Oficina de biojoias formou 21 socioeducandos (Foto: Divulgação)
Em tempo de escassez de recursos naturais, é preciso agregar novos usos aos materiais da natureza. Nesse sentido, adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) aprenderam a confeccionar biojoias, no curso profissionalizante do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).
A formação foi realizada durante o mês de julho, nos Centros Socioeducativos de Internação do Florescer e do São Cristóvão, ambos em São Luís. No total, 21 socioeducandos participaram do curso e serão certificados em breve.
A presidente da Funac, Sorimar Sabóia, ressaltou a importância da profissionalização. “Os cursos complementam o processo sociopedagógico dos adolescentes e possibilitam aprender uma profissão, se inserir no mercado de trabalho, além de abrir os horizontes dos socioeducandos para um novo projeto de vida”, destacou.
O curso trabalhou conceitos de reciclagem e ensinou como fazer bijuterias produzidas de forma artesanal, mesclando variedade de materiais orgânicos e naturais como sementes, frutos, lascas e contas de madeira, fibras vegetais, couro, ossos, penas, pedras naturais, madrepérola, conchas, búzios, entre outros. Os alunos aprenderam, também, conceitos de precificação dos produtos, entendendo ainda os custos de mão de obra e dos materiais utilizados.
Peças feitas pelos adolescentes
Para um dos alunos, o curso foi uma boa surpresa. “Quando iniciaram as aulas, pensei que ia fazer artesanato e só. Mas depois que conheci um pouco mais, percebi o quanto é interessante e me identifiquei muito com o curso e os conteúdos. Creio que pode ser um caminho para eu me desenvolver mais quando encerrar a medida. As professoras ensinaram muito bem e aprendi bastante”, contou.
Uma das adolescentes do Florescer disse que despertou seu lado criativo durante o curso. “Aprendi a fazer cordão, pulseira, brinco, coloquei minha criatividade para fora e percebi que as peças ficaram muito bonitas. No começo pensei que era difícil, mas agora eu pretendo seguir fazendo as biojoias”, comentou.
Outro aluno foi além e já pensa em abrir o próprio negócio. “Eu gostei demais do curso. Quando sair, já penso em produzir minhas próprias peças e revender minhas criações numa lojinha. É um bom caminho para seguir”, disse animado.
“Me surpreendi com os resultados das peças produzidas pelos alunos. Eles aprenderam bastante, conseguiram captar tudo o que dialogamos nas aulas sobre reciclagem, utilização dos materiais e colocaram em prática nas bijuterias. Por isso superaram as expectativas”, elogiou a professora Silmara Carvalho.
Silmara destacou ainda que o curso foi uma oportunidade para desconstruir preconceitos. “No começo, eles pensavam que o curso era voltado apenas para o público feminino, mas perceberam que é uma área muito interessante, em crescimento e que homens também podem e devem fazer artesanato e biojoias”, frisou Silmara.
A supervisora Ana Karoline Lopes acrescentou que “mais que uma atividade de profissionalização, o curso também funcionou como uma terapia para todos os alunos. Eles desenvolveram a criatividade e autonomia no processo de produção das peças, e o desenvolvimento durante o curso foi muito bom”.
Do material produzido, algumas peças já foram expostas na XI Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, realizada este mês. Em breve, será realizada uma nova exposição com todas as biojoias.
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