Segundo o diretor de contraterrorismo da Agência Brasileira de Inteligência, a probabilidade de o país ser alvo de ataques terroristas foi elevada nos últimos meses, devido aos recentes eventos terroristas ocorridos em outros países.
A Agência Brasileira de Inteligência confirmou que uma ameaça feita no ano passado por um membro do Estado Islâmico sobre um ataque ao Brasil é verdadeira. Segundo o diretor de Contraterrorismo da Abin, Luiz Alberto Sallaberry, a mensagem foi postada no Twitter poucos dias após os ataques de Paris, que deixaram mais de cem mortos no dia 13 de novembro. O autor do texto foi identificado como Maxime Hauchard, de 22 anos, que apareceu em alguns vídeos do grupo terrorista decaptando prisioneiros. O diretor da agência de inteligência, Luiz Alberto Sallaberry, disse ao jornal “O Dia” que diante da proximidade com os Jogos Olímpicos, a Abin tem acompanhado de perto o crescimento no número de simpatizantes do grupo terrorista em solo brasileiro.
‘A partir do atentado de 13 de novembro e da mensagem dele no Twitter houve uma intensidade maior nos discursos, que ficaram um pouco mais agressivos’, afirmou o diretor.
A Abin não informou o número de extremistas que vivem no Brasil, por ser uma informação confidencial. Diante da ameaça no país, Luiz Alberto Sallaberry defendeu medidas excepcionais de investigação pela Abin.
‘É fundamental, mas nós não queremos nada de forma abrangente. Mas, por exemplo, na área de terrorismo, de contra-espionagem, sabotagem e segurança orgânica, nós avaliamos que deveríamos ter certas prerrogativas. Claro, sempre com o rigor de pedir autorização à Justiça. Há várias questões que a sociedade brasileira está suficientemente madura para discutir. Uma delas é a possibilidade de fazer grampo. O Brasil precisa dicutir mais, por exemplo, a possibilidade de infiltração. É a segurança de todos que está em jogo. Isso é uma discussão que precisa ser lavada ao Congresso Nacional’, disse Luiz Alberto Sallaberry.
O esquema de segurança das Olimpíadas ficará a cargo da Secretaria Especial de Segurança para Grandes Eventos. O órgão disse que não comenta investigações de outras agências, mas o secretário de Segurança, Andrey Rodrigues, afirma que vem mantendo reuniões e trocas de experiências com outros países que vivem ameaças constantes de terrorismo, como Estados Unidos, França e Bélgica.
‘Nós enviamos, por exemplo, policiais federais para acompanhar o Tour de France, na França. Tivemos várias visitas aos Estados Unidos, acompanhando a Assembleia-Geral da ONU, acompanhando a operação de segurança, na Maratona de Boston, no Super Bowl… Estamos adotando as melhores práticas que existem nesse sentido’, destacou o secretário.
Andrey Rodrigues também destaca a colaboração diária do governo brasileiro com organizações como a Interpol. Na quarta-feira, a Secretaria Especial de Grandes Eventos recebeu agentes do FBI, a polícia federal americana, e, nesta quinta, foi a vez de uma reunião com uma comissão do governo de Israel. Para os Jogos Olímpicos, delegações de mais de 200 países devem vir ao Rio de Janeiro para passar cerca de um mês na cidade durante as competições.
Fonte: CBN