A resposta curta: não.
Muitos atletas, previsível e compreensivelmente, já boicotam as Olimpíadas do Rio de Janeiro, programadas para a metade deste ano. Afinal, o país enfrenta uma epidemia de zika vírus, além das demais doenças causadas pelo Aedes Aegypti. Para nós, que moramos aqui, isso pode ser algo corriqueiro ou aceitável – embora, no fundo, seja apenas inevitável e, portanto, conformamo-nos de certa forma.
Já os estrangeiros não vêem com os mesmos olhos, especialmente atletas de alta performance.
E vale considerar, por óbvio, também o público. Quem virá de fora diante disso tudo? O evento já está ameaçado, embora o prefeito do Rio, Eduardo Paes, solte suas platitudes negando isso; a última foi dizer que o zika não seria um “tema olímpico” (oi?).
No fim das contas, temos o seguinte: já foi comprometido muito dinheiro com o evento e, por conta disso, seria ruim cancelar ou trocar a sede. Além, claro, dos louros políticos dos governantes que posarão para fotos e, no fim, serão lembrados como aqueles que ajudaram a realizar tal festa.
Mas isso é bobagem perto do ALTÍSSIMO risco dessa aglomeração de pessoas em meio a uma epidemia causada por um mosquito que se reproduz aos borbotões pelo país – e, sim, especialmente no Rio de Janeiro.
Recentemente, vale lembrar, descobriram que o zika é transmitido ATÉ MESMO PELA SALIVA. Pergunta-se novamente: quem arriscaria viajara a um local com esse grau de risco? Provavelmente, ninguém. Não em sã consciência.
Mas não adianta esperar a atitude sensata de nossos governantes. Resta torcer para que o Comitê Olímpico Internacional tenha alguma noção – ou ao menos atenda à demanda dos atletas e delegações que estejam com receio (de novo: um receio compreensível).
Fonte: Implicante