O SENHOR criou o mel como uma doce dádiva ao nosso paladar, e é saudável aos nossos corpos. Entretanto, muito mel domina os nossos sentidos e faz com que fiquemos adoentados. Quando encontramos alguma coisa agradável, a nossa sabedoria é usá-la com prudência para atender o objetivo para o qual existe, para que não se torne uma armadilha para as nossas almas e terminemos por desprezá-la. O ”mel” de cada homem é alguma coisa diferente e é o nosso dever identificar esses prazeres e sermos moderados com eles (ICo 9:25).
O mel e o seu favo são bons e agradáveis (Pv 16:24; 24:13). Veja os comentários de Provérbios 16:24. O mel não é proibido; é um presente de Deus. Sejamos agradecidos. Entretanto, muito mel não faz bem (Pv 25:27). Como pode algo tão bom fazer você vomitar? Ao comprovar a definição do excesso! Excesso, que é demais, demonstra que coisas boas possuem um uso limitado. A lição é a de as usarmos na medida em que forem suficientes, para atender o uso a que se destinavam, e nada mais.
O Senhor nos deu com abundância todas as coisas para desfrutarmos (ITm 6:17), mas todas elas devem ser usadas com moderação (Fp 4:5). E à distância Ele está observando para ver como tratamos as Suas dádivas, como muitos desejam; o Senhor está atento. Ele fez o homem justo e lhe deu numerosas dádivas, mas o homem inventou muitas coisas (Ec 7:29). E uma destas, inventadas pelo homem, é o excesso!
Vivemos numa geração dada ao excesso – este é um dos seus ídolos. São orgulhosos de serem excessivos! Os santos serão cuidadosos de forma a evitar a imoderação em relação a tudo. As dádivas inocentes de Deus em termos de alimentos e bebidas foram corrompidas para a destruição das almas; o alimento em excesso ou a glutonaria e a embriaguez estão sobrecarregando não somente os estômagos, mas também os corações (Lc 21:34). Homens ainda jovens se empanturram até o vômito; bêbados fazem a mesma coisa e depois dormem em cima do vômito.
A sabedoria do nosso provérbio é principalmente moral e espiritual, mas ainda contém um conselho nutricional. Mel e outros carboidratos simples ou refinados são a principal causa da obesidade e outras enfermidades que afetam a saúde da nossa nação. Com a prosperidade fornecendo uma variedade sem fim e quantias de açúcares e carboidratos, uma sociedade excessiva pode frequentemente se empanturrar!
Considere outras dádivas agradáveis de Deus para compreendermos a lição. Deus deu pão para fortalecer corações (Sl 104:15), mas comer pão, cereais, biscoitos, bolos, batatas fritas, creme crackers, e outros produtos à base de grãos, destrói o coração. Deus deu vinho para tornar o nosso coração alegre (Sl 104:15), mas a embriaguez é um pecado e causa terríveis desgostos e pesares (Ef 5:18).
Salomão recomenda o comer e o beber para obter, preferencialmente, força ao invés de prazeres. O prazer existe no comer, mas isso não pode dominar. E ele elogia uma nação com política e exemplos de temperança (Ec 10:16-17). Os nossos rodízios e bufês onde você come tudo quanto pode são bênçãos maravilhosas de variedade, mas eles são uma praga para o homem de grande apetite. Devemos comer para satisfazer a fome e promover a saúde. Podemos crer que “Bendito é aquele que se contenta com pouco”?
Que dizer do seu casamento? É uma grande dádiva, mas devemos viver sem que consuma as nossas vidas (ICo 7:28-35; Sl 73:25-26). Que dizer a respeito de passatempos e entretenimentos? Eles podem dar divertimentos agradáveis, mas ênfase demais faz com que eles tragam a pobreza (Pv 21:17). E o que dizer dos exercícios físicos? São pouco lucrativos, mas levados a extremos podem custar a sua alma (ITm 4:8). O que dizer também a respeito de justiça e sabedoria? Podemos ter demais? Sem dúvida alguma! O nosso Pregador nos adverte contra a soberba das duas, como no caso dos fariseus de antigamente (Ec 7:16).
Considere o sexo. Ele é um dos mais doces prazeres da vida – provado e desfrutado somente no casamento. Mas se enfatizado fora deste contexto, ele consumirá o solteiro e perverterá um casamento com práticas dolorosas. A expressão do amor pode se tornar um ritual de amargura. O Senhor na antiga aliança o limitou à prática mensal do mesmo, o que indica um benefício de comedimento (o nosso texto também pode ser aplicado a amigos, como nos é ensinado em Pv 25:17).
Considere, também, que a satisfação excessiva envolvendo qualquer prazer embota o apetite e o desfrutar daquilo, de forma que você passa a necessitar de quantias cada vez maiores para obter o mesmo prazer original. Quanto mais comida fina você come, você cada vez mais aprecia aquela refeição fora de casa. Quanto mais você viaja a negócios, menos você desfruta daqueles momentos de sair com sua mulher. É uma lição simples de experiência de que aquilo que for demais de qualquer coisa rouba grande parte do prazer dela (Pv 27:7).
Apreciando outras mulheres, que não a sua, o que é pecado, reduzirá o prazer que você tem com sua mulher. Não acrescentará nada. Daqui para frente você vai precisar mais de maiores estimulações para obter o prazer que você já teve. Você terá amortecido seus sentidos e prazeres pelos excessos pecaminosos.
Caro leitor cristão, qual é o mel da sua vida. Usado com moderação é bom; em excesso é pecaminoso. É o comer, beber, família, trabalho, casamento, passa tempos, exercícios, sexo ou outra coisa qualquer? O que é mesmo? Teremos as maiores tentações de sermos descomedidos com as coisas doces e agradáveis da vida. Qual é o seu mel?
Tendo encontrado o seu mel, até onde você vai para satisfazer seu prazer? Consumir ou desfrutar até que você se sinta doente? Ó, não, você foi longe demais. Praticamos piedosa temperança e moderação ao evitar o excesso e, desta forma, devemos permanecer cautelosamente atrás da linha do pecado.
Existe mel para as pessoas espirituais que não tem limite; e é de graça (Is 55:1-5)! A Senhora Sabedoria oferece pão, vinho e uma farta mesa (Pv 9:1-5), e ali você não ficará doente ou desapontado ao comer tudo que você possa querer. Devemos também procurar nos completarmos com a plenitude de Deus, no qual há uma grande bênção (Ef 3:14-19). Neste caso, você pode, em boa consciência, consumir tudo quanto você deseja e ainda assim desejar mais (ICo 12:31). Ó Senhor, encha-me do Teu Espírito até que eu esteja cheio e transbordante, e depois me dê ainda mais. Por favor, Senhor!