As quadrilhas se apresentam até a noite da próxima sexta-feira, dia 6, e são avaliadas em diversos critérios
A terceira noite do Arraial do Anauá foi marcada por muita dança e ritmo no tablado do Anfiteatro durante a segunda fase de apresentações de quadrilhas neste domingo, dia 1º. E o Nordeste foi mais uma vez o grande protagonista nas temáticas escolhidos pelos quadrilheiros. As quadrilhas se apresentam até a noite da próxima sexta-feira, dia 6, e são avaliadas em diversos critérios, como criatividade, tema e tempo de entrada e saída de cada performance.
A Quadrilha Namoro Caipira foi a primeira a se apresentar no Grupo de Acesso, com o tema “No Ceará tem disso sim”, um tributo ao famoso Padre Cícero e o emblemático Estado nordestino. A professora Albanisa Monteiro é uma das organizadoras da Namoro Caipira, que tem 22 anos de existência e conta atualmente com 80 participantes, incluindo quadrilheiros, atores e staff. Segundo ela, o Nordeste é sempre um tema recorrente nas quadrilhas.
“A identidade do roraimense é formada pelo Nordeste, especialmente pelos cearenses. Temos uma representação disso no xaxado e no forró tradicional nas performances”, frisou.
A noiva da Namoro, Tatiana Rodrigues, afirma que a fé, a religiosidade e a cultura cearense são muito marcantes, e por isso o tema foi escolhido pelo grupo neste ano. “O Ceará é um lugar de muita riqueza cultural, como a gente vê com as rendeiras. Por isso o vestido da noiva inclui detalhes em renda, artesanato típico do Nordeste do país. Mas isso não está só na vestimenta. Nossa apresentação também é cheia de referências”, diz Tatiana.
LUAR DO SERTÃO – A Quadrilha Luar do Sertão foi a segunda a entrar no tablado na noite pelo Grupo de Acesso, sendo composta por 21 casais quadrilheiros fora os atores e pessoal da organização. O tema escolhido para esse ano pelo grupo é “José, vem brincar no meu São João junto com a minha quadrilha Luar do Sertão”, que fala de um médico cearense que veio para a Região Norte há muitos anos atrás para estabelecer carreira em Roraima.
O responsável pela organização da Luar é Dirceu Costa, que conta que a expectativa da quadrilha para este ano é ser campeã. O grupo realizou uma apresentação de teatro com a história de vida do médico a Roraima com duas músicas de autoria própria e outras temáticas sobre arraial, festas juninas e o Nordeste. “Nosso intuito é alcançar o grupo Especial”, enfatiza Dirceu.
O noivo da quadrilha novata Luar do Sertão, João Paulo Nascimento, relata que é uma honra dançar no arraial. “Este é o meu segundo ano como noivo. O nervosismo é grande, mas nós estamos indo com tudo e vamos ganhar esse troféu de primeiro lugar na categoria Acesso”, diz.
GARRANXÊ – A última quadrilha a animar o público foi a Garranxê, que faz parte do Grupo Especial e conta com 25 pares de quadrilheiros entre 90 pessoas participantes. O tema escolhido pelo grupo foi “Cabaret”, mais especificamente o famoso Moulin Rouge, em Paris.
“Viemos para mostrar um bom trabalho e uma belíssima apresentação neste ano. Esperamos que os jurados entendam o conceito, pois hoje o mundo da festa junina vive uma modernidade que todos nós temos que nos adaptar e não existe um só tema junino específico. Nós criamos vários temas e isso é legal porque nós criamos uma diversidade dentro do arraial”, explica a organizadora da Garranxê, Carina Ferreira.
A noiva quadrilheira da Garranxê, Milena de Aguiar, diz que essa mistura mostra o luxo e o glamour das mulheres francesas do início do século XX. “Começamos com uma breve apresentação das quadrilheiras que vão dançar a abertura do Cabaret e depois segue o espetáculo com os temas tradicionais do arraial. Nós caprichamos para continuar no Grupo Especial e, claro, para conseguirmos o primeiro lugar na nossa categoria”, enfatiza.
PÚBLICO – Quem estava na arquibancada do Anfiteatro do Parque Anauá pôde conferir todos os espetáculos. Foi o caso da funcionária pública Telma Luísa Peres. Ela conta que ficou encantada com a segunda noite de apresentações do concurso de quadrilhas.
“Gostei muito das danças. A Garranxê foi um espetáculo à parte, mas a Namoro Caipira foi muito bem também. A gente percebe a dedicação do pessoal a cada ano que passa e como eles vêm se profissionalizando na organização. Sinceramente, eu acho que as festas juninas e o arraial de Roraima não perdem para um carnaval ou outras festas populares do Brasil”, afirma.