O goleiro Fernando Miguel se emocionou na entrevista coletiva desta terça-feira no Vasco. Ao ser perguntado sobre a expectativa de completar 100 jogos pelo time (tem atualmente 98), o que deve ocorrer diante do Bahia, na próxima quarta-feira, o jogador não segurou as lágrimas ao relembrar a chegada ao clube, a evolução dele e do time e ao projetar o futuro. – Eu não sei expressar o tamanho do orgulho de fazer parte dessa história… Desculpa aí.. Nem eu tinha percebido que estava às portas de completar 100 jogos. Não é isso que vai me mudar, mas os 100 jogos me motivam a querer entregar mais para o clube e para a torcida, que é tão vibrante. Fazer parte desses ícones, poxa, Fábio, Prass, Martín e Cássio. Talvez para um atleta que muitos não visualizavam muita perspectiva viver esse momento hoje, só tenho que dizer muito obrigado a todos que passaram esse tempo comigo – disse o goleiro. Só quatro goleiros atingiram a marca de 100 jogos no Século XXI pelo Vasco. São eles: Fernando Prass, Martín Silva, Cássio e Fábio. No domingo, Fernando Prass defendeu pênalti de Alerrandro no empate em 1 a 1 com o Bragantino. Foi destaque da partida. Ele já havia defendido cobranças diante do São Paulo e do Coritiba, mas os lances acabaram ser invalidados. Mais respostas de Fernando Miguel Apoio da torcida Desde o dia que eu cheguei no Vasco, a palavra que mais falo é construção. Falo em construir minha história aqui, fico feliz de fazer parte de construção da história do clube. O torcedor sempre me tratou com carinho, sempre me respeitou. Deve ter visto a forma leal e honesta que trabalho. Sempre disse que o Vasco está na frente de qualquer objetivo pessoal. CT Cheguei em 2018 aqui. Na época, a gente treinava em um CT que o gramado era ruim e não tinhas as melhores condições. Hoje, o Vasco vive um novo ciclo, de aperfeiçoamento. Vai ser uma época de lapidar novos talentos. Os jogadores estão motivados e com expectativa pelo novo CT. Fico feliz de fazer parte dessa história. Pênaltis A regra sempre existiu, mas agora está mais forte por conta do VAR. Esta mais rigorosa, favorece muito o batedor. Fui ver os pênaltis da Copa de 1994, com o Taffarel. Se for fazer uma análise, uuns 50% das defesas seriam anuladas. No meu caso, eu não vejo vantagem nas defesas eu eu fiz. A regra tem de ser cumprida. Então, é isso. Quando fiz a defesa, vi o árbitro com a mão no ouvido. Então, foi com emoção. A regra hoje favorece o atacante e é até um pouco injusta com os goleiros. Bom momento Desde que cheguei, vivi bons momentos. O de agora se diferencia pois a equipe está bem. Agora, somos quinto e antes a gente estava fugindo da zona do rebaixamento. Então, sou eu, o Cano, o Talles, o Castan… O bom momento individual reflete o bom momento coletivo. E é isso que me deixa mais feliz e orgulhoso. 2020 é especial? Eu recebi as melhores oportunidades mais tarde na carreira. Aos 35 anos, estou cheio de vitalidade e com vontade de crescer. O nosso grupo é sedento por vencer e crescer. Eu me vejo assim. Aos 35 anos, sim, vivo o meu melhor momento. E espero que seja assim aos 36 anos, aos 37 anos… Enquanto a chama estiver acessa, será assim. Eu espero que, no dia que eu saia, as pessoas vejam a construção que fiz e que os resultados falem por si. Trocas na zaga Não há dificuldade, a gente se conhece. Na base de falar, sabe o posicionamento. O jogo contra o Santos pode ser uma referência, ali ficou evidente a nossa forma de atuar. Temos de evoluir, melhorar alguns aspectos para que a gente possa criar mais situação ao pessoal da frente. O jogo contra o Atlético-MG será difícil, sim, mas podemos buscar um bom resultado. Desgaste Há, sim, intenso. Fui saber que o jogo contra o Atlético-MG era no final de semana quando saiu a nossa programação. Estava acostumado com jogo quarta e domingo. Então, a gente tem se entregado ao máximo para minimizar os problemas. O clube tem nos ofertado ferramentas para abreviar ou minimizar o cansaço. Não vou reclamar por mais tempo pois quando a gente vê as dificuldades que o brasileiro tem enfrentado fica complicado. Vamos lá, vamos fazer o nosso melhor. Qual espírito é o de jogar no Vasco Isso tem se perdido ao longo dos últimos anos. Tanto no perfil dos atletas quanto nas chegadas e saídas de clubes. Isso tem sido deixado de lado. Por vezes, o atelta desiste muito fácil, não quer o projeto. Eu sou o oposto. Nunca me movimentei por contrato e valores. Sempre quis abraçar projeto que eu pudesse abraçar. Foi assim no Juventude, no Vitória e no Vasco. Eu quis estar aqui. O atelta tem de querer, ele precisa querer ajudar a construir o Vasco. Poupar jogadores Isso é tema e debate em todos os times. Até seria válido, nas rodas de debates, ter um fisiologista para ajudar a explicar. Eu não gosto de ficar fora. O desgaste é diferente para o goleiro, mas, sim, o desgaste existe. A avaliação é o risco de perder muitos jogos por conta de uma lesão. Ajuda a goleiros da base Vale ressaltar o trabalho do Carlos Germano com a gente. A forma do trabalho, como eles conduzem as coisas. A gente faz com prazer, pois gosta e porque é necessário trabalhar bastante. Antes de querer ensinar, tenho de querer evoluir mais. Isso é a forma de melhorar. O maior exemplo é o Carlos Germano. Antes de eles olharem para mim, eles têm de olhar para o Carlos Germano e para tudo o que ele representa. Fernando Miguel se emociona em entrevista do Vasco Fonte: ge
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