Onde há desavenças, há ódio. Conflito não pode existir sem ódio. A não ser que o amor prevaleça, a desavença se agravará. O amor não briga – ele cobre ofensas e pecados. Ele busca a paz e a persegue. Ele não pode tolerar a luta; ele procura pôr um ponto final à mesma tão logo for possível.
Desavença, uma palavra que não usamos muito hoje em dia, significa antagonismo, inimizade, discórdia, controvérsia ou disputa. Ela é briga e conflito. Enquanto que lutar pela verdade contra o pecado e o erro é piedade, neste caso nós temos a luta pessoal causada pelo ódio daqueles que não praticam o amor.
Onde há inveja, desavença, inimizade, conflito ou tensão, tudo que você precisa fazer é olhar um pouco mais fundo para encontrar uma ou as duas partes culpadas por ódio. Brigas e antagonismos não existem e nem podem existir onde cada pessoa está praticando a caridade cristão, ou amor.
Mas existem pessoas más, com o coração cheio de malícia e ódio, o que todos nós éramos por natureza (Tt 3:3), que têm prazer em criar confusão e lutas fazendo fofocas, cochichando, suposições maldosas e praguejando. Essas pessoas não têm consciência ou compaixão, como Cam e Simei; e eles receberão um destino semelhante do santo e justo Deus e dos homens nobres (Gn 9:20-27; IISm 16:5-14; IRs 2:8-9; Is 29:20-21).
A caridade perdoa pecados e esquece pecados, da mesma forma que o Senhor perdoa e os esquece. O amor esconde e oculta pecados sob a mesma cobertura que Cristo dá a cada santo. Isto é cobrir pecado, e é uma regra de vida para os santos do Altíssimo (Pv 17:9; Tg 5:20; IPe 4:8). Mas ódio, surgindo da raiva e do orgulho, adora revelar o mal, espalhar boatos maldosos e criar desavenças e problemas (Pv 15:18; 16:27-28; 26:21; 28:25; 29:22; Tg 4:1).
Podemos encobrir pecados como fez José, cujos irmãos não conseguiam acreditar em seu perdão, mesmo depois de receberem muitos presentes, e passado muito tempo (Gn 45:1-15; 50:15-21)? Senhor, nos ajude. Ele colocou a questão do horrível pecado deles na melhor perspectiva e chorou sobre todos eles. De que forma o Senhor recompensou esse filho de Jacó dentre tantos irmão? Ele lhe deu duas tribos em Israel (Js 14:4)!
Temos aqui uma oportunidade de ouro para o treinamento de crianças para dedicados pais cristão. Crianças precisam ser treinadas e corrigidas severamente nesta questão de ódio, amor, desavença e paz, ocultar pecado ou espalhá-lo. O antagonismo natural da criança cria um ambiente perfeito para ensinar amor, bondade, perdão e pacificação.
O amor tem muitas facetas (ICo 13:4-7), mas o nosso provérbio enfatiza uma delas – o cobrir pecados. O amor faz vista grossa às ofensas contra ele; o ódio se sente ofendido, guarda amargura, ou procura vingança. O amor esquece e oculta o pecado do arrependido; o ódio se lembra deles e os espalha para outros. O amor ouve rumores, ou mesmo notícias reais dos pecados de outros, mas nunca as repete; ódio anseia por informações pessoais e os espalha a quem se dispõe a ouvir.
Podemos cobrir todos os pecados, como nos ensina aqui o Pregador? Pedro procurou um limite de sete vezes para acobertar pecados, mas o nosso Senhor abençoado determinou a ele setenta vezes sete (Mt 18:21-22)! De que forma podemos suscitar problemas em cima de algumas moedas, quando o nosso Senhor nos perdoou dez mil talentos (Mt 18:23-35)! Estas coisas nunca deveriam ocorrer entre aqueles que se nomeiam o nome de Cristo, e o julgamento do servo mau é justo e apropriado.
Encobrir pecados não é comprometimento. Não é retenção do julgamento das Escrituras, seja na família, igreja, negócios ou nação. A autoridade adequada deve aplicar a justiça com rapidez, onde Deus a tenha ordenado. Mas encobrir pecados deve ocorrer quando são praticados contra você, onde haja arrependimento, ou sobre o qual você não tem autoridade direta.
O ódio ao pecado é santo e bom (Pv 6:16-19; Sl 45:7). Mas o ódio de outros, demonstrado por raiva e ofensas pessoais, ignorando arrependimento, cochichando a respeito de pecados e fofocando é assassinato na justiça de Deus (Mt 5:21-26). Ele mostra que a pessoa não tem vida eterna e está vivendo para o diabo com um espírito infernal (Jo 8:44; Tg 3:14-16; IJo 3:15).
E se uma pessoa diz, “Ó, como eu amo Jesus,” mas gera problemas, não perdoa ofensas pessoais, ignora o arrependimento e revela os pecados a outros? Eles são hipócritas mentirosos, pois a Bíblia diz que eles são assassinos descendentes de Caim (IJo 3:10-15).
Caro leitor, aproprie-se do caráter do nosso Senhor Jesus, que veio ao mundo para salvar pecadores. Para Ele os “justos” amantes de si mesmo não têm utilidade nenhuma, pois Ele sabe a escuridão dos seus corações. Vamos escolher o perdoar pecados em amor, para que possamos orar com facilidade e honestidade, “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”
A nossa lição aqui é a base da verdadeira paz – amor. Onde há desavenças, disputas e tensões, existe o ódio espreitando por detrás dos falsos apertos de mãos e palavras mentirosas de assassinos. A nossa sabedoria é vivermos esta lição, evitarmos pessoas más, e treinarmos os nossos filhos para tirar deles este mal. Sejamos grandes pacificadores no mundo, praticando a sabedoria deste provérbio. Possa o Senhor Jesus nos dar a graça e a sabedoria para a tarefa.
A nossa lição aqui envolve também o grande abismo entre o sábio e o tolo, entre o justo e o ímpio, entre os filhos de Deus e os filhos de Belial. Quando Jesus encontrou pecadores arrependidos, ele os perdoou graciosamente; quando os fariseus viam pecadores, eles os desprezavam e odiavam o perdão completo de Deus (Lc 7:36-50; 15:25-32).
Mas as pessoas más terão o seu dia, assim como os judeus. Assim como o Jesus perdoador não perdoou os Judeus. mas miseravelmente destruiu a todos, assim será com esses odiosos assassinos, geradores de desavenças, serão queimados (Ap 21:8).