A Nova Zelândia hoje é um dos países do mundo onde o turismo cresce rapidamente e o modelo adotado pode ser um exemplo para o Brasil, principalmente para o Projeto Brasil Central, coordenado pelo Sebrae. Os conceitos adotados no país da Oceania foram apresentados nesta terça-feira (26), na sede do Sebrae Nacional, pelo professor Douglas Pearce, um dos maiores especialistas do setor. Segundo ele, uma das regras é prestar uma assessoria direta ao turista e investir na área, como vem fazendo o governo local.
O encontro “Boas práticas em gestão de destinos turísticos: a experiência da Nova Zelândia”, foi aberto pelo diretor administrativo e finanças do Sebrae, Vinicius Lage, que falou sobre competitividade. “Há mais de 20 anos promovemos o turismo no Brasil trabalhando em conjunto com as micro e pequenas empresas. O Sebrae é grande interessado neste tema”
A Nova Zelândia, com uma população de 4,5 milhões de pessoas, recebe pelo menos três milhões de estrangeiros, segundo o embaixador do país no Brasil, Chris Langley. “Isso gera pelo menos R$ 25 bilhões por ano”, observa o diplomata, que chegou recentemente a Brasília. “E cada vez mais aumenta o número de brasileiros, fortalecendo as nossas ligações”, acrescentou. Langley agradeceu a parceria entre a representação de seu país e o Sebrae na realização do evento.
Douglas Pearce, que é professor emértio da Victoria University of Wellington, uma das 50 melhores instituições na área de hospitalidade, lazer e turismo, falou sobre a expansão do setor em seu país. As estratégias, segundo ele, é gerir o destino das pessoas, aliado às ações de sustentabilidade. “Nos últimos anos os parques são os preferidos dos visitantes”, explicou. “Damos um espécie de assessoria do turista”, ressaltou Pearce, que também acentuou as parcerias entre as esferas de poder para alavancar a área. “O governo criou um fundo de infraestrutura para ajudar os pequenos municípios”, exemplificou o professor.
O professor da Universidade Federal do Paraná, José Manoel Gandara, um dos maiores especialistas no assunto no Brasil, defendeu que a área acadêmica também se alie setor de turismo. “Tem que haver uma cooperação entre o meio acadêmico, a gestão pública e a privada para atuar juntos”, disse Gandara, que coordena o Observatório de Turismo do Paraná. “Além disso tem que haver uma relação maior entre municípios e estado, como fizemos com o Sebrae na Copa do Mundo passada”, ressalta.
Hoje um dos desafios no país é o desenvolvimento do turismo no Centro-Oeste brasileiro, segundo a coordenadora do Projeto Brasil Central, Nathália Fabrino, do Sebrae/DF. O programa, desenvolvido no Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, passou a ser acompanhado pelo Sebrae a partir de 2013 e hoje tem como objetivo alavancar a região. “Pretendemos posicionar o Centro-Oeste no cenário turístico do Brasil”, ressaltou Nathália.