Alinhada às demandas mundiais e ao fortalecimento do desenvolvimento rural sustentável, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento realiza ações nas áreas de extensão rural, pesquisa e defesa agropecuária, ao difundir conhecimento e novas tecnologias e apoiar os produtores rurais na adoção de boas práticas no setor.
Confira, no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta sexta-feira (5), algumas das iniciativas da pasta para incentivar a produção sustentável:
Desenvolvimento Rural Sustentável
Em uma atuação integrada aos municípios, a Secretaria lançou o Prêmio Cidadania no Campo – Município Agro, para estimular as prefeituras a implementar agendas estratégicas para fortalecer a gestão rural local, melhorando a produtividade e a sustentabilidade do agronegócio paulista.
Em 2019, os dez municípios paulistas com o melhor desempenho no desenvolvimento rural sustentável receberam premiações em dinheiro, para utilizarem na execução de projetos alinhados à proposta sustentável. Em 2020, 393 municípios apresentaram interesse em participar, e 220 já tiveram a adesão confirmada.
Conservação de solos
O Instituto Agronômico (IAC), da pasta, foi a primeira instituição de pesquisa a realizar análise de solo e planta no Brasil e, atualmente, possui 13 centros de pesquisas experimentais, nos quais as boas práticas ambientais servem de diretrizes.
Pesquisas do IAC buscam identificar e quantificar os principais processos erosivos decorrentes das atividades rurais e urbanas, além de divulgar práticas conservacionistas e buscam formas de manejo para a manutenção da qualidade química e biológica do solo.
No entanto, cumpre aos responsáveis pela sua exploração zelar pelo aproveitamento adequado e pela conservação das águas em todas as suas formas. A fiscalização do uso, conservação e preservação do solo agrícola no estado de São Paulo realizada pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) tem como objetivo minimizar os processos erosivos existentes.
“Principalmente para as classes dos solos mais suscetíveis a esse processo, mantendo e melhorando sua capacidade produtiva, assim como, preservando todos os elementos da natureza conectados a ele”, disse o engenheiro agrônomo Marcelo Jorge Chaim, diretor do Grupo de Defesa Sanitária Vegetal, da CDA.
Mitigação de déficit hídrico
Há 20 anos, o Programa Cana IAC conduz projetos de seleção de variedades de cana-de-açúcar e de estratégias de mitigação de déficit hídrico para regiões onde essa condição ocorre de maneira mais frequente e extrema. A produtividade da cana passou de 60 toneladas por hectare para 100 toneladas por hectare, na média dos cinco primeiros cortes, passando de 5 mil litros de etanol, por hectare, para 8.700 l/ha, um acréscimo de 66% na produção deste biocombustível na mesma área cultivada.
O IAC também disponibilizou a nova variedade de cana-de-açúcar IACSP01-5503, que superou a variedade mais plantada no Brasil, a RB867515, em 26,2% em experimentação desenvolvida em regiões de maior déficit hídrico. Outro lançamento foi a cultivar IACCTC07-8008, com 30% a mais de produtividade.
“Esses trabalhos de pesquisas desenvolvidas principalmente ao longo das últimas quatro décadas possibilitaram que grande parte da cana-de-açúcar no Brasil fosse cultivada em sequeiro, com grande eficiência quando comparada a outras em iguais condições pelo mundo”, diz o pesquisador do IAC Marcos Guimarães de Andrade Landell.
Citricultura sustentável
Contribuindo para a liderança paulista na produção sustentável de laranja e exportação de suco do mundo, os trabalhos do Centro de Citricultura do IAC incluem o lançamento de porta-enxertos, cultivares com resistência a doenças e ao estresse hídrico.
“A diversificação de variedades dentro do pomar possibilita diferentes épocas de maturação, o que amplia o período de colheita, aumenta a produtividade e o lucro”, explica a pesquisadora do IAC Mariângela Cristofani Yaly.
Uma preocupação da citricultura, nos últimos anos, é a ocorrência de mudanças climáticas. O pesquisador do IAC, Gabriel Constantino Blain acredita que o contínuo estudo das variações temporais do clima pelo IAC é fundamental para mitigação das implicações agronômicas do aquecimento global.
Garantia da sustentabilidade ambiental
Os defensivos e fertilizantes agrícolas desempenham papel importante na produtividade das lavouras. Porém, precisam ser monitorados para não contaminarem solo, águas superficiais e subterrâneas.
O trabalho do Instituto Biológico (IB-APTA) é monitorar solo, água de rios, córregos, represas e animais não alvo para minimizar os riscos de contaminação e garantir a sustentabilidade ambiental.
Proteção das águas
O Instituto de Pesca (IP-APTA) realiza ações junto à cadeia produtiva para promover a importância da preservação da natureza. Uma delas é a palestra “Água: um bem comum”, que será realizada no dia 17 de junho, da 9h às 10h30.
A atividade será ministrada pela pesquisadora científica Cacilda Thais Janson Mercante, do Centro de Pesquisa em Recursos Hídricos. O evento abordará a relação homem-água-natureza, destacando a importância da preservação da natureza, a fim de garantir água para as gerações futuras.
Integração de sistemas
O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) desenvolve sistemas de tratamento de efluentes de suínos e técnicas de consorciação de pastagens, que apontam resultados positivos e agregam valor e renda à produção animal dos produtores rurais.
Na unidade do IZ em Tanquinho – Piracicaba (SP) são realizadas pesquisas avançadas e de precisão direcionadas à eficiência alimentar dos suínos, para diminuir o custo de produção de forma direta e indireta, além de reduzir o impacto ambiental da atividade, como Produção de Proteína Animal Integrado (PPAI), água, energia e biofertilizantes.
A tecnologia é viável para pequenos, médios e grandes produtores. “Além disso, é de fácil aplicação e baixo custo comparados a outras tecnologias similares, pois 100% do material e equipamentos são oriundos de empresas nacionais e localizadas em SP”, destaca a pesquisadora Simone Raymundo de Oliveira.
Já a utilização de leguminosas forrageiras em pastagens é alternativa sustentável para reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) na pecuária e aumentar a produtividade, conforme argumentam as pesquisadoras do IZ, Flávia Gimenes e Luciana Gerdes.
Os benefícios são tanto na parte de solos, como vegetal (biológica, química e física), por meio da fixação biológica do nitrogênio, “gerando um ambiente mais diversificado, alimento de melhor qualidade nutricional com maior teor de proteína bruta e melhor conversão do alimento consumido em produção de leite e carne. Com isso, haverá menor emissão de metano entérico por kg de produto gerado”, afirmam.
Embalagens e meio ambiente
A preocupação em avaliar o desempenho ambiental de sistemas de embalagem e de produtos acondicionados é um dos focos do trabalho do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), que auxilia associações, empresas e instituições públicas no uso racional dos recursos naturais, além de disponibilizar informações técnicas consistentes.
Nas publicações gratuitas online Avaliação do Ciclo de Vida: Princípios e Aplicações e Avaliação do Ciclo de Vida como Instrumento de Gestão, estão reunidos conhecimentos de duas décadas de estudos do Instituto em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).
A ferramenta permite identificar o impacto ambiental potencial associado a um produto ou atividade desde a extração das matérias-primas, produção, distribuição, uso até a disposição final, com aplicação direta dos resultados em gestão ambiental: melhoria de produtos, processos ou serviços; planejamento estratégico; elaboração de políticas públicas; suporte ao marketing; e subsídio para rotulagem ambiental.
Educação ambiental
Parte do lixo hoje descartado poderia ser reaproveitado ou reciclado. Para promover essa conscientização, a pesquisadora do Polo Regional de Piracicaba da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Vera Lúcia Pimentel Salazar, desenvolveu projetos com professores de três escolas estaduais da cidade de Piracicaba, visando o compartilhamento das informações com os alunos do ensino fundamental.
Cadastro Ambiental Rural
A Secretaria responde pela gestão do Sistema de Cadastro Ambiental Rural do Estado de São Paulo (Sicar) sendo que 150 extensionistas da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) foram capacitados em 2019 para análise do CAR.
O documento é obrigatório para que os produtores acessem crédito rural ou obtenham autorizações ambientais. Centenas de cadastros e projetos de adequação ambiental já foram analisados pela equipe capacitada.
Projeto Recuperação de Matas Ciliares
Em Itapira, foram elaborados 19 projetos, dos quais nove já executados, com um investimento total dos produtores de R$ 282.948,00, dos quais R$ 138.250,00 foram reembolsados.
“Em 2019, foram plantadas 26.300 mudas de essências nativas em 11,44 hectares de Áreas de Preservação Permanente em processo de restauração e construídas 3.610 metros de cerca de proteção e terraços em 100 hectares”, informa Roberto Machado, diretor da CDRS Regional Mogi Mirim.
Projeto Nascentes
A iniciativa do Governo do Estado com apoio de diversos parceiros promoveu recuperação ambiental, oferta de recursos hídricos à população e à agropecuária, incentivo à adoção de práticas conservacionistas integradas.
Ele foi desenvolvido como projeto modelo em três municípios: em Holambra, com um investimento R$ 4 milhões e o plantio de 27 mil mudas de essências nativas, e em Botucatu e Pardinho, no qual foram investidos de R$ 5 milhões na instalação de 120 fossas sépticas biodigestoras.
Produção orgânica e agroecológica
A Secretaria realizou capacitações e eventos, como a Semana de Agricultura Orgânica de Campinas, Dias de Campo, palestras, seminários e a edição de publicações técnicas. Também desenvolveu e disponibilizou ao mercado semente certificada de milho exclusiva para a produção orgânica.
Extensionistas também participam do Grupo Técnico do Projeto SP Orgânico, instituído pela Secretaria em 2019.