Após a execução à tiros do fazendeiro Hiram Alves de Cristo, de 42 anos, no final da manhã da segunda-feira (08) e da nova invasão da Fazenda Fluminense, ocorrida na noite do mesmo dia, o comandante-geral da Polícia Militar, Ênedy Dias, foi até o Vale do Jamari para saber de mais detalhes sobre esses crimes que envolvem questões agrárias e coordenar ações na região para diminuir a violência.
O primeiro encontro ocorreu na sede do 3º pelotão da PM em Monte Negro, onde o comandante se reuniu com a tropa à portas fechadas para bolar estratégias para enfrentar a situação, além de se encontrar com vereadores e autoridades locais para ouvi-los.
Questionado pela imprensa se provavelmente a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), que tem atuado de maneira incisiva na região, vem fazendo diversas ações simultâneas em vários municípios para desestabilizar a cúpula da Segurança Pública, além de promover o caos em Rondônia, Ênedy respondeu; “Estamos unidos, tanto pela Secretaria de Segurança Pública, por meio do secretário Antônio Reis, quanto com o delegado-geral, Elizeu Müller, além da Polícia Militar, representada por mim, para combater esse tipo de ação. Temos todas as equipes voltadas para evitar novas situações envolvendo essa questão dos conflitos agrários. Estamos mandando um recado: não vamos descansar enquanto não prendermos todos esses criminosos, que considero na verdade, terroristas. Esses ditos sem-terras agem como terroristas. Vamos coloca-los no devido lugar. Por isso, vim aqui até hoje para definir as novas estratégias de combate esses criminosos”.
O apresentador e repórter do canal 35, Ricardo Schwantz, indagou o comandante-geral da PM sobre a atuação desses criminosos no Vale do Jamari, que apesar da colaboração da população com informações sobre as ações deles, ainda têm se sobressaído sobre as forças de Segurança Pública e se há uma tática de guerrilha. “Quem estiver dando apoio a esse tipo de gente, será preso. Essas pessoas estão sendo investigadas e a qualquer momento serão presas, incluindo quem estiver dando apoio. Se você der auxílio a um homicídio, será preso por coautoria. Se for por ameaça, invasão ou danos, acontecerá o mesmo. Estamos com um forte trabalho de inteligência para saber se esses criminosos estão utilizando táticas de guerrilha, se são táticas coordenadas. O conjunto de ações coordenadas resultam em organização criminosa”, afirmou Ênedy Dias.
Comunidade
Já em entrevista ao repórter Amaral Seixas, da Redetv, e ao repórter Rinaldo Moreira, da TV Record, o comandante-geral da PM reforçou a parceria entre as Polícias Civil e Militar. “Estou aqui para destacar ainda mais a união entre as Polícias Civil e Militar para coordenar e combater esses crimes bárbaros que ocorreram nos últimos dias envolvendo propriedades agrícolas na região. Estamos com um reforço de policiais de Ji-Paraná e Porto Velho em Monte Negro, Rio Crespo, Cujubim e Buritis para evitar esse tipo de ação na região. Estamos com um trabalho forte de inteligência das Polícias Civil e Militar para combater esses criminosos. Estamos realizando um grande trabalho de policiamento preventivo, com as patrulhas rurais, para desestabilizar esses bandidos e realizar as prisões. Também estamos com o apoio do Núcleo de Operações Aéreas para identificar os seus esconderijos e fazer as prisões”, disse Ênedy Dias.
O titular do comando da PM destacou o papel realizado por esses supostos sem-terras que têm aterrorizado os moradores da região rural do Vale do Jamari. “Esses ditos sem-terras têm invadido as fazendas e provocado terror e destruição, sem contar as mortes e o roubo de diversos objetos. Isso não é comportamento de pessoas de bem, e sim, criminosos, que têm achado que o melhor caminho é promover o terror, mas já estamos atuando para evitar esse tipo de situação, onde o lugar de bandido é o presídio, mas o Governo está atento e será o braço forte para fazer valer a lei, acima de tudo. Para isso, também necessitamos da ajuda da população. Se você sabe de algum crime envolvendo essas pessoas, que procurem as Polícias ou algum policial que você conhece, e faça a denúncia. Não tenha medo, pois estamos atentos para evitar esses crimes. Procure o portal da Polícia Militar, no www.pm.ro.gov.br e faça a sua denúncia ou ligue 190, não precisa se identificar, onde tomaremos as nossas providências”, encerrou ele.
Ausências
No final da tarde, o comandante-geral da PM foi até o quartel do 7°Batalhão em Ariquemes, onde deveria ocorrer uma reunião à pedido de Luís Flávio, superintendente do Incra em Rondônia. De acordo com Ênedy Dias, a reunião foi solicitada pelo representante do órgão, mas ele não apareceu.
Segundo o Rondôniavip vem apurando, produtores rurais da região estão preocupados com a escalada da violência. Todos estão apreensivos para a ouvir as explicações do superintendente do Incra, que simplesmente deu um “bolo” em todos.
Tentaram entrar em contato com ele e o telefone celuar estava desligado. De acordo com investigações feitas pelo Rondôniavip, o órgão do Governo Federal é um dos principais responsáveis pelos conflitos agrários na região, já que ao ser consultado pelo Poder Judiciário, é contra o apoio aos donos de propriedades, em nome da “reforma agrária”, onde diz que vai desapropriar as terras, mas não faz nenhum tipo de indenização aos legítimos donos.
Como o Incra não compareceu, o coronel Ênedy se reuniu com os produtores que ali já estavam e pontuou todas as ações que as forças de Segurança Pública está realizando. A Polícia Civil de Ariquemes também participou da reunião, mas uma das ausências também sentidas foi do delegado regional Thiago Flores, que não foi ao evento, mas mandou representantes.
Fonte:RONDONIAVIP