O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na sexta-feira, 11, em nota, que ainda não foi intimado pela Polícia Federal a depor no inquérito que investiga suposta compra de medidas provisórias, mas que “sempre esteve à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento da verdade.” O ex-presidente explicou que “não tem qualquer relação com os fatos investigados” ao afirmar que “a MP em questão foi editada em 2013”, quando Dilma Rousseff já era presidente, e convertida em lei pelo Congresso no mesmo ano.
Dilma assinou uma das três medidas provisórias que estão sob investigação na Operação Zelotes, a 627/2013. As demais (471/2009 e 512/2010) foram editadas por Lula. Cabe ao presidente da República editar MPs e ao Congresso aprovar ou rejeitá-las, convertendo-as em leis a serem sancionadas pelo chefe do Executivo.
Embora o ex-presidente mencione na nota que “a MP em questão foi editada em 2013”, a determinação do delegado da PF Marlon Cajado para que Lula seja ouvido não menciona uma medida provisória específica, mas “investigação criminal dos fatos relacionados ao lobby realizado para obter benefícios fiscais”.
Procurado, o Palácio do Planalto informou que não vai comentar “investigação em andamento” e não se manifestou sobre a afirmação de Lula. Na nota, assinada pela assessoria de imprensa do Instituto Lula, o ex-presidente não mencionou as MPs assinadas por ele próprio.
O filho do ex-presidente Lula, Luís Claudio Lula da Silva, é suspeito de ter recebido R$ 2,5 milhões do esquema de lobby que atuou na suposta compra das normas justamente pela edição da medida provisória 627, editada em 2013, ano mencionado na nota do petista.
Com informações de Estadão