A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES encerra os trabalhos, oficialmente, na quinta-feira (18). Antes, nesta terça-feira (16), está prevista a votação do relatório final, que será apresentado pelo deputado José Rocha (PR-BA). Com pedido de vista (mais tempo para discussão), haverá adiamento para quinta.
Apesar do esforço do presidente da CPI, Marcos Rotta (PMDB-AM), a comissão caminha para finalizar suas atividades de forma melancólica, sem aprofundar as investigações sobre o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bumlai foi beneficiado com empréstimos do banco.
Além disso, devem ficar de fora do relatório de Rocha, aliado do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, os negócios suspeitos de empreiteiras que receberam dinheiro para obras em países da África, além de Venezuela e Cuba.
Criada em agosto do ano passado para investigar supostas irregularidades em empréstimos concedidos pelo banco de fomento, a CPI ouviu, nesses seis meses, 23 pessoas. Estão no alvo da comissão o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, diretores e empresários beneficiados com empréstimos, como Eike Batista, e investigados na Operação Lava Jato como João Vaccari Neto e Pedro Barusco.
Sub-relatórios
Os quatro sub-relatores já apresentaram os respectivos relatórios setoriais. Houve polêmica e discórdia no texto do deputado Alexandre Baldy (PSDB), que pediu o indiciamento de Luciano Coutinho e da empresária Carolina Pimentel, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
O deputado André Moura (PSC) apontou em seu relatório irregularidades na liberação de financiamentos, e criticou a política de formação de empresas “campeãs nacionais”, que favoreceu grandes companhias.
O relator da comissão, deputado José Rocha (PR), adiantou que vai recomendar ao BNDES a prioridade para as pequenas e médias empresas, além de mais investimentos em tecnologia e desenvolvimento.
Fonte: Diário do Poder