Nenhum homem gosta da adversidade, que é sofrimento, perseguição, aflição ou calamidade. Todos nós escolheríamos evitá-la. E é fácil nos ressentirmos dela. Mas ela, verdadeiramente, mede a nossa fé e o nosso amor para com Deus, pois só ela prova a nossa integridade espiritual e nossa santa confiança.
Sem adversidade, como você poderia mostrar a sua força? Você poderia falar a respeito dela, mas falar é fácil. Você poderia acreditar que você tem força, mas isso é ainda mais enganoso. Você poderia dizer ao Senhor que jamais o negaria, mas até que passe pela provação as suas palavras são vãs. É a adversidade que revela as falsas confissões dos ouvintes embrutecidos, portanto tome cuidado.
É mentira pensar que a vida cristã é uma de tranquilidade sem problemas (Jó 5:6-7). Pergunte a Jó, Moisés, Davi ou Paulo. A vantagem do cristão é que Deus promete ajudá-lo em suas dificuldades “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas. Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra” (Sl 34:19-20).
Também é mentira dizer que os cristãos nunca desfalecem, pois vemos que grandes homens têm paixões como as nossas e desanimam de vez em quando (Nm 11:11-15; IRs 19:1-4; Jó 3:1-16; Jr 20:14-18; Mt 26:69-75). Até o nosso irmão Paulo ficaria desanimado, mas não destruído (IICo 4:8-10).
Deus traz a adversidade para provar a nossa fé, assim como fez com Jó. Ele trará dificuldades para ver o quanto dependemos Dele ao invés de em nós mesmos. Ele vai descobrir o quanto o valorizamos comparado com outras coisas em nossas vidas. Nós O adoramos somente como uma cerca viva protetora? Nós ainda o adoraríamos quando perdêssemos tudo?
Deus também traz a adversidade para aumentar a nossa força pelas provações, assim como se faz nas campanhas de treinamento dos militares. E porque o Seu objetivo é a nossa perfeição, devemos apreciar estes tempos de dificuldades (Rm 5:3-5; Tg 1:2-4). Na realidade, os homens sábios regozijarão grandemente nelas!
As suas dificuldades não são maiores do que as dos outros (ICo 10:13). Elas podem ser diferentes, mas não são mais duras. E há um grande conforto somente em reconhecer este fato importante. Nem são também impossíveis, pois Deus fielmente colocará um limite às suas tribulações ao nível que possas suportar.
Ele é capaz de dar graça – força interna pelo Seu Espírito – para resistir a adversidade (IICo 12:7-10). Quando Paulo aprendeu que a graça de Deus era mais claramente revelada pela adversidade, ele escolheu se regozijar nessas dificuldades para glorificar a Deus através da sua própria fraqueza. Deus é capaz de fortalecê-lo com tal poder glorioso que você regozijará (Cl 1:11; Is 40:29).
Alguém disse que, “Quando o caminhar se torna duro, os duros continuam andando.” Nós aplicamos isto espiritualmente para descrever a fé tirando coragem em tempos de dificuldade. Se buscarmos o nosso próprio livramento, se perdermos a nossa confiança em Deus, se reclamarmos ao invés de louvarmos, se perdermos a esperança no futuro, se lembrarmos com saudade os prazeres renunciados, se houver enfraquecimento em santidade, se houver uma redução em nosso espírito agradecido, se tratarmos os outros com menos amor e paciência, e se os deveres se tornam fardos pesados, então estamos desmaiando. Devemos rejeitar esses sintomas e nos comportarmos como homens (ICo 16:13).
Temos uma grande nuvem de santos do Velho Testamento e o nosso Senhor Jesus para relembrarmos, o que deverá nos guardar de desmaiarmos em nossa corrida de longa distância (Hb 12:1-3). E desde então milhões de mártires encararam e resistiram à adversidade de diversas formas que dificilmente poderíamos imaginar.
Podemos ficar desanimados, mas não podemos ser destruídos (IICo 4:8-10), conforme Paulo nos ensinou. Se o SENHOR for por nós, quem ou o que pode ser contra nós (Rm 8:31). O SENHOR é o nosso ajudador, e as Suas certas promessas são a âncora das nossas almas (Hb 6:19).
A fé pode conquistar a adversidade, pois ela enxerga o futuro brilhante através e para além dos reveses temporários, seja aqui ou em glória (Sl 27:13-14). Isto nos guarda de desmaiarmos ao crermos que o certo livramento está a caminho. Como podemos fazer isto? “Espera no SENHOR: sê de bom ânimo, e Ele fortalecerá o seu coração: espere, digo eu, no SENHOR” (Sl 27:14).
Caro cristão, a sua adversidade não é o resultado do destino ou do acaso, mas é pelo sábio conselho do nosso Pai Celestial. Nenhum pardal cai sem que haja a determinação providencial Dele e, até mesmo, os cabelos da sua cabeça estão contados (Mt 10:29-31). Até a vara disciplinadora Dele não é mais do que a prova do amor eterno e do Seu fervente desejo da sua perfeição (Hb 12:5-8).
Não se canse em praticar o bem: (Gl 6:9; IITs 3:13) brevemente ceifaremos, se não desmaiarmos. O nosso Salvador suportou a cruz e desprezou a vergonha pela alegria de uma eterna recompensa que estava diante Dele (Hb 12:2; Sl 16:8-11). Sigamos o Seu exemplo de força.