Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Chute muito forte e o cabeceio preciso fizeram do aniversariante do dia, Alex Rodrigo Dias da Costa, o zagueiro com mais gols na história do Santos. Foram 20, cinco em cobranças de falta, em 103 partidas jogadas pelo Peixe entre 2002 e 2004. Nascido em Niterói, Rio de janeiro, em uma quinta-feira, 17 de junho de 1982, hoje o zagueirão santista, campeão brasileiro de 2002, completa 38 anos.
Alex chegou ao Santos em 2001, vindo das equipes de base do Juventus da Moóca para atuar nas divisões inferiores do Alvinegro Praiano. Suas boas atuações nos treinamentos no CT Rei Pelé despertaram o interesse do técnico Émerson Leão.
Em sua segunda passagem pelo clube, Leão assumiu o time no início de 2002 e como não havia dinheiro para grandes contratações, estava montando a equipe com vários jogadores da base. Alex, que estava para ser dispensado, foi um dos escolhidos.
Campeão brasileiro no primeiro ano
Alex foi um dos últimos a entrar na equipe que encantaria o Brasil e receberia da imprensa, a exemplo da geração de 1978, a denominação de “Meninos da Vila”. Sua estreia, aos 20 anos, ocorreu em 25 de agosto de 2002, uma quinta-feira, em um empate de 1 a 1 com o Fluminense, no Maracanã, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.
Naquele dia, já com a dupla de zaga que seria batizada de “Torres Gêmeas” (Alex, 1,88m e 92 quilos; André Luis,1,92m e 86 quilos), o Santos jogou com Júlio Sérgio, Alex, André Luís e Preto; Elano (depois Maurinho), Paulo Almeida, Renato, Diego (Wellington) e Léo; Robinho e Alberto (William).
Nesse Brasileiro que deu ao Santos o seu sétimo título nacional, Alex jogou 25 partidas e marcou três gols. Ele e André Luis substituíram a dupla de zaga anterior Odvan e Cléber. Mesmo alto e forte, Alex era um zagueiro ágil, que impressionava pela técnica. Jogava duro, sem ser violento, e poucas vezes recebeu o cartão amarelo.
Em 2003 jogou 60 partidas e marcou 15 gols, sagrando-se vice-campeão brasileiro e da Libertadores. Nos quatro meses em que atuou pelo Santos em 2004, antes de se transferir para a Europa, atuou em 18 partidas e marcou dois gols, ajudando o time a ganhar o seu oitavo título brasileiro. Em 2002 e 2003 recebeu a Bola de Prata da revista Placar como o melhor do País na sua posição.
A última vez em que vestiu a camisa do Alvinegro foi em 2 de maio de 2004, domingo, na derrota por 1 a 3 diante do Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro, na Vila Belmiro. Dirigida ainda pelo técnico Leão, a equipe jogou com Júlio Sérgio, Marco Aurélio (Lopes), Alex (Pereira), André Luís e Léo, Paulo Almeida, Daniel (Preto Casagrande), Renato e Diego; Robinho e Elano.
No período em que serviu ao Santos Alex foi convocado para defender a Seleção Brasileira Sub-23, atuando em 15 partidas e marcando dois gols. Em toda a carreira fez 50 gols. No Santos, lidera a artilharia histórica entre os zagueiros com 20 tentos, seguido por Edu Dracena e David Braz (17 gols) e Márcio Rossini (15).
Carreira na Europa
Seu futebol sério chamou atenção de clubes estrangeiros e ele foi negociado com o Chelsea, da Inglaterra, em maio de 2004. Devido a problemas com o visto de trabalho acabou emprestado ao PSV Eindhoven, da Holanda, mas depois voltou ao Chelsea.
Jogou ainda no Paris Saint-Germain, na França, e no Milan, da Itália, encerrando sua jornada europeia em 2016. Foi vitorioso em todas essas equipes, juntando títulos importantes ao seu currículo.
Voltou a morar no Brasil em 2016. Recuperando-se de uma contusão no joelho, ficou treinando no CT Rei Pelé e surgiu a possibilidade de retornar ao Santos. Porém, ele teria de passar por uma cirurgia e o tempo de retorno ao futebol demoraria por volta de nove meses. Então, aos 34 anos, Alex decidir se aposentar.
Assim como outros grandes craques da história santista, o eficiente zagueiro veio viver na cidade praiana, morando em frente ao mar, num vistoso prédio na praia do Gonzaga, no mesmo endereço de Renato, seu colega do time bicampeão brasileiro em 2002 e 2004.