A greve dos médicos da rede pública de saúde de Cuiabá, que se estende por 44 dias, gerou até a terça-feira (19) um prejuízo ao sindicato da categoria de R$ 2,8 milhões em multas devido à ilegalidade do movimento. Desde quando começou em 7 de março a greve foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça com multa no valor de R$ 50 mil por dia de descumprimento. Como a categoria não estava respeitando a decisão judicial o valor da multa passou para R$ 70 mil/dia em 18 de março.
Sem condições de arcar com o valor da dívida, o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed/MT) ingressou com um recurso na justiça pedindo a isenção do pagamento do valor cobrado. Na primeira audiência realizada na quinta-feira (14) a ilegalidade do movimento foi mantida junto com o pagamento da multa.
Mesmo diante desta situação a categoria decidiu em assembleia geral realizada na segunda-feira (18) manter a greve por tempo indeterminado. Os médicos reivindicam melhores condições de trabalho, pagamento de horas extras e implantação do piso nacional dos médicos que é de R$ 12,9 mil por 20 horas semanais.
Para minimizar os efeitos dos pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), o sindicato realiza na quarta-feira (20) um mutirão de consultas na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura da Capital. O horário de atendimento será das 13h30 às 17h30. Estarão disponíveis para a população clínicos gerais, pediatras e ortopedistas. Além disso, o Sindicato disponibilizará um ônibus, para buscar e levar os pacientes dos bairros Pedra 90, Jardim Vitória e São Gonçalo.
A greve dos médicos começou no dia 7 de março e logo foi declarada ilegal pela Justiça. No dia 29 de março a Prefeitura de Cuiabá começou a cortar o ponto dos grevistas, mas mesmo assim a categoria não retrocedeu e continuou com o movimento. Em Cuiabá, o salário pago pela Prefeitura é de R$ 3,8 mil, o que, segundo o sindicato, é o pior salário da categoria no Estado e tem afastado os interessados em prestar concurso público no município.
Fonte: GAZETA DIGITAL