Periodicamente, a equipe multidisciplinar da Barragem Pedreira, formada por biólogos, veterinários, engenheiros ambiental e florestal, atualiza o diagnóstico da fauna de invertebrados de interesse médico-sanitário nas áreas de influência do reservatório em construção pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
O objetivo é verificar as espécies que trazem perigo de epidemias, frequentemente associadas à transmissão de doenças para os seres humanos.
“O monitoramento vem permitindo uma interação importante dos responsáveis pelo empreendimento com os trabalhadores, municípios do entorno e as populações diretamente envolvidas com a construção”, lembra o Engenheiro Florestal, Luís Alberto Oliveira. Isso porque, a partir dos resultados encontrados, uma série de campanhas tem sido realizada no sentido de alertar e proteger as pessoas, por meio da distribuição de panfletos em Pedreira, especialmente, e treinamentos com os funcionários.
No canteiro de obra, “pelo menos, uma vez ao mês, o tema sobre vetores é abordado, com orientações teóricas ou ações práticas em torno da prevenção à proliferação ou dos cuidados relacionados às doenças acarretadas por esses animais”, enfatiza ele.
Entre os grupos de maior significado se encontram o pernilongo, popularmente conhecido como mosquito-palha, agente transmissor da leishmaniose e o Aedes Egypti, agente transmissor da febre amarela e dengue, febre Chikungunya e Zika vírus. Ainda em relação aos invertebrados de interesse médico-sanitário, os profissionais citam os caramujos, agentes da esquistossomose.
O programa de monitoramento de interesse médico-sanitário determina a composição da fauna de invertebrados, protege os trabalhadores da barragem, assim como também vigia a manifestação por espécies invasoras, inclusive alertando os órgãos de saúde municipal e estadual quando a riscos eminentes de surtos.
“Com base nos dados obtidos e, a fim de minimizar impactos durante a implantação do empreendimento, é que desenvolvemos as ações de monitoramento de vetores, fundamental para proteger os trabalhadores no canteiro de obras e os moradores do entorno da obra”, endossa a Engenheira Ambiental, Carolina Azevedo.
Ela acrescenta que, além disso, as equipes enviam os resultados para as Prefeituras de Pedreiras e Campinas, por intermédio das suas secretarias de saúde, com indicação de medidas preventivas e de controle, a exemplo do uso de repelente e de roupas que não exponham parte do corpo, recomendações para não ingerir ou tomar banhos em cursos d’água, lagoas e locais com água parada.
As campanhas de campo têm sido realizadas três vezes ao ano. A primeira, denominada “Campanha Exploratória” aconteceu em setembro de 2018, e se estenderão por no mínimo 3 anos após o enchimento do reservatório.