No dia 15 de agosto de 1992, há 26 anos, o São Paulo campeão da América goleou impiedosamente o Barcelona, campeão europeu, por 4 a 1, em um auspicioso prenúncio da decisão do título mundial de clubes daquela temporada.
O São Paulo havia conquistado a América pela primeira vez dois meses antes. Foi com esse prestígio de vencedor adquirido que excursionou à Europa na pré-temporada dos clubes locais para a disputa do tradicional Troféu Teresa Herrera, em La Coruña (Espanha). Em disputa, uma competição de tiro curto, no molde de semifinais, final e decisão de 3º e 4º lugares, com duas partidas, no máximo, para cada um dos quatro clubes participantes: o Tricolor, o Barcelona, o Peñarol e o Deportivo, time da casa.
Os anfitriões inauguraram o torneio, no dia 13 de agosto. Com gols de Stoichkov e Nadal, o Barcelona venceu o time de La Coruña por 2 a 1. No dia seguinte, foi a vez do São Paulo entrar em campo e encarar o aguerrido Peñarol. Partida difícil, os uruguaios saíram na frente com Aguirre, enquanto os tricolores viraram o placar com Palhinha e Raí, no segundo tempo. Mas, mal deu tempo de comemorar, e o time adversário empatou novamente a partida, que foi decidida nos pênaltis: 4 a 3 para os são-paulinos!
Sem muito tempo para descansar, o São Paulo decidiu o título do torneio amistoso contra o Barcelona no dia 15 de agosto. Mais uma vez, o Mais Querido sofreu um susto inicial, sofrendo o primeiro gol do jogo (marcado por Salinas) logo aos 3 minutos.
Não foi suficiente, contudo, para acabar com a moral dos campeões sul-americanos. Quatro minutos depois, Zetti lançou Müller, que empatou o jogo com um golaço de cobertura! O primeiro tempo acabou assim, 1 a 1. Na etapa complementar, em um ímpeto são-paulino, Maurício pôs o Tricolor à frente depois de bela jogada pela direita, e corta-luz de Raí: 2 a 1.
Aos 15 minutos, Macedo é lançado sozinho dentro da área com um passe primoroso do camisa dez do Tricolor. O atacante é derrubado pelo goleiro Zubizarreta. No pênalti, o capitão são-paulino, Raí, ampliou: 3 a 1.
O Tricolor não deixou os catalães respirarem. Três minutos depois, o árbitro – confuso com a então nova regulamentação de proibição de recuo para o goleiro – marcou tiro livre indireto dentro da área espanhola, a favor do São Paulo, por causa de um passe de cabeça do zagueiro do Barcelona para as mãos do goleiro. Raí aproveitou a chance, na cobrança em dois lances, e deu números finais à goleada: 4 a 1!
Para os europeus, uma grande surpresa: o incrível campeão deles pereceu incontestavelmente perante os são-paulinos, que os encontrariam mais uma vez na decisão do mundial de clubes, em Tóquio, no fim daquele ano de 1992.
A surpresa se tornou admiração e rendição incondicional, quando, duas semanas após a conquista do Troféu Teresa Herrera, o São Paulo goleou também o Real Madrid, agora por 4 a 0, faturando também o Troféu Ramón de Carranza.
15.08.1992. Troféu Teresa HerreraLa Coruña (Espanha) – Estádio Municipal de RiazorSÃO PAULO Futebol Clube (Brasil) 4 x 1 Fútbol Club BARCELONA (Espanha)SPFC: Zetti; Cafu, Adílson, Ronaldão e Ivan; Pintado, Dinho, Palhinha (Maurício) e Raí/capitão; Macedo e Müller. Técnico: Telê SantanaGols: Müller, 9/1; Maurício, 2/2; Raí (pênalti), 15/2; Raí (dois lances dentro da área), 18/2FCB: Zubizarreta; Herrera (Busquets, GL), Nadal, Ronald Koeman e Soler; Bakero/capitão (Juan Carlos), Amor, Richard Witschge e Beguiristáin; Stoichkov (Goikoetxea) e Julio Salinas. Técnico: Johan CruijffGols: Salinas, 3/1 Árbitro: Antonio Martin Navarrete (Espanha)Expulsão: Zubizarreta