- DownloadDivulgação PoupatempoCriança da tribo Guarani das Terras Indígenas Rio Silveira, em Bertioga: cidadania para todos é o lema do Poupatempo
- DownloadDivulgação PoupatempoO pajé Gino Castro Xape’í, cujo nome significa ‘Iluminado’: documentos garantem acesso a serviços
- DownloadDivulgação PoupatempoSílvia Cabral, do atendimento do Poupatempo, com crianças indígenas: muitos receberam o primeiro RG
- DownloadDivulgação PoupatempoCacique Adolfo Timótio entrega RGs a índia, ao lado de Márcio Alvim, da Funai e Ilídio Machado e Sílvia Cabral, do Poupatempo
O Poupatempo entregou na última terça-feira (18) 142 Carteiras de Identidade para os índios da reserva Terras Indígenas Ribeirão Silveira, no litoral norte de São Paulo.
O atendimento especial do Poupatempo faz parte da missão do programa de garantir cidadania para toda a população. O cacique Adolfo Timótio Wera Mirim, de 53 anos, explica que o RG garante a cidadania aos indígenas.
“O documento de identidade é importante para os índios, pois garante o acesso a serviços e benefícios de programas de governo, para viajar, para se identificar no hospital, ter acesso à aposentadoria ou ao mercado de trabalho”, argumenta o cacique.
A entrega de documentos para os índios é uma ação do Poupatempo em parceria com a Funai, Prefeitura Municipal de Bertioga, Instituto de Identificação (IIRGD) e Secretaria das Relações do Emprego e Trabalho. Os 600 índios da reserva vivem de artesanato, ecoturismo e agricultura de subsistência.
Metade dos RGs eram de crianças e adolescentes, que receberam o documento pela primeira vez na vida. Os índios também receberam 59 carteiras de trabalho, entre outros documentos.
“Aqui dentro da aldeia os índios não precisam portar o documento, mas quando saímos da reserva, nos tornamos cidadãos comuns”, diz o cacique, sobre as 130 famílias que vivem na reserva em Bertioga, divisa com São Sebastião.
Segundo Silvia Cabral, da Coordenadoria de Atendimento do Poupatempo, o atendimento aos índios foi feito por funcionários da unidade de Mogi das Cruzes, que foram deslocados uma semana antes para coletar os dados pessoais, fotos e assinaturas. Atendimentos especiais semelhantes são realizados em todo o Estado em asilos, comunidades carentes ou para vítimas de tragédias como o incêndio no Largo do Paissandu, este ano.
“Já participei de vários eventos externos, mas numa aldeia foi o primeiro. Mesmo com os índios que só falavam tupi-guarani, não houve problema. Recebemos ajuda e, mesmo com mímica, correu tudo bem. As fotos de alguns foram com a característica pintura no rosto”, conta Sílvia.
Márcio José Alvim, técnico indigenista da Funai, explicou que o mutirão de cidadania foi por meio de parceria com Poupatempo, Tribunal de Justiça do Estado, Receita Federal, Prefeitura de Bertioga e cartório para dar acesso à documentação civil.
“O Poupatempo recebe solicitações de muitas instituições para atendimentos especiais fora das nossas unidades e atende sempre que possível, para garantir a todos os direito de cidadania”, explicou Ilídio Machado, diretor do Poupatempo, durante a entrega dos documentos aos indígenas.
O representante da Funai relatou o caso de uma índia que entrou no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina. Ela precisou dos documentos para o vestibular e para estudar em Florianópolis.
Os atendimentos foram realizados na Escola Estadual Indígena Txeru Ba e kua-i. Os índios fizeram também o Cadastro único, considerado a porta de entrada para que famílias com renda de até meio salário-mínimo por pessoa ou renda familiar total de até três salários-mínimos possam ser beneficiadas por programas do Governo Federal.