O dia que já estava negativo no mercado azedou após notícia da Folha de São Paulo, das 11h51 (horário de Brasília), apontar que o presidente interino da Câmara decidiu anular a tramitação do impeachment. Nos minutos que se seguiram, a Bolsa foi para a mínima do dia, aos 49.907 pontos, enquanto o contrato futuro do dólar, com vencimento para maio, saltou para sua máxima, a R$ 3,700. A decisão do deputado Waldir Maranhão (PP-MA) foi confirmada minutos após a divulgação da reportagem da Folha.
A decisão inesperada puxou as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) para queda de 12,30%, a R$ 8,84, na mínima do dia. Os papéis ordinários chegaram a cair 9,98%, a R$ 11,64. Às 12h47 (horário de Brasília), os ativos ONs e PNs da estatal recuavam 7,97% e 8,53%, respectivamente, R$ 11,90 e R$ 9,22.
Outras blue chips da Bolsa seguiram o mesmo caminho, com as ações da Vale e siderúrgicas entre as maiores quedas do Ibovespa. As ações da Usiminas, CSN e Metalúrgica Gerdau afundaram até 13,3%, 10,68% e 10,66%, respectivamente, na mínima do dia. Neste momento, esses papéis recuavam 10,73%, 7% e 6,99%, nesta ordem, a R$ 2,08, R$ 10,36 e R$ 2,53.
No caso do dólar, o contrato futuro da moeda chegou a saltar 5%, indo para R$ 3,700. Agora, registrava valorização de 1,8%, para R$ 3,589. Nos DIs, os contratos de juros futuros mais longos foram os que mais subiram. O contrato com vencimento em janeiro de 2021 chegou a subir 0,57 ponto percentual, indo para 13,16%. Neste momento, a alta era de 1,43%, a 12,76%.
Nesta manhã, Maranhão anulou as sessões do dias 15, 16 e 17 de abril, quando os deputados federais aprovaram a continuidade do processo de impeachment. Ele acatou pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU). Com a aprovação na Câmara, o processo seguiu para o Senado. Waldir Maranhão já solicitou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a devolução dos autos do processo. O presidente interino da Câmara determinou ainda nova sessão para votação do processo de impeachment na Casa, a contar de cinco sessões a partir de hoje (9).
Para o analista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, a decisão-surpresa de Maranhão deve aumentar ainda mais o conflito político e reforça ainda mais a judicialização do processo de impeachment no STF. “Ainda não há um cenário claro, mas essa decisão reforça a judicialização do impeachment, o que pode atrasar o processo”, ressalta o analista.
Segundo o analista da MCM Consultores, Ricardo Ribeiro, destacou em entrevista à Bloomberg, que a decisão de Maranhão sobre o impeachment não se sustenta e o STF tende a confirmar a legalidade da sessão da Câmara. “No máximo, poderá ocorrer o adiamento da votação no Senado”, afirma.
Confira abaixo a reação do mercado em imagens:
– Gráfico da Bolsa de 5 minutos
– Gráfico do dólar futuro de 5 minutos
-Gráfico da Petrobras de 5 minutos
Com informações de Info Money
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