton Santos, grande ídolo do Botafogo e da Seleção Brasileira, que completaria 93 anos nesta quarta-feira (16).
Sempre lembrado como um atleta de altíssimo nível, não só em sua geração como nas futuras, o carioca da Ilha do Governador nasceu em 16 de maio de 1925. Teve uma brilhante carreira no Botafogo, único clube por onde passou em sua vitoriosa trajetória.
Atuou pelo Alvinegro entre os anos de 1948 e 1964 em 723 partidas, marcando 11 gols. Seu elevado desempenho com a bola chamou atenção da Seleção Brasileira, sendo convocado pela primeira vez em 1949 pelo técnico Flávio Rodrigues Costa, para a disputa do Sul-Americano daquele ano, onde sagrou-se campeão do torneio. No ano seguinte, foi vice-campeão do mundo com o Brasil, perdendo para o Uruguai, no Maracanã.
Além da Copa de 1950, Nilton Santos também esteve presente nos Mundiais de 1954, jogando com Pelé, Garrincha e Didi; 1958 (onde marcou na estreia contra a Áustria e foi campeão); e 1962 (bicampeão, vencendo a Tchecoslováquia na final), quando se aposentou da Canarinho. Com o Brasil, atuou em 86 jogos, venceu 65, empatou 11 e perdeu 10 partidas, marcando quatro gols entre 1949/1962. Conquistou, além do bicampeonato mundial e do Sul-Americano, os seguintes títulos: Taça Oswaldo Cruz (1950, 1955, 1961 e 1962), Copa Rio Branco (1950), Pan-Americano (1952), Taça Bernardo O’Higgins (1955 e 1961) e Taça do Atlântico (1956 e 1960).
Sua destacada performance em campo rendeu várias homenagens. Entre estas, foi eleito pela FIFA o maior lateral-esquerdo de todos os tempos. Exímio conhecedor do esporte e considerado um jogador completo, tinha como característica ajudar o ataque, com suas investidas pelo lado do campo. Ganhou o apelido de “Enciclopédia do Futebol”, utilizado por muitos de seus colegas de profissão.
Em Palmas, deu nome ao Estádio da região, e também ganhou uma estátua na entrada do Estádio Olímpico João Havelange, popularmente conhecido como Engenhão e que foi rebatizado com o nome do jogador a partir de 2015, no Rio de Janeiro. Faleceu no dia 27 de novembro de 2013, aos 88 anos, no Rio de Janeiro.
Nilton Santos apresentou ao mundo técnicas extraordinárias, com visão de jogo e muita disponibilidade para marcar gols que fazem dele, até hoje, uma referência no mundo do futebol. Merece todas as homenagens e sua contribuição para a Seleção Brasileira jamais será esquecida! Parabéns ao eterno “Enciclopédia do Futebol”, presente na Galeria dos Imortais da Confederação Brasileira de Futebol.