Temos aqui um difícil teste de caráter. Esta é uma forte evidência de que você é um filho de Deus. Aqui está a verdadeira avaliação da piedade e da sabedoria. Aqui está o desafio da sua fé, queira você ou não. Agora, pense. Você é feliz quando coisas ruins acontecem com os seus inimigos?
Deus ordena que você ame os seus inimigos pessoais, e esta é uma das principais medidas de um verdadeiro cristão. Tal amor envolve o entristecer-se quando o seu inimigo cai ou tropeça na vida. Se você está feliz ou regozija quando ele é abatido pela adversidade, você pecou contra Deus. Neste provérbio, o Senhor Deus, oferece uma regra simples para a vitória espiritual em sua vida. Continue a leitura.
O provérbio, por si só não está completo, pois o versículo seguinte explica as consequências de se regozijar com os problemas dele. O Senhor verá a sua satisfação egoísta e vingativa; Ele ficará irado com a sua perversa atitude; e Ele suspenderá a punição do seu inimigo (Pv 24:18). Com isto você terá caído a níveis inferiores ao de seu inimigo, chegando até ao assassinato no coração!
Todos nós deveríamos saber que a vingança é pecado (Rm 12:17-21). Sabemos que a vingança é uma prerrogativa de Deus e nós devemos retribuir o mal com o bem. Mas o sábio Pregador está indo para os nossos corações. Ele está esmigalhando aqueles pensamentos malignos que adoram ver os nossos inimigos em dificuldades.
Você se regozija – em seu coração – quando seu inimigo cai? Você fica feliz – no secreto do seu coração – quando o seu inimigo tropeça? Estes são os pecados que Ele condena! Ah, caro leitor, a gloriosa luz da palavra de Deus brilha profundamente! Até a profundeza dos nossos mais íntimos pensamentos!
A vingança pura e santa e a retribuição é tratar o seu inimigo com amor e bondade, até mesmo nos seus pensamentos, e permitir que Deus trate com ele. Você, assim, prova que o seu coração é justo; o Senhor fica satisfeito com a sua ação, e seu inimigo vai encarar o seu santo Pai (Pv 20:22).
Devemos discernir corretamente a palavra da verdade (IITm 2:15). Não podemos, de uma maneira efeminada, aplicar este versículo aos inimigos de Deus. O inimigo aqui é um inimigo pessoal que lhe tem ofendido ou buscou prejudicá-lo. Observe cuidadosamente que se trata do seu inimigo. Santos não amam os inimigos de Deus; eles são ensinados por santos exemplos a odiarem os inimigos Dele (Pv 11:10; Êx 15:1-21; IICr 19:2; Jó 22:19; Sl 15:4; 31:6; 58:10; 139:19-22; Ap 6:9-11; 18:20; 19:1-6).
Os homens odeiam naturalmente os seus inimigos. Eles se ressentem de qualquer um que os ofenda, despreza ou que os supera; eles querem se vingar. Os fariseus torciam a lei de Deus numa tentativa de justificar esse tipo de ódio. Mas o nosso abençoado Senhor corrigiu a heresia deles ao exigir bondade para com os nossos inimigos pessoais, de forma a demonstrar que somos verdadeiros filhos de Deus (Mt 5:43-48).
Os fariseus também perverteram a provisão de lei de Deus do “olho por olho” de forma a poder aplicar isto às ofensas pessoais. Apesar de Deus ter escrito isto exclusivamente para os governos civis aplicarem, eles a usavam para uma vingança pessoal. Jesus novamente os corrigiu ensinando a santa sabedoria de simplesmente voltar a outra face se um inimigo nos bater (Mt 5:38:42). Que Deus seja verdadeiro!
Jó, um homem perfeito, que rejeitou o mal, de quem Deus elogiou diante de Satanás, era muito discreto quando se tratava dos seus inimigos. Ele afirmou que era digno do juízo de Deus, “Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio e se exultei quando o mal o atingiu (também não deixei pecar a minha boca, pedindo com imprecações a sua morte)” (Jó 31:29-30).
Davi, um homem segundo o coração de Deus escreveu o seguinte a respeito dos seus inimigos: “Quanto a mim, porém, estando eles enfermos, as minhas vestes eram pano de saco; eu afligia a minha alma com jejum e em oração me reclinava sobre o peito, portava-me como se eles fossem meus amigos ou meus irmãos; andava curvado, de luto, como quem chora por sua mãe.” (Sl 35:13-14). Mas mesmo assim os seus inimigos revelaram os seus maus caráteres ao regozijarem da sua adversidade (Sl 35:15-16).
Até as melhores pessoas santas têm inimigos, pois as nossas famílias, vizinhos, colegas e membros de igreja nada mais são do que pecadores, e este mundo não é amigo do justo. Considere a sua vida. Quem são os seus inimigos? Até o seu cônjuge pode, às vezes, se tornar um inimigo neste sentido.
Alguém do seu serviço o provoca? Há um membro da igreja que parece lhe odiar? Um membro da sua família o ignora e o ofende? Existe um colega de classe que o provoca? Um vizinho já invadiu a divisa da sua propriedade? Um funcionário seu espalha segredos e desrespeito para com você? Um antigo amigo se voltou contra você em ódio feroz e o caluniou sem causa? Identifique a todos eles. Examine com cuidado o seu coração.
A grande questão é como você reagirá. Eles nos odeiam sem causa; nós os amamos apesar do ódio deles. Eles nos caluniam e nos difamam; nós os abençoamos e louvamos. Eles nos ignoram e nos desprezam; nós os cumprimentamos e os elogiamos. Eles nos ferem; nós fazemos o bem para eles. Eles praticam o mal contra nós; nós respondemos o mal deles com o bem (Pv 25:21-22; Êx 23:4-5; Mt 5:43-48; Rm 12:14,17-21; ITs 5:15; IPe 3:9). Veja os comentários de Provérbios 25:21.
Se você deseja uma vitória espiritual hoje, para agradar ao seu Pai celestial, e ser perfeito como Ele é, ore pelos seus inimigos! Agora! Orar por eles lhe preparará para não violar este santo provérbio. Se você fizer isto em sinceridade, você será abençoado com paz e alegria; e o Santo Espírito terá liberdade de trabalhar em sua vida através do seu novo homem, para que você se torne um santo maior ainda na terra. Nós entristecemos e apagamos o Espírito pelos nossos pensamentos duros e detestáveis para com os nossos inimigos pessoais (Ef 4:30; ITs 5:19; Tg 3:14-17).
Querido santo, que seria de nós se o nosso Pai não nos tivesse amado através de Jesus Cristo quando ainda éramos Seus inimigos (Rm 5:6-10)? Podemos seguir um pouco do seu exemplo? Muito? Senhor nos ajude!
O nosso abençoado Senhor amou os seus inimigos pessoais e teve compaixão humana pela destruição deles (Lc 19:41-44). E Ele também, vividamente demonstrou um espírito glorioso ao orar ao Seu Pai para perdoar os soldados que apostavam para ganhar as Suas vestes aos pés da cruz (Lc 23:34).
O nosso amado Estevão, com pedras batendo em seu corpo, e tendo o Senhor Jesus ao alcance das suas vistas, orou a Deus para perdoar os judeus por apedrejá-lo até a morte (At 7:55-60). Estes são os nossos santos exemplos; vamos pensar, falar e agir como eles, hoje! Amém!