Na música da Banda Ultraje a Rigor, intitulada “Nada a declarar” demonstra-se claramente a pobreza cultural existente…
Abaixo um trecho que resume bem a qualidade cultural que nos é exposta hoje em dia
“Esse nosso papo anda tão furado
É baixaria, dor de corno e bunda pra todo lado
Eu quero me esbaldar, quero lavar a alma
Quem sabe, sabe; quem não sabe bate palma”
A frase “quem sabe, sabe; e quem não sabe bate palma” tem uma força muito intensa, pois é uma porrada na cara daqueles que não são artistas de verdade, que querem impor uma arte sem qualidade, sem riqueza artística, que muitas vezes por influência, politicagem, lobby ou ajuda de terceiros, nos é imposta sem o merecimento devido.
Quando um cantor se apresenta com o popular “playback” ele se sujeita a transparecer que sua qualidade é duvidosa, pois é muito fácil se apresentar “dublando”…ou seja, é ridículo
E mais ridículo ainda quando se usa playback em uma peça teatral…é um absurdo ficar vendo esses “artistas” (se é que se pode considerar artista alguém que fica em um palco gesticulando os dizeres de uma peça) dublando uma cena. Especificamente para quem assiste uma encenação teatral com playback, se demonstra uma grande falta de respeito com esta platéia…ou seja…TEM QUE FAZER AO VIVO, pois só assim um artista vai poder comprovar que sabe as falas, que sabe encenar realmente…e não adianta justificar que não há condições ou recursos, e que por isso se usa playback numa encenação…faça no peito e na raça ou NÃO FAÇA…
Há de se admirar e reconhecer aqueles que são esforçados, que persistem, mesmo não tendo a arte na veia, mas que lutam e se aprimoram…pois crescem e se tornam profissionais naquilo que acreditam…mas sempre respeitando o público!
Encerro este texto fazendo alusão a um grande artista do início do Século XX, que conquistou a todos daquela época por uma característica singular que era sua potente e afinada voz e sua capacidade de conquistar a todos que lhe assistiam, lembrando que naquela época não havia recursos tecnológicos, (processadores de voz, etc) e ele se apresentava nos teatros somente com sua bela voz… Orlando Silva era seu nome… e até hoje é considerado “O Cantor das multidões”…
Como diria Faustão….Quem sabe faz ao vivo!!!
Ou Roger do Ultraje…”E quem não sabe, bate palma”
Por Cláudio Raposo