“Reitero que é urgente pacificar a nação e unificar o Brasil”, disse o interino. O senador Aécio Neves, que perdeu as eleições presidenciais de 2014, marcou presença
O presidente interino, Michel Temer, tomou posse do cargo na tarde de hoje (12) pedindo confiança do povo brasileiro e prometendo continuidade aos programas sociais do governo de Dilma Rousseff. Ele nomeou 24 ministros, dos quais pelo menos cinco estão envolvidos na Operação Lava Jato e passam a ter foro privilegiado. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado nas eleições presidenciais em 2014, foi à cerimônia.
Os nomes de Henrique Alves, empossado no Ministério do Turismo, e Geddel Vieira Lima, na Secretaria de Governo, serão deslocados da força-tarefa da operação sob comando do juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Passam a ser assunto do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles e os ministros do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá, da Casa Civil, Eliseu Padilha e das Cidades, Bruno Araújo, além do próprio Temer, são citados por recebimento de propinas e desvios de verba na Petrobras.
“Minha primeira palavra ao povo brasileiro é confiança. Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente, na vitalidade de nossa democracia, na recuperação da economia nacional, nos potenciais do nosso país, nas nossas instituições sociais e na capacidade que unidos poderemos enfrentar os desafios desse momento, que é de grande dificuldade”, disse Temer. “Reitero que é urgente pacificar a nação e unificar o Brasil. É urgente fazermos um governo de salvação nacional.” A presidenta Dilma Rousseff, afastada hoje, o apontou como um dos comandantes – ao lado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então presidente da Câmara dos Deputados – da conspiração para inviabilizar o governo desde seu início.
Temer afirmou que sua prioridade será o combate ao desemprego e a retomada do crescimento econômico e que para isso será preciso realizar reformas. “É preciso resgatar a credibilidade no Brasil no cenário nacional e internacional para que empresários retomem a segurança nos seus investimentos”, disse. “Teremos que incentivar de maneira significativa as parcerias público-privadas na medida que se podem gerar emprego no país. Sabemos que o Estado não pode tudo fazer e depende dos empresários e dos trabalhadores.”
“O emprego é um bem fundamental para os brasileiros”, continuou. “O cidadão só terá emprego se a indústria, comércio e serviços estiverem todas caminhando bem. Um projeto que garanta empregabilidade exige também a consolidação de projetos sociais. A empregabilidade exige consolidação dos projetos sociais porque todos sabemos que lamentavelmente o Brasil ainda é um país pobre.”
O presidente interino se comprometeu a manter os programas sociais dos governos de Lula e Dilma, com algumas possíveis alterações, e reforçou que nenhuma dessas reforças “alterará direitos adquiridos por cidadãos brasileiros”.
“Reafirmo, e faço em letras garrafais, vamos manter os programas sociais. O Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada. Aliás, mais do que nunca, precisamos acabar com um hábito no Brasil em que, assumindo outrem o governo, você destrói o que foi feito. Ao contrário, você tem que prestigiar aquilo que deu certo, complementá-los, aprimorá-los”.
Na avaliação de Temer, para garantir a “empregabilidade” também será necessário restaurar as contas públicas. Segundo ele, o corte de ministérios já feito em seu governo é uma das ações de reequilíbrio fiscal do Estado. “Nosso lema, que não é de hoje, é ordem e progresso. A expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual.”
Fonte: Rede Brasil Atual
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