Sete anos depois, um brasileiro voltará a subir, nesta segunda (11), no palco da festa de gala que a Fifa promove anualmente para anunciar o melhor jogador do mundo.
Neymar, 23, foi pela primeira vez indicado entre os três finalistas. No entanto, não é o favorito para vencer -ele concorre com Lionel Messi, 28, seu parceiro no Barcelona, e o português do Real Madrid Cristiano Ronaldo, 30. O evento começa às 15h30 (de Brasília), em Zurique, na Suíça, e o argentino é o favorito.
Mesmo assim, o Brasil volta a ter um membro na premiação que sempre protagonizou, tendo números superiores a qualquer outro país.
A indicação de Neymar é a 15ª de um brasileiro entre os finalistas. Em segundo lugar na lista de mais indicações estão França, Argentina e Portugal, empatados com dez indicações cada um.
O Brasil também foi o que mais venceu, com oito troféus para cinco atletas diferentes -Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, sendo este o último a ser finalista e ganhar, em 2007.
Com exceção de Romário, que ganhou em 1994, mas não venceu em sua primeira indicação (perdeu para o italiano Roberto Baggio em 1993), todos os outros brasileiros vencedores faturaram o prêmio logo na primeira vez que estiveram entre os finalistas, o que não deve ocorrer com Neymar nesta segunda.
“Não dá para comparar as fases de cada jogador. Todos os vencedores já chegaram a seus clubes naquela época em nível muito alto. A tendência é, no futuro, Messi e Cristiano Ronaldo não estarem mais na disputa, e Neymar será o protagonista”, disse o ex-lateral esquerdo Roberto Carlos, hoje treinador do Delhy Dynamos, da Índia.
Roberto Carlos, que brilhou em times como Inter de Milão e Real Madrid, foi o único brasileiro que teve ao menos uma indicação entre os finalistas e nunca venceu -ficou em segundo, em 1997, perdendo para o compatriota Ronaldo. É também o único brasileiro defensor entre os melhores do mundo.
A aposta do mundo especializado do futebol é que Neymar não se torne o segundo brasileiro indicado a não ganhar. Se não vencer em 2015, o mais provável, deve brilhar nos próximos anos, se não tiver graves lesões.
“Temos que valorizar o que o Neymar fez. Ele fez a escolha certa, por exemplo, de ir para o Barcelona, o melhor time do mundo. Teve um planejamento estratégico de carreira”;, disse o ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira.
Neymar, portanto, não seguiria os passos de dois jogadores, principalmente, que eram apostas para ser o melhor do mundo depois dos cinco vencedores, mas fracassaram: Adriano, que teve problemas disciplinares, e Robinho, que nunca se tornou o craque mundial que se esperava da revelação santista.
O PENTA DE MESSI?
O posto de favorito para a temporada de 2015 está, mais uma vez, com Messi. O argentino deve levantar pela quinta vez o troféu.
A votação para a Bola de Ouro, que tem no colégio eleitoral os capitães e técnicos das seleções dos países filiados à Fifa (207 desta vez, já que Kuait e Indonésia estão suspensos por problemas em suas administrações nas federações) e jornalistas, faz com que Neymar brigue pelo segundo lugar com Cristiano Ronaldo, vencedor do prêmio por três vezes, incluindo nos dois últimos anos.
GOL MAIS BONITO
Outro brasileiro, além de Neymar, estará em Zurique. O atacante Wendell Lira, 27, concorrerá contra Messi e o italiano Alessandro Florenzi, da Roma, pelo gol mais bonito da temporada 2015 -chamado de Prêmio Puskás, em homenagem ao lendário jogador húngaro Ferenc Puskás, morto em 2009 aos 79.
Como a votação é aberta ao público no site da Fifa, há possibilidade de Lira vencer com o gol que fez atuando pelo Goianésia, de Goiás, contra o Atlético-GO, em março de 2015, no Goiano.
Entre as mulheres, concorrem ao prêmio de melhor jogadora de 2015 a americana Carli Lloyd, a japonesa Aya Miyama e a alemã Celia Sasic.
Entre os técnicos disputam Guardiola (Bayern de Munique), Luis Henrique (Barcelona) e Jorge Sampaoli (seleção chilena).
Fonte: Folha de São Paulo