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A palmeira do babaçu é conhecida como a mãe das quebradeiras de coco, pois dela pode-se aproveitar quase tudo, frutos, folhas, raízes e estipe, podendo gerar vários produtos, do artesanato, gastronômico, cosméticos, remédios e outros. É dessa matéria-prima que centenas de mulheres extrativistas tiram o sustento de suas famílias.
O Governo do Estado, por meio do Sistema da Agricultura Familiar, está trabalhando nos últimos quatro anos, no fortalecimento e desenvolvimento da cadeia agroextrativista do babaçu, investindo recursos em projetos que visam a valorização e incentivo do trabalho das mulheres quebradeiras de coco babaçu do Maranhão.
O Sistema de Agricultura Familiar, Sistema SAF, é formado pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF), Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp/MA) e Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma/MA).
Em julho, o Sistema SAF realizou a entrega de três empreendimentos que tiveram investimento por meio da cadeia do babaçu, totalizando R$ 1.234.000 destinado à construção, adequação e aquisição de equipamentos para o funcionamento das unidades de beneficiamento de coco babaçu.
No assentamento Canto do Ferreira, município de Chapadinha, 26 quebradeiras de coco da Associação das Quebradeiras de Coco realizaram o sonho de ter uma agroindústria de derivados do mesocarpo do babaçu para produção de biscoitos, bolos, mingaus e azeite. O recurso destinado foi de R$ 280 mil, que garantiu a montagem da estrutura, composta por forno industrial, misturador, laminadora, liquidificador industrial, etiqueta seladora, kit de higiene para cozinha e escritório completo.
Para a presidente da associação, Gracilene de Jesus, com a agroindústria será possível manter o orgulho pela atividade, valorizar a imagem das quebradeiras e impulsionar outras mulheres. “Realizamos um sonho após anos de luta e uma trajetória difícil. Vamos nos reinventar cada vez mais, trabalhando com tantas outras mulheres fortes e conscientes da nossa história. E após verem nossa conquista, muitas companheiras da comunidade já querem fazer parte da associação”, disse Gracilene de Jesus.
O secretário de Estado de Agricultura Familiar (SAF), Júlio César Mendonça, destacou o empenho do Governo do Estado em valorizar o esforço das comunidades tradicionais e estimular a produção de seus produtos.
“O compromisso firmado pelo governador Flávio Dino com os agricultores e agricultoras do Maranhão segue firme, destinando ações de proteção e incentivo, que consigam manter as famílias campo, com novas formas de comercialização, acesso às tecnologias e garantias concretas de emprego, renda e qualidade de vida”, frisou o secretário.
No município de Lago do Junco foi inaugurada, em parceria com a Assema, a unidade de refino de óleo babaçu da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas do Lago do Junco (Coppalj).
O Governo do Estado investiu R$ 570 mil para compra de um sistema de processamento de óleo babaçu com capacidade de refinar 5 toneladas de óleo por dia. O produto orgânico e refinado pode ser utilizado pela indústria alimentícia e cosmética. A expectativa é que sejam gerados 980 empregos diretos e 2 mil empregos indiretos.
“Quando nós, trabalhadores rurais e quebradeiras de coco, saímos da era da quebra do coco e chegamos no processamento e por último no refino, isso é de fundamental importância porque vai virar uma página da história na economia do babaçu para todas quebradeiras de coco daqui”, disse a presidente da Coppalj, Ildo Lopes de Sousa.
Na comunidade Taquaritiua, em Viana, as mulheres quebradeiras de coco babaçu festejaram a inauguração da agroindústria de beneficiamento de azeite, mesocarpo e azeite. Foram investidos R$ 384 mil para adequação, ampliação e construção de um espaço de panificação para a diversificação de produtos oriundos do babaçu, uma parceria entre o Sistema SAF, o Movimento Interestadual das Quebradeiras De Coco Babaçu (MIQCB) e a Cooperativa Interestadual das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu (CIMQCB).
“Quando a gente sonha e não desiste, alcançamos nosso objetivo”, afirmou a quebradeira de coco babaçu, Maria dos Santos que, ao lado de mais 18 mulheres, formam um grupo que irá trabalhar na unidade de beneficiamento de babaçu na comunidade.
A secretária adjunta de Extrativismo, Povos e Comunidades Tradicionais da SAF, Luciene Dias Figueiredo, disse que a cadeia do babaçu, coordenada pelo Sistema SAF, tem um impacto positivo na vida de centenas de mulheres agroextrativistas do babaçu. “Uma satisfação de estar apoiando um projeto deste tipo que possui viabilidade social, ambiental e econômica. O babaçu gera renda e gera empregos”.
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