O mercado financeiro piorou suas projeções para o comportamento das contas públicas em 2016 e 2017.
O boletim “Prisma Fiscal” de março, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Fazenda, mostra que os analistas esperam que o governo central (formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) termine o ano com um déficit primário de R$ 100,450 bilhões.
No mês anterior, essa projeção era de R$ 79,743 bilhões. Para 2017, a estimativa agora é de um rombo de R$ 103,514 bilhões, contra R$ 71,329 bilhões no boletim de fevereiro.
Com esse cenário, a trajetória esperada para a dívida bruta do governo geral também piorou. Os analistas ouvidos pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda para compor o “Prisma Fiscal” preveem que esse endividamento terminará 2016 em 74,35% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) e baterá em 80% do PIB no ano seguinte. Na projeção anterior, a dívida bruta ficaria em 74,15% este ano e subiria para 78,75% em 2017.
A deterioração fiscal, segundo os analistas, virá de uma combinação de queda nas receitas e de aumento nas despesas públicas. A projeção para as receitas líquidas do governo em 2016 está agora em R$ 1,093 trilhão, o que representa uma queda de 0,82% em relação à estimativa de fevereiro, de R$ 1,102 trilhão. Para 2017, o número também ficou menor. Ele agora é de R$ 1,159 trilhão, contra R$ 1,190 trilhão em fevereiro, diminuição de 2,6%.
Para as despesas, a expectativa do mercado é de alta. Os especialistas agora preveem que os gastos totais do governo ficarão em R$ 1,194 trilhão em 2016, contra uma estimativa de R$ 1,184 trilhão no levantamento anterior, o que representa um aumento de 0,84%. Para o ano que vem, a expectativa é de R$ 1,279 trilhão, contra uma previsão de R$ 1,268 trilhão no mês passado.
Fonte:Oglobo