DownloadDivulgação/Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Com o objetivo de apresentar o diagnóstico dos principais impactos da pandemia no agro e as ações estabelecidas regionalmente, bem como delinear ações conjuntas para mitigar as consequências para milhares de produtores rurais e a economia, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (SAA), por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), realiza reuniões nas 40 Regionais de São Paulo, com a participação de extensionistas, produtores, secretários municipais de Agricultura e Meio Ambiente, bem como lideranças de associações e cooperativas.
O primeiro encontro online foi organizado pela CDRS Regional Bragança Paulista, no dia 21 de julho, e contou com participação de mais de 80 pessoas dos 17 munícipios, os quais integram a área de atuação da Regional.
“Com a efetivação do diagnóstico, nosso objetivo foi padronizar e organizar as informações colhidas junto aos diversos setores do agro, para monitorar os impactos da pandemia, especialmente aqueles relacionados aos pequenos e médios produtores. Entre os pontos destacados em nosso relatório está a frequência e descrição de situações e reflexos causados pela pandemia, bem como ideias e sugestões que possam contribuir na solução dos problemas apontados”, explicou José Luiz Fontes, coordenador da CDRS.
“Com esses dados, entendemos que esse era o momento de conversar com as lideranças rurais e os representantes dos poderes públicos municipais, para unir forças na busca de soluções comuns e duradouras, para minimizar as consequências para o agro dos pontos de vista social e econômico”, completou.
Atendimento
Aos participantes dessa primeira reunião, Fontes frisou o compromisso da rede de extensionistas em manter o atendimento aos produtores, mesmo com a necessidade de distanciamento social imposta pela COVID-19.
“Logo no início da pandemia, a nossa maior preocupação era manter a segurança dos nossos servidores, bem como continuarmos atendendo os produtores. Nesse sentido, adotamos o teletrabalho para toda a rede de técnicos; acertamos procedimentos; buscamos novas ferramentas e não deixamos de atender o nosso público beneficiário, pelo contrário, a nossa produção tem sido até maior nesses últimos meses”, disse, reforçando que os canais da extensão rural estão abertos para ouvir as necessidades de produtores e gestores, fortalecendo as parcerias para o desenvolvimento rural sustentável.
“Apesar dessa nova frente de trabalho virtual, estamos fortalecendo a nossa estrutura para a retomada das atividades presenciais, assim que esse período difícil de pandemia passar”, acrescentou.
“Atuamos em uma região onde a agropecuária tem papel fundamental na economia, mesmo naqueles municípios que têm no turismo a sua principal fonte de renda [integrantes do Circuito das Águas, com grande áreas de preservação ambiental e mananciais], pois, além das belezas naturais, os turistas são atraídos também pelas atividades desenvolvidas no meio rural e pelo estilo de vida dos produtores. Por isso, tivemos um cuidado ainda maior em identificar os reais problemas, para continuar a dar suporte aos produtores e organizações rurais”, informou Walmir Carmino Pisciottano, diretor da CDRS Regional Bragança Paulista, destacando que as principais atividades da região estão centradas nas cadeias produtivas da olericultura, fruticultura, cafeicultura, bovinoculturas de corte e leite (maior área).
Desafios
De acordo com Walmir, a reunião foi planejada para aproximar as lideranças do setor com a Secretaria e a CDRS, apresentar o perfil da região de abrangência da Regional de Bragança Paulista e os resultados do levantamento dos impactos da pandemia e as ações em andamento. No entanto, em seu decorrer, tomou novo rumo e proporção inesperada: debater os desafios do agro na região.
“Ouvimos propostas e sugestões dos convidados. Com a presença de 15 secretários municipais de Agricultura, vários presidentes de entidades ligadas aos segmentos rural e ambiental, sindicatos rurais, associações, Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural, pudemos ampliar o debate e discutir desafios do agro na região, ouvir propostas e sugestões, bem como obter informações relevantes para balizar novas ações e projetos, de acordo com necessidades reais”, avaliou Walmir, que ressaltou que o retorno dos participantes foi gratificante.
“Nas avaliações e considerações finais, a iniciativa da reunião foi muito elogiada, ficando claro que esse debate não poderá ficar restrito a essa atividade, pois percebeu-se que existe uma grande necessidade de que os diversos agentes e atores do agro regional tenham um espaço para discutir os problemas e as soluções para o setor”, salientou.
Silvia Fonte, presidente da Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista (Acecap), foi uma das participantes que elogiaram o evento organizado pela CDRS.
“Parabenizo essa iniciativa de fazer essa reunião com as lideranças do agro regional, para podermos discutir os problemas comuns, em um período em que todos, independente da cadeia produtiva em que atuam, tiveram algum tipo de impacto nas atividades, com reflexos sociais e econômicos. Mas a reunião foi além, abrindo espaço para debater temas para após o momento de pandemia. Conhecer os detalhes do conteúdo do diagnóstico elaborado pela CDRS foi essencial para estabelecer bases mais sólidas para ações regionais”, enfatizou.
Conteúdo
O diretor da CDRS Regional Bragança Paulista fez uma explanação sobre o panorama da agropecuária na região, com base nos dados coletados. Entre os problemas identificados na região, após a realização de pesquisa por amostragem aleatória com 57 produtores, por telefone, e mais 215, por preenchimento de questionários virtuais, Walmir destaca que, apesar das dificuldades verificadas com queda de vendas com variações ‒ conforme a cultura e retração de canais de comercialização, o acesso a insumos e outros, principalmente no início da pandemia ‒, os produtores estão esperançosos.
“De modo geral, o produtor está otimista para o futuro próximo e a superação das atuais dificuldades. Isso ocorre principalmente pelas características da região, que concentra uma boa infraestrutura logística, proximidade a grandes centros, várias agroindústrias e diversas entidades de pesquisa e apoio ao segmento rural. Existe um interesse em explorar novos canais de comercialização da produção, apesar de os canais tradicionais, que são amplos, estarem reocupando sua posição”, disse.
Sobre as ações promovidas pelas Casas da Agricultura neste período de distanciamento social, Walmir exalta a manutenção de 100% dos técnicos em atividade por teletrabalho, detalhando as atividades.
“Foram realizados cerca de quatro mil atendimentos desde o mês de fevereiro, com adequação na forma de sua realização aos produtores”, ressaltou.
Além de manter os principais serviços, foram emitidas 260 declarações para os produtores rurais (34 Declarações de Aptidão ao Programa Nacional de Agricultura Familiar – DAP; 202 Declarações de Conformidade Agropecuária e Ambiental – DCAA); divulgação de informações corretas sobre a pandemia e os modos de prevenção e contágio; apoio na continuidade das ações, envolvendo os convênios entre as prefeituras e a SAA; divulgação de materiais e informativos produzidos pela SAA/CDRS; incentivo e apoio aos produtores e às prefeituras para aquisição de alimentos da agricultura familiar e doação a famílias vulneráveis, bem como para os escolares matriculados na rede estadual.
Região de Itapeva
Realizada na manhã de 22 de julho, uma reunião contou com cerca de 50 pessoas, entre lideranças rurais, entidades ligadas ao segmento agropecuário, gestores públicos e parceiros dos 15 municípios que integram a CDRS Regional Itapeva. Em um amplo debate, os extensionistas da região apresentaram o panorama do agro na região e os principais problemas identificados no diagnóstico.
“Podemos dizer que a reunião foi além do esperado, pois pudemos debater assuntos como políticas públicas de compras institucionais, como o Programa de Aquisição de alimentos [PAA], o Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social [PPAIS] e Programa Nacional de Alimentação Escolar [PNAE], que são importantes canais de comercialização para os pequenos e médios produtores e suas organizações rurais”, pontuou Emmanuel Moraes, diretor da CDRS Regional Itapeva.
Também foram abordadas questões acerca da política da Cesta Verde, estabelecida neste momento de pandemia, crédito rural e nota fiscal eletrônica, entre outros. “A avaliação dos participantes foi muito positiva, destacando esse canal direto com o coordenador e membros da assessoria técnica da CDRS, que têm um papel fundamental na articulação, tanto das políticas públicas como na busca de soluções para problemas locais e regionais”, salientou Emmanuel.
Extensão rural
Avaliando as duas reuniões, o coordenador da CDRS disse que expectativa é de estreitar ainda mais os laços e direcionar as ações da Secretaria nos municípios paulistas. “Nessas duas primeiras, vimos a importância da continuidade das ações da extensão rural neste período de distanciamento social, mesmo que de forma diferente do habitual. Sabemos que o dia a dia do trabalho no campo é imprescindível, mas utilizando as ferramentas digitais, verificamos que é possível reunir em um mesmo ambiente representantes de diversos municípios e lideranças rurais, que no cotidiano nem sempre têm espaço na agenda para eventos variados”, explicou José Luiz Fontes.
Para ele, o evento criou um espaço propício para a troca de experiências, nivelamento de informações e busca de soluções regionais. “Já atuamos com projetos regionais nas cadeias produtivas e, com essa maior interação entre municípios e as organizações rurais, intensificaremos as ações e parcerias”, ressaltou Fontes.
Mais informações
Para conhecer o Diagnóstico dos Impactos da Pandemia de COVID-19 nos Sistemas Agropecuários do estado, o interessado pode acessar estes sites: www.agricultura.sp.gov.br e www.cdrs.sp.gov.br.