Apesar do aumento de 1,1% na comparação com fevereiro, Icec está em nível baixo, de 80,9 pontos, numa escala de 0 a 200
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 80,9 pontos em março, uma queda de 13,9% em relação a março de 2015. Apesar do aumento de 1,1% na passagem de fevereiro para março, o resultado ainda reflete a contínua retração do varejo, provocada especialmente pela deterioração do mercado de trabalho. “Seguem ausentes indicativos de reversão no médio prazo, especialmente em função do desemprego e da queda na renda real dos consumidores, que influenciam as vendas”, avalia a economista da Confederação, Izis Ferreira.
O aumento no comparativo mensal foi puxado, sobretudo, pelo subíndice que mede as condições correntes, que chegou a 44,1 pontos, subindo 9% em relação a fevereiro. A avaliação positiva da percepção dos comerciantes em relação ao setor, que subiu 34,2% na comparação mensal, teve papel relevante no crescimento do indicador. Na comparação anual, no entanto, há uma retração de 28,1%. Para 92,9% dos varejistas, a economia piorou em março de 2016.
Expectativas futuras
O subíndice ligado às expectativas em relação aos próximos meses alcançou 122,7 pontos. Apesar de estar acima do nível de indiferença, de 100 pontos, o resultado é apenas 0,2% acima do registrado em fevereiro. Na comparação anual, a queda é de 4,8% com perspectivas piores para a economia (-1,7%), para o setor (-5,4%) e para o próprio negócio (-6,4%). A CNC estima que o volume das vendas do comércio em 2016 recue 4,2% no conceito restrito e 8,4% no conceito ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção.
Menos investimento e estoques altos
O índice que mede as condições de investimentos caiu 1,6% em relação a fevereiro e 17,3% na comparação anual, alcançando 75,7 pontos. O resultado foi influenciado por reduções em todos os itens: intenção de contratação de funcionários (-0,2%), intenção de investimento na empresa (-2,9%) e avaliação do nível dos estoques (-0,5%). O estudo aponta que 74% dos entrevistados reduziram a intenção de fazer aportes ao capital nas empresas devido à trajetória de alta dos juros e à elevação do custo de financiamento. A avaliação do nível dos estoques diante da programação de vendas caiu 0,5% em fevereiro, o que indica alta no nível dos estoques. Para 32,1% dos empresários, os estoques estão acima do adequado.