O dólar comercial emendou a terceira queda seguida e fechou esta sexta-feira (18) em baixa de 1,96%, a R$ 3,582 na venda. É o menor valor de fechamento desde 27 de agosto de 2015, quando a moeda norte-americana havia fechado a R$ 3,553.
Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,26% –foi a quarta semana de queda. Com isso, o dólar acumula baixa de 10,54% no mês e de 9,28% no ano.
Na véspera, a moeda havia recuado 2,39%, na maior queda percentual diária desde 3 de novembro de 2015.
Analistas afirmam que não há como saber qual a tendência do dólar, se de queda ou de alta, já que isso depende atualmente da política. Para quem precisa da moeda, a recomendação é comprar um pouco em cada dia, para tentar fazer um preço médio.
sessão de hoje foi novamente influenciada pelo cenário político nacional.
Na véspera, uma liminar concedida pela Justiça Federal do Distrito Federal impediu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, pouco depois da cerimônia de posse.
Nesta tarde, no entanto, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região derrubou a liminar que impedia Lula de assumir o cargo, mas logo após a 1ª Vara da Justiça Federal em Assis (SP) suspendeu novamente a posse do ex-presidente por meio de liminar.
Crise política
Apesar da notícia positiva para o governo, investidores continuam apostando na possibilidade de impeachment da presidente Dilma.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu pessoalmente uma sessão no plenário da Casa, pela manhã, para acelerar o processo de análise do pedido de impeachment. Com isso, o prazo para a presidente Dilma apresentar sua defesa, que é de dez sessões plenárias, já começa a valer.
Também houve declarações do ex-ministro Moreira Franco, um dos dirigentes do PMDB mais próximos do vice-presidente Michel Temer, de que o partido deve aprovar rompimento com o governo na próxima reunião do diretório nacional do partido, marcada para o dia 29.
“O mercado continua na toada de que o que é ruim para Dilma é bom para o mercado”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold à agência de notícias Reuters.
Investidores têm reagido de acordo com o desenrolar da crise política. Para alguns, a troca de governo poderia resultar em maiores chances de recuperação da economia e o fim da crise política. Outros, porém, acreditam que o cenário de incertezas continuaria atrapalhando o reequilíbrio econômico, mesmo com a saída da presidente.
BC diminui intervenção
Como anunciado ontem, o Banco Central reduziu sua intervenção no mercado de câmbio. Nesta sessão, o BC vendeu apenas 3.600 contratos de swap cambial (equivalente à venda futura de dólares). Até então, o BC vinha ofertando 9.600 contratos diariamente.
Com a redução na venda de swaps, o BC deve vender, até o fim do mês, perto de 75% do lote que vence em abril, equivalente a US$ 10,092 bilhões. Até o momento, o BC já rolou US$$ 6,177 bilhões, ou cerca de 61% do lote total. Com informações de Uol